Cap. 30 - Compaixão Divina

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Notas do Autor


Primeiramente me desculpem a demora! Tive uma leve crise e escrever ficou difícil, além disso a rotina mudou aqui e estou me adaptando. Mas graças a um belo empurrãozinho da @_Tuts_  finalmente trago a vocês a atualização, a correção de 90% do cap foi dela, e tb as dicas de aonde melhorar para refinar o texto bonitinho. Valeu!


Catra deixou Randor contar o que sabia sobre o cárcere da Feiticeira, não foi difícil para a gata juntar os pontos em sua mente, ocasionalmente ela fez uma ou outra pergunta que o rei respondeu sem hesitar, ela precisava as vezes diminuir o passo para não o deixar para trás, mas ele estava em excelente forma, principalmente considerando a idade e não reclamava. Quando chegaram a uma casa simples na vila militar, bem próxima da casa de Teela ele tomou a frente, arrombou a porta com um chute potente entrando com muita familiaridade, subindo as escadas apressado com a nora a tiracolo. Entrou no quarto e sem pestanejar arrastou a cama de lugar, Catra o ajudou já que o monarca estava sentindo bastante um dos ombros. Em seguida ela sentou-se no leito, sem se importar em estar ensopada e com os pelos pingando, enquanto o mais velho testava as tábuas no chão com batidinhas de seu calcanhar até achar o lugar que procurava, não demorou até que localizou duas tábuas soltas revelando um compartimento e de dentro dele retirou uma caixa.

- Porque ele teria guardado isso? – Catra pensou em voz alta sem realmente esperar por uma resposta.

- Ninguém conseguiu destruir, Duncan não iria permitir que isso ficasse em Grayskull para atormentar a Feiticeira com lembranças desagradáveis e não queria que caísse nas mãos de qualquer um. – Randor abriu a caixa e retirou dele uma grande pena branca, que os dois bem sabiam vir de Zoar, um triste lembrete dos tempos sombrios que aquela caixa selava, retirou então os grilhões antigos, forjados para conter os Deuses corruptos e os ofereceu para a gata que se surpreendeu em como lhe pareciam leves nas mãos.

- Certeza que isso segura a mãe da Teela? – o som de um trovão irrompendo perigosamente próximo cortou o ar fazendo os dois se encolherem por instinto por uns segundos. Era um lembrete potente de o quanto as coisas estavam fora de controle.

- Isso vai limitar os poderes dela, mas não vai de forma alguma, fazê-la mortal. Sei que vai impedir que ela se transforme em falcão, e vai causar uma queda na potência de seus poderes, mas.... – Randor hesitou olhando a pena branca, Catra precisou estalar os dedos diante dos olhos do sogro para trazê-lo a realidade e estimular que continuasse. – Ela vai sentir dor se tentar usar os poderes ou mesmo se eles se manifestarem involuntariamente, o mentor me disse que quando ela foi prisioneira, Skelletor a açoitava com o chicote até rasgar a pele e depois se divertia vendo-a sentir a dor de uma queimadura com esses grilhões quando seu corpo tentava regenerar os cortes de forma involuntária.

A gata compreendeu o que atormentava o rei, a ideia de que aquelas algemas mágicas não eram apenas uma maneira de contê-la, mas de certa forma lhe infringiriam tortura quando seus poderes se manifestassem e eles não seriam capazes de controlar isso e nem de voltar atrás se lhes colocassem a ferros, mas o som ensurdecedor de mais um estrondo forte de trovão não lhe permitiu sentir-se culpada pelo dilema moral de seu sogro.

- Nós não vamos feri-la propositalmente e se conseguirmos acalmar o surto essa coisa não vai machucar, certo? – A gata falava tentando tranquilizar o rei, mas já se punha de pé, não tinham tempo a perder e começou a seguir com o sogro a seguindo desta vez. – Agora preciso pensar em uma distração que me permita aproximar o suficiente para colocar isso nela.

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He-man estava nas portas do Castelo de Grayskull, acabara de transformar-se e sentia em cada pelo do corpo a eletricidade mágica ainda faiscante da magia de sua metamorfose, dali era possível ver no céu não muito distante uma tempestade de proporções que ele jamais sequer imaginou, e que parecia crescer num ritmo absurdo. Logo o aguaceiro o alcançaria, tinha certeza disso, os raios e as nuvens já se precipitavam sobre o castelo da caveira cinzenta. O guardião brônzeo se apressou dirigindo-se para a entrada do lugar que pela primeira vez em sua vida, se manteve fechado diante de sua presença.

O Regresso da Princesa PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora