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Estúdio

Após uma noite mal dormida, Louis acordou um pouco irritado.

Descia as escadas, sonolento, mas despertou assim que entrou na cozinha. Ou talvez achou que ainda estava sonhando.

Harry estava de costas, cozinhando alguma coisa com um cheiro muito bom no fogão, enquanto Clifford estava deitado no chão, esparramado ao lado dele.

- O-o que você está fazendo? – Louis perguntou, a voz mais baixa que o normal, não apenas pelo cansaço.

- Oh! Bom dia! E-eu, eu acordei cedo e pensei em pre-preparar o café da manhã, porque, bem, queria retribuir e, merda, exagerei não foi? Me desculpa, Louis, eu só – não conseguia falar. Estava nervoso. A cara que Louis fazia, com os olhos arregalados o deixou apreensivo. Ele tinha passado dos limites, não tinha? O que ele estava pensando ao mexer na cozinha dele e sair fazendo panquecas, ovos, bacon e-

- Hm.. Harry, eu, obrigado. Isso é, isso é maravilhoso. Sério. Acho que nunca tive um café da manhã assim. – não conseguia disfarçar sua reação. Estava maravilhado. Aquilo era simplesmente... demais.

- Você, vo-você gostou? – O brilho de esperança no seu olhar apareceu, mas ainda sim estava nervoso.

- Adorei! Sério. Isso está com um cheiro muito bom. E – ele precisava pensar em algo para falar, porque estava parecendo um bobo – bem, vejo que já fez amizade com Clifford – apontou para o cachorro completamente esparramado aos pés do cacheado.

- Então esse é o nome dele? Ele é muito fofo. Eu amo cachorros, mas minha mãe tem gat- olhou para baixo no mesmo instante, lembrando-se de sua situação com sua mãe e ficou triste de repente.

- Você tentou falar com ela de novo? – Harry apenas balançou a cabeça, negativamente. – Bem... são só vocês dois?

- Não... Eu tenho uma irmã, Gemma. Ela é mais velha e mora em Nova York. Quando soube que eu saí de casa, ela me ligou e gritou comigo no telefone. Minha mãe contou para ela, e ela também ficou brava comigo pelo que eu fiz com a nossa mãe. Desde então não tentei falar com ela. Minha mãe não me atende e e-eu, não quero ser rejeitado por ela também. – Lá estava ele com os olhos marejados tentando não chorar de novo. Aquela situação o machucava demais.

- Ei – Louis o abraçou. Aquilo era muito triste. Não conseguia se imaginar naquela situação. – Tente falar com ela, Harry. Eu sei que isso pode ser demais, mas você nunca vai saber se não tentar. Pelo menos uma vez, sim? – Sentiu o maior acenando levemente com a cabeça, que estava encostada em seu ombro. – Não vamos pensar nisso hoje, certo? Vamos comer esse café da manhã digno da realeza e vamos para o estúdio encontrar Zayn, tudo bem?

Harry afastou-se timidamente dos braços de Louis, um sorriso brotando em seu rosto. – Certo. Tudo bem.

Trocaram um rápido olhar que transmitia nada mais que carinho, e sentaram-se na ilha da cozinha, começando a desfrutar o café.

-x-

- Deus, Harry, aquilo estava demais. Sério! Você poderia vir cozinhar todos os dias.

- E-eu posso vir se você quiser. – Respondeu timidamente enquanto entravam no carro.

- Estou brincando! – Louis riu, saindo com o carro indo para o estúdio, olhando para Harry com ternura. Era fofo demais. Talvez ele quisesse.

Chegaram ao estúdio de Zayn 45 minutos depois, o encontrando lá dentro.

- Finalmente! – O moreno os recebeu, dando um rápido abraço em cada um. – Venham, por aqui.

- Zayn, isso aqui está ficando irado! – Fazia um tempo desde que Louis tinha visitado o local.

- Eu sei, não é?! Você gostou, Harry? Harry?

- O-oi! Eu... é muito foda! Desculpa! – Colocou a mão na boca, envergonhado, mas ele não conseguia se conter.

- Relaxa! – Malik o respondeu – É foda pra caralho! – Os três se olharam, e riram.

- Aqui – Zayn voltou a dizer, entrando em uma porta nos fundos do estúdio. O local tinha uma mini cozinha, um banheiro com chuveiro, um sofá-cama, alguns puffs espalhados pelo chão, alguns móveis pequenos e uma TV. – Você pode ficar aqui, até começar a se estabilizar, ok? – Disse, virando-se para Harry. – Eu sei que não é muito confortável, mas logo logo você arranja um local. Provavelmente vai encontrar um colega para dividir um apartamento ou coisa assim quando começar seu curso. Está bom para você?

- Está simplesmente perfeito, Zayn. Obrigado! Espere... vo-você disse curso?

- Sim. O curso de fotografia que você vai começar e-

- Oh! E-eu... Zayn, eu não tenho como pagar um curso. Se você precisa de alguém com diploma e-eu não posso-

- Seu curso já está pago.

- O QUE? – Ele gritou porque, o que?

- Seu curso já está pago. – Repetiu suavemente. – Não é um curso de uma faculdade ou algo assim. São apenas seis meses. Apenas para você aprender algumas técnicas e poder melhorar o seu trabalho que já é excelente.

- N-não! Eu não posso aceitar isso! Você já está me dando um trabalho e um lugar para ficar e, vo-vocês já me ajudaram muito. Não, não, não! Isso é demais! Eu não posso, eu-

- Harry. – Foi a vez de Louis se aproximar, ficando de frente para o cacheado, colocando as mãos em seus ombros. – Respira! Está tudo bem.

- H, isso não é nada. Sério! – Zayn se aproximou, ficando ao lado de Louis. - Sobre o emprego, já disse que você que vai me ajudar. Sobre o curso, você melhorando sua técnica, melhora o seu trabalho e consequentemente a qualidade das fotos que você vai tirar para mim. E sobre você ficar aqui, não é nada demais.

- Gente, eu-eu nem sei o que dizer. – Ele olhava para os dois a sua frente, completamente emocionado. Aqueles dois estavam literalmente salvando a sua vida. – Muito obrigado! – E avançou no pescoço dos dois, os abraçando ao mesmo tempo.

Após conversarem e Zayn explicar tudo para Harry, sobre a dinâmica do estúdio e onde seria o curso, um local bem próximo dali, os três saíram para almoçar num restaurante próximo.

Louis se despediu, pois tinha que voltar para casa e resolver algumas coisas da sua turnê que já ia começar, enquanto os dois foram para o local do curso, levar os documentos de Harry e finalizar a matrícula. Já começaria as aulas amanhã. Depois, voltaram ao estúdio, com o cacheado ajudando Zayn a editar algumas fotos. Aquilo podia funcionar.