Especial Herick 2 (parte 1)

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Herick narrando.

Despertei após uma noite memorável, e pela luminosidade do quarto, deveria passar das oito horas. Olhei para meu lado na cama, e não vi Nicolle. ─Sentei-me vagamente na cama, olhando pelo quarto, porém, nenhum vestígio que a mesma tinha passado por ali. ─Levantei-me e andei em direção à porta para procurá-la. Vi que a chave continuava na porta, parecendo trancada. Tudo indicava que ela talvez tivesse saído pela varanda. 

Andei até a cama, pegando uma bermuda qualquer sobre ela e vestindo-a. Fui procurá-la na varanda, já que a porta estava encostava, e saí. ─já notando que não estava lá. ─Quando eu estava voltando para o quarto, antes de entrar, vi uma coberta bem suspeita embaixo da cama. Eu já sabia quem podia ser. ─Entrei no quarto e fechei a porta para que ela pudesse ouvir e saber que eu entrei. E então, deitei-me no chão do lado de fora na cama e fiquei observando-a até que ela me notasse. Quando olhou para minha direção, assustou-se. 

─Aqui não é um lugar tão confortável, não acha? ─Perguntei, não entendendo o motivo de estar se escondendo.

O que foi uma duvida em vão, já que ela virou-se de costas para mim. Ri. Se é brincar que é ela quer, uma brincadeira vamos ter. ─Sorri estreitamente. ─Fiquei de pé, e subi na cama, olhando para baixo da cama no lado que ela estava.

─Escuta... Não sei se é algum hobbie seu brincar de esconde-esconde pela manhã, mas eu já te achei. ─Disse sorrindo.

─Da pra parar? ─Ela respondeu, parecendo sem jeito.

─Tá legal, mas uma hora ou outra você vai ter que sair daí. ─Desisti, sabendo que em algum momento ela sairia de lá, já que o chão estava gelado. Deitei-me relaxando meus braços sob minha cabeça, esperando a fugitiva aparecer, o que não demorou muito. Fechei os olhos.

Senti seu corpo deitando-se na cama, mas permaneci imóvel, apenas esperando o que ela faria ou diria.

─Não vai fazer nada? ─Sorri mentalmente quando ela disse aquilo, mas continuei não demonstrando reações. 

─Você quer que eu faça? ─Respondi, já esperando que ficasse sem jeito com a pergunta.

Abri um dos olhos e a vi virando-se para meu lado oposto novamente, cobrindo-se totalmente, até a cabeça. ─Sorri ao ver a cena. Essa garota conseguiu me conquistar dentre outras pelo qual nunca me interessei. Confesso que nunca fui o cara mais certo do mundo. Eu ficava com algumas garotas apenas por ficar, sem nada sério, mas Nicolle é diferente. Ela é a diferença que me torna completo.

Aproximei-me de seu corpo, retirando o edredom de sua cabeça, e envolvendo-a com meu braço, puxando para mais perto de mim. Notei seu rosto corar, parecendo sem jeito ao meu toque.

─Ainda está com vergonha de mim? ─Sussurrei no seu ouvido, e beijei sua bochecha. Seu perfume era doce, e me envolvia de certa maneira, me fazendo sorrir. 

Ela virou-se para mim, e me beijou. Surpreendi-me, mas correspondi, beijando-a intensamente, até que ela parasse, me encarando.

─Você vai voltar para Londres? ─Perguntou o que eu temia. Não que eu estivesse tentando esconder, mas não seria algo permanente.

─Preciso voltar para lá depois de fazer uma coisa que venho tentado desde que cheguei aqui. ─Respondi, me deitando na cama na posição que eu estava antes.

─Fazer o que? ─Olhou-me sem expressão.

Decidi então explicar todo o motivo de eu estar aqui no Brasil. Eu precisava resolver algo, e eu lhe contaria tudo se fosse necessário só para assegurar que ficaríamos juntos dependendo de mim. ─Peguei o livro que estava sob a mesinha ao lado da cama, e antes que eu começasse a falar, ela gritou:

─Você é um idiota! ─Ela praticamente levantou-se nervosa da cama, coberta pelo edredom à caminho da porta.

─Nicolle! Espera! ─Levantei-me da cama segurando seu braço para que parasse, tentando arrancar uma explicação daquela atitude inesperada,

─O que mais você quer? Me Enganar como muitos outros fizeram? ─Disse sem me olhar. Deixando-me mais confuso.

─Eu quero te explicar o que tem no livro, por que você saiu correndo? ─Tentei questioná-la, o que foi em vão.

─Acontece que já sei o que tem no maldito livro! Agora dá para me largar? Pode voltar para Londres. E quer saber? Nunca mais me veja. ─Respondeu friamente, soltando-se da minha mão. E antes de sair, ainda me fez uma ultima pergunta. ──Esse bilhete... é de alguém que você ama?

Tentei responder pensando nas palavras certas. Era certo de que era de alguém que eu amo. Mas como explicar para ela isso? ─Antes que eu pudesse responder, Nicolle passou por mim e trancou-se no banheiro do quarto. Tudo que pude fazer foi sentar e esperá-la.

Quando ela saiu, passou direto por mim já vestida, e desceu as escadas me ignorando completamente. ─Corri novamente atrás de Nicolle. Eu estava tão confuso e ao mesmo tempo arrasado por sua atitude. O que eu havia feito para deixá-la assim? 

Alcancei-a no fim dos degraus na frente da mesinha. Segurei seu braço levemente, para que não fugisse novamente, e tentei explicar. 

─Me escuta, por favor, eu queria falar que... ─Parei no mesmo instante quando vi que ela segurava minha passagem aérea para Londres. Aquilo que causou tudo. Eu realmente queria explicar, mas ela não entenderia pelo visto. 

─Por favor... ─Soltou-se lentamente da minha mão. ─Vamos parar com isso. ─Caminhou até a porta de saída. 

─Nicolle... 

─Eu só não quero mais um Jason na minha vida... ─Abriu a porta e saiu. 

Não iria mais tentar impedi-la. Eu não sabia o que havia acontecido, mas qualquer explicação agora não seria cogitada. Eu não sabia o que ela estava pensando, nem em como mostrar-lhe o contrário. 

Saí pela porta, vendo-a partir em um táxi. Não consegui fazer com que ela me ouvisse. ─Sentei-me nos degraus na porta. ─Eu iria fazer o certo. Eu vou consertar tudo, depois que eu fizer o que vim para fazer. 

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Continua na parte 2

Aquele cara nerdOnde histórias criam vida. Descubra agora