Cap. 23 - Modus

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Teela se apressou, ultrapassando Adam que prontamente impediu que Edwina caísse no chão e se colocando diante do Rei de Dypéria fechando sua passagem de forma imponente, Adi a apenas dois passos atrás dele estava ainda ligeiramente chocado, mas o monarca já tinha passado desse estágio para a raiva. A capitã sentia o calafrio na espinha com a proximidade dos dois, e em sua mente a voz lhe dizia com calma que não baixasse a guarda perto de nenhum dos dois.

- Perímetro fechado! – Berrou a ruiva. – Quero o médico real e Orko aqui imediatamente, convidados isolados no quadrante dois, ninguém sai. Alguém recolhe a taça quebrada no chão, quero saber exatamente o que tinha nela!

Marleena se esforçou em correr, a adrenalina fez seu corpo esquecer que ainda estava se recuperando e alcançou o marido o mais rápido que pode segurando o braço dele antes que ele investisse contra Stefen.

- Deixa Teela cuidar disso, nossas crianças cresceram, você vai piorar tudo se encostar nele agora. – Ela lhe falou baixinho fazendo-o se conter, mas os irmãos trocaram um olhar hostil indisfarçado.

- Adora! Quero a She-ra AGORA! – A capitã ordena sem nem olhar para o que tinha ao seu redor, seus olhos estavam fixos em Stefen e Adi, todos viram Edwina beber da taça que ele oferecera, e apesar de para a maioria as hostilidades passarem quase despercebidas... ela, Randor e Adam notaram.

A princesa murmurou a frase mágica e em poucos segundos as formas graciosas dela deram lugar a poderosa She-ra, com seus dois metros de altura, seu cabelo loiro claríssimo, brilhante e esvoaçante, seus músculos salientes e suas vestes brancas com o dourado na égide de seu peito e nas largas ombreiras. A guerreira mágica sabia exatamente o que fazer e se ajoelhou ao lado da duquesa pegando-a nos braços como se não tivesse peso algum envolvendo-a e deixando que seu brilho mágico a embalasse em sua aura curativa.

Adi fez menção de virar-se para seguir para o salão congruente aonde os demais convidados estavam sendo movidos pela Guarda Real como se não tivesse nada a ver com isso, mas deu de cara com Catra lhe impedindo a passagem com o canino afiado a mostra e as garras expostas em suas mãos.

- Sossega quietinho aqui velhote. – Ela alertou em tom de ameaça enquanto seu rabo movia-se sinuoso lentamente.

"Você sente a corrupção neles? Tome cuidado com o gar, ele carrega ameaça no peito!" Teela ouviu a voz dentro dela, não era sua mãe, disso tinha certeza, mas era uma voz feminina, mística e atemporal que lhe lembrou dela, não teve tempo de questionar a quem pertencia, mas instintivamente confiou. Quando viu o gar levar as mãos até o peito em direção a uma joia que pendia em uma corrente prateada nem pensou. Golpeou com habilidade a ponta de uma bandeja largada na mesa ao lado fazendo-a subir no ar e quando o disco alcançou a altura de seu peito o agarrou e arremessou com precisão atingindo a mão de Adi que soltou um grito alto, Catra compreendeu de imediato o olhar da ruiva e com igual agilidade o imobilizou, enquanto a capitã se aproximou arrancando-lhe um amuleto do pescoço que continha duas cobras enroscadas.

- O que é isso? – a gata perguntou.

- Runa de teleporte. – A capitã respondeu tão surpresa em saber daquilo quanto a gata estava de escutar, geralmente precisaria de Orko para identificar a peça, mas ela lhe parecia estranhamente familiar. – E runa de explosão... alguém aqui estava querendo fugir deixando uma bagunça para trás.

Marleena se aproximou da She-ra e com delicadeza ajeitou os cabelos na face já suada da sobrinha em seus braços que parou de convulsionar graças a magia de cura da guerreira.

- Minha querida, traga ela para cá. – A rainha providenciou um espaço em cima de uma das mesas aonde Edwina foi colocada com delicadeza, Orko e o médico da corte já estavam na sala para atende-la e a guerreira mágica permaneceu ao lado da prima exercendo seu poder de cura focada em conter o avanço da toxina.

O Regresso da Princesa PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora