Cap 07 - Hospitalidade

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Catra enxergava com seus olhos de gato coisas que os outros ali não conseguiriam distinguir, normalmente sussurraria alguma indicação para os demais, mas sabia que a audição dos que a cercavam deveria ser tão boa quanto a sua. Conseguiria se comunicar com Adora por sinais e Teela talvez compreendesse já que também era um soldado, ainda assim não tinha certeza se poderia alertar Adam, Edwina nem era uma preocupação em sua mente.

Naqueles segundos intermináveis decidiu-se e fez uma sequência rápida de sinais com a mão indicando que estavam cercados por dez indivíduos e a direção do provável líder, Adora assentiu, Teela pareceu entender, Catra se adiantou.

- Nós não somos ameaça, mas se continuar nos cercando as coisas podem esquentar... – A gata falou alto, embora provavelmente não precisasse.

- Eu sou o príncipe Adam, filho de Randor, viemos ver o Chefe Carnivus. – O loiro tentou, estava falando a verdade, e os Qadians não costumavam ser hostis com os eternos.

- Vocês quatro são bem vindos, mas a filha de Stefen não. – respondeu uma voz no meio da mata, que Catra via perfeitamente pertencer aquela que a encarava diretamente.

- Olha a gente super entende o sentimento, mas meio que o loiro aqui prometeu que ia proteger essa enjoada... -Catra respondeu em voz alta, ignorando completamente os protestos da prima de sua princesa.

- Respeitamos os eternos, e você e sua consorte tem passagem livre, mas a dyperiana não, e estamos dispostos a lutar por ela se necessário.

- Mas que merda, Adora! A gente nem chegou! – Catra fuzilou a loira com o olhar surpresa com as palavras da líder do grupo. – Você já deu na cara!?

- Eu estou a dois metros de você! Não faço ideia de como ficou evidente! – Adora retrucou de imediato. – Eu nem tava te olhando!

- Por mais tentadora que seja a proposta, eu não posso entregar minha prima. – Adam tomou a frente ignorando a discussão da irmã com a cunhada.

Teela olhou para a nobre lhe chamando a atenção.

- Melhor você contar a verdade ou teremos uma situação delicada em mãos – a ruiva sussurrou para a nobre sem alterar sua expressão facial séria.

Edwina não gostou, mas a tensão no ar era grande, limpou a garganta.

- Eu sou desertora da corte do rei Stefen, perdi meu título de Princesa de Dypéria, agora sou só Lady Edwina, Duquesa de Eternos e súdita de Randor. – A nobre falou, e embora em sua cabeça suas palavras soassem vergonhosas, percebeu que Adam e Teela a olhavam com decepção, não entendeu o que eles esperavam.

- Não precisava esfregar seus títulos na cara de ninguém. – Teela lhe rosnou entre dentes.

- Mas eu acabei de admitir que fui rebaixada! – a nobre retrucou em voz baixa, mantendo o semblante sério.

- O ponto é... ela desertou, foi rebaixada e deserdada, então que tal abaixarmos as armas e eu mesma me responsabilizo por Lady Edwina. – Teela respondeu em voz alta, erguendo ambas as mãos para mostrar que não segurava suas armas.

- Irrestritamente? – A líder do bando perguntou.

Adam lhe lançou um olhar de reprovação, mas a capitã ignorou, sabia que entre os Qadians aquilo seria melhor visto se viesse dela e não do príncipe.

- Irrestritamente. – A ruiva confirmou com firmeza.

Depois de alguns segundos de silêncio, um a um aqueles que os cercavam começaram a se deixar serem vistos, e para as etherianas isso era uma visão atordoante. Haviam homens e mulheres no grupo todos com traços felinos. A líder do bando se aproximou primeiro, indo diretamente até Catra e lhe estendendo a mão.

O Regresso da Princesa PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora