15. sexto passo : ter o maxilar totalmente marcado.

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        A rua estava cada vez mais escura quando finalmente aparece um táxi, entro no mesmo rapidamente, indo em direção ao meu apê. Já se passavam das 1 e 20 da manhã quando pego o elevador, subindo ao 12 ° andar. A madrugada estava gélida, em mim habitava um sentimento ruim, como se algo estranho e sobrenatural ocorresse à minha volta sem que eu pudesse perceber. Adentro minha casa e pude perceber que a luz da cozinha estava ligada, consigo ter certeza que não deixei a mesma ligada antes de sair. Me lembrei que Issie tinha a chave da casa, mas ela estava na casa da Sadie, então certamente algo estava acontecendo. Alguém estava ali e eu pude ter certeza quando ouvi a gaveta ser aberta em um rangido, era a gaveta de talheres; conseguiria saber de longe pois peguei o costume de saber os barulhos que a casa faz, talvez por morar sozinha.
Começo à chorar baixinho e tento passar para meu quarto sem que o ser presente ali perceba, então antes que eu consiga entrar no meu quarto, ouço a porta da cozinha ser aberta.

- (S/n)? É você? - dou um suspiro de alívio e desabo em lágrimas. - ei, por que você tá chorando?

       Não consigo responder e apenas o abraço rapidamente por um impulso elétrico que invadiu meu corpo. Ele apenas ficou parado nos primeiros segundos, logo em seguida retribuindo.

- LOUIS, SEU IDIOTA - dou um leve empurrão nele e seco minhas lágrimas - como você entrou aqui?

- ah, Issie me deu as chaves, ela te avisou que minha mãe viajou e me deixou sem as chaves, e os hotéis estavam lotados devido ao feriado. - se senta no sofá.

- meu celular descarregou, não consegui ver a mensagem que ela me mandou. - me sento no outro sofá em sua frente. - você trouxe alguma roupa?

- não, faz uns dias que não estou entrando na minha casa - abaixa o olhar, provavelmente estava com problemas.

- então o que você anda vestindo?

- Jack tem me emprestado umas roupas... - O silêncio foi constante após sua fala, conseguia ver o cansaço em seu rosto, fiquei triste por um momento. Logo me levanto e vou tomar um banho, já eram 2 da madrugada e eu estava exausta embaixo de um chuveiro com o irmão da minha melhor amiga em casa. E não faço ideia de até quando ele ficará aqui. Termino de me trocar e vou até a sala, onde o mesmo continuava idêntico, não havia se movido nem sequer 1 centímetro.

- quer conversar? - pergunto em um bom tom.

- sobre o que ? - finge não entender sobre o que eu estava falando.

- Louis, não se faça de besta. Porra, eu te conheço há um mês e consigo perceber quando você tá mal. - me sento ao seu lado e o mesmo deita sua cabeça sobre meu colo, foi algo surpreendente, mas preferi não mostrar nenhuma reação.

- Eu não aguento mais morar naquela casa, não posso nem sequer levar alguma garota que já reclamam - parecia estar chateado, era só isso?

- Mas isso é óbvio, você já pode morar sozinho e levar quantas meninas você quiser, só que enquanto você mora no mesmo lugar que sua mãe e suas irmãs, acaba sendo falta de respeito. Imagina que chato seria pra você se a Issie aparecesse cada dia com um cara diferente. Aposto que você não iria gostar.  - digo passando a mão nos fios de cabelo do moreno.

- Mas não é só isso. Desde que eu voltei dos Estados Unidos, eu não me sinto completo, parece que tem algo faltando em mim, eu não consigo tocar piano tão bem, me deito e não consigo dormir, meu peito dói como se algo estivesse me apertando. E eu só consigo pensar nela, como ela é incrível, mas egoísta ao mesmo tempo. Tenho vontade morrer quando penso que nós nunca vamos ficar juntos. - desabafa como em uma consulta ao psicólogo. Era bom ouví-lo, mas ele estava apaixonado, e infelizmente não era por mim. Meu coração doía.

- Isso é amor. Você está apaixonado, Louis. - digo e vejo o garoto arrepiar, nesse momento pude perceber seu maxilar, tinha algumas marquinhas roxas, ele deve estar saindo com alguém. Ele levanta a cabeça rapidamente.

- Apaixonado? Como eu vou estar apaixonado ? Eu não posso querer alguém que não me quer! - resmunga .

- Mas o amor é assim, nem sempre podemos ficar com quem amamos, e isso machuca. Mas um dia, aparece alguém que transforma essas cicatrizes em obras de arte, e nos sentimos um museu imenso, com diversas pinturas caríssimas e famosas. Quando essa pessoa aparece, sentimos vontade de chorar baixinho no canto do quarto por ter encontrado alguém tão valioso como diamante, e você se sente responsável por cuidar de uma joia tão rara. Aí vem o desespero de perde-lá. Mas ela já pertence à você, e só você. - o garoto sorriu, e pude perceber que haviam lágrimas em meus olhos, ele me abraça rapidamente.

- você acha que já encontrou essa pessoa, ( S/N ) ?

- Eu não sei, a gente só descobre com o tempo.

- então o tempo tem sido generoso comigo - diz confiante.

- talvez... - me levanto e vou para meu quarto, me deito e fico pensando em nossa conversa. Ele estava apaixonado, e não era por mim, meu ego estava surrado e pisoteado no chão da Time Square nesse exato momento. Eu estava destruída, pensei que tivesse alguma chance em um momento. Mas não, nossos corpos não se pertenciam. Me senti uma grande inútil por ter usado Jack como ponto de ciúmes, eu gostava dele, mas fui capaz de fazer isso com o garoto, eu me odeio.

- ( S/N ) , você esqueceu de me dizer onde eu posso dormir.. - bate na porta, me dando um susto.

        Me levanto rapidamente e abro a porta, guiando o mesmo até o quarto de visitas.

- fique à vontade, tem um banheiro pra você tomar banho e eu vou pegar algumas roupas pra você poder usar. - Assentiu e se sentou na cama, voltei ao meu quarto e peguei algumas peças do meu ex namorado e entreguei para o mesmo.

- obrigado. Boa noite! - dá um beijo em minha testa e então fecha a porta.



Louis eu estou apaixonada por você.
Não brinque com meus sentimentos, seu idiota

10 passos para Louis Partridge acabar com a sua vida. Onde histórias criam vida. Descubra agora