Cap12 - Caminhando entre as Cobras

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A grande mesa redonda tinha todos os seus lugares ocupados e a segurança era cerrada para garantir a integridade de todos. A corte de Randor tinha ali todos os seus representantes, incluindo um dignitário de Dypéria, testando a paciência do soberano de Eternos, que já estava à beira de seu limite com a esposa acamada.

- Não espera mesmo que aceitemos essa sandice, não é? – O duque de Widget falava com ambos os braços cruzados sobre o peito e uma expressão de quem estava profundamente contrariado. Era um homem de baixa estatura, mas forte, e simpatizava profundamente com as ideias do rei Stefen de Dypéria. Possuía um pequeno, porém eficiente exército próprio e uma fortaleza em seu ducado, por isso não se preocupava tanto em lamber as botas do rei. – Se havia dúvidas sobre a Capitã da Guarda agora então não resta nenhuma! Obviamente o He-man dispensa guarda-costas, você nos forçou a aceitar a rapariga só para garantir o prazer do príncipe e agora temos uma óbvia falha de segurança que não aconteceria se tivéssemos um Capitão de verdade cuidando do Castelo! Sem falar no negro Raenius! Gente como ele não foi feito para o comando! Exigimos a demoção de ambos de seus cargos!

Randor socou a mesa de madeira com força causando um estrondo e calando o nobre de imediato.

- Não vou retirá-los do cargo, este assunto nem está aberto a discussão. Confio em Raenius e Teela com a minha vida. E recomendo que messa suas palavras ao se referir a sua futura rainha, por quê é de minha nora que está falando com sua língua imunda. – O rei falou com firmeza, tentando não elevar sua voz mais que o necessário. Como gostaria de poder partir para agressão física com aquelas hienas... – Raenius está trabalhando neste momento para resolvermos essa situação, ele nasceu para o comando e Teela estava em missão diplomática com os príncipes reais.

- Quanto a isso... A princesa Adora... ela não será devidamente apresentada a corte? – Questionou um marquês trajando uma armadura trabalhada sobre as roupas caras – O decreto real que a reconhece também cita que ela tem o mesmo status e direitos que o delphin...

- Adora terá todo o reconhecimento e direitos que lhe são devidos, mas não a amarrarei nas obrigações reais, ela tem um lar para voltar e não pode ficar presa aqui. – Randor respondeu.

- Ainda assim a reconhece como herdeira legítima e cita oficialmente que ela não estará disponível para cortejo real por que já se encontra em um enlace. – O marquês pareceu pensar e medir as palavras buscando abordar o assunto. – O senhor precisa revogar a benção real para este enlace... Não sabemos as intenções desse Reino de Lua Clara.

- Não o farei, ela está noiva e vai permanecer assim. – Randor explicou, já nem sabia quantas vezes precisou repetir essa mesma frase naqueles três dias.

- Meu rei... – Dessa vez quem tomou a palavra foi um conde, ligado por parentesco ao Duque de Widget, com bem menos poder em mãos ele tinha uma fala hesitante. - Ela pode permanecer noiva, mas de um par mais aceitável. Se ela tem o mesmo status de Adam significa que pode vir a ser rainha se algo acontecer com o príncipe, e quem se casar com ela pode ter direitos, não podemos ceder uma possibilidade dessas para um capricho sexual.

- Minha nora não é um capricho sexual de Adora, é uma General reconhecida do reino de Lua Clara. Ao que me consta minhas noras foram as responsáveis por vencerem Skelletor, não vejo como seu filho ou o de qualquer outro neste recinto seja mais qualificado. – Randor respondeu já em tom agressivo.

- Randor seja razoável! Todos sabem que esses gatos fodem por passatempo! É só o que fazem, lutam e fodem! Não espere que a corte aceite oficialmente e parabenize sua filha por se esfregar em mulheres ou por ter um pet! – Novamente o duque, grande amigo do dignitário de Stefen em sua corte.... modos rudes escondendo uma estratégia afiada... O Rei conhecia aquela forma de agir, era bem parecida com a de seu pai, o falecido rei Miro. – Sua Majestade precisa revogar qualquer documento que dê a entender que aceita essa situação, declare-a solteira, organizamos um evento oficial para apresenta-la e ela pode dançar com um ou outro rapaz para calar os boatos, depois que mantenha seus gostos em segredo...

O Regresso da Princesa PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora