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Acho que vi um incêndio acontecendo em todo aquele salão, mas não deve ter sido real. Na vida real as pessoas não andam sobre o fogo sem se importar, né? Ou andam?

Vi também aparecendo alguns bombeiros montados em dinossauros apagando esse fogo com vassouras, mas isso tenho certeza que é delírio.

Se o incêndio foi real meu braço deve estar deformado, porquê fiz questão de botar minha mão no fogo só pra sentir o calor.
Não senti absolutamente nada, então todo esse lance de incêndio não deve ter passado de delírios, acho.

- Tá perdida, princesa? - Falou um rapaz pegando em minha cintura e direcionando meu rosto com sua outra mão para que nossos olhares se encontrassem.

Estava cansada demais pra enrolações, então beijei-o de uma vez.
Nunca em toda minha vida me envolvi com alguém tão rapidamente, tampouco beijei numa intensidade similar à casais extremamente apaixonados. Mas eu ao menos o conhecia.

Senti o cheiro do cigarro que ele emitia, do álcool puro que adentrava em minhas narinas e ia até o cérebro... Este com certeza estava louco também.

- O quanto você bebeu disso aí? - Ele disse assim que me empurrou e reparou na minha garrafinha de água.

A observei e não consegui decifrar se ela estava cheia ou vazia, portanto não soube responder sua pergunta com exatidão.

- Acho que não foi tanto - Deduzi.

- Essa garrafa estava cheia?

- Não me lembro... - Botei minha mão esquerda na cabeça assim que a senti doer.

Ele sorriu pra mim.

- Quer experimentar algo mais louco? - Falou com uma expressão maliciosa. Uma encantadora expressão maliciosa.

Não sei dizer se esse homem era loiro ou moreno, alto ou baixo, velho ou jovem. A cada segundo que o encarei sua aparência distorceu mais ainda.

- Não sei não... - Falei quase perdendo o equilíbrio, mas ele me segurou. - O que seria?

- Você gosta dessa sensação, não gosta?

Fiquei em silêncio para poder sentir essa tal sensação que ele se referia, mas simplesmente não consegui me concentrar em nada.
Também não sentia nenhuma emoção, estava repletamente neutra.

- Não sei do quê você esta falando.

- Vem, me siga! - Pegou uma de minhas mãos delicadamente e me puxou até os fundos do salão, onde tinha mais ainda jovens nus se beijando e aproveitando tudo o que seus corpos podiam oferecer.

Queria poder me juntar a eles, mas só um vídeo meu nua já era o bastante. Não precisa de outro.

- Posso? - Ele apontou pra minha garrafinha na tentativa de saber se podia ou não a usar.

Assenti com a cabeça.

Estreitei meus olhos pra tentar enxergar o que ele estava aprontando. Foi difícil, mas consegui.

O vi tirar uma seringa de algum lugar. Não sei se é dele ou arrumou com alguém, simplesmente reconhecer isso exigiria demais do meu cérebro, e ele não está em condições muito boas.

Lentamente o rapaz enfiou a ponta da agulha dentro da garrafa e puxou todo o restante de Nuse que tinha ali, depois, se voltou para mim com um sorriso e mostrou a injeção cheia daquele líquido.

- Vai... - Dei uma pausa pra pensar e recuperar o fôlego. - Vai aplicar isso em si mesmo?

- Não! - Gargalhou. - Vou aplicar isso em você. Se deixar, claro.

NuseOnde histórias criam vida. Descubra agora