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Para minha surpresa, acordei sem nenhuma peça de roupa no meio de toda uma galera desmaiada.

Todos pelados, dormindo um em cima do outro.

Contei uns 3 garotos e umas 5 garotas, fora eu.

Coloquei a mão em minha cabeça assim que ela começou a doer insuportavelmente, como se estivesse querendo explodir.

Saí cuidadosamente do meio daquelas pessoas - que dormiam em uma cama de casal - e me dirigi até um monte de roupas que a gente provavelmente amontoou aqui durante o clima de total prazer.

Espalhei o monte até encontrar minhas roupas e, quando consegui, as vesti.

Ainda meu corpo queimava levemente, o efeito de Nuse aplicado ao sangue certamente é mais forte do que simplesmente tomá-lo.

Queria poder dizer a mim mesma que essa teria sido a última vez, mas o dia mal amanheceu e um enorme desejo de tomar mais pacotes misturados a água já me dominava.

Mas calma, a essa altura minha mãe deve estar preocupadíssima comigo. Então, no mínimo, antes de me aventurar pelo terceiro dia seguido, preciso ter a pequena decência de avisar minha progenitora que estava tudo bem.

Saí daquele motel e caminhei em direção à minha casa.
Nunca achei que entraria ali pra trepar com outros jovens. Digo, pensei que se fosse pra mim fazer algo desse tipo seria em um lugar mais pessoal, tipo meu quarto.

Mas um "motel"?
Além disso, fico me perguntando qual daquelas pessoas que cochilavam enquanto eu saía pagou o quarto.

Espero que não tenha sido eu mesma em um estado de pura loucura.

Essa droga era interessante. Enquanto você está sob efeito, a impressão que têm é que repentinamente seu cérebro se divide em dois: Uma parte que fica aqui no mundo real, que toma as decisões e faz as maiores cagadas da sua vida; E outra parte que viaja para uma realidade alternativa extremamente estranha acompanhada de uma suposta dona morte.

O curioso é que assim que o efeito termina, nenhuma das versões vividas fica claro em sua memória. Elas parecem que se mesclam, ficam embaçadas. É confuso.

Cheguei em casa e um enorme silêncio dominava todo aquele lugar.
Não deve ser fácil ter uma filha que está tendo o corpo vazado ao público.
Mas nem eu me importava tanto com isso... Digo, fora meus pais, mais ninguém próximo a mim pareceu me julgar por isso

Era como se eu fosse uma atriz pornô, não é? Elas saem para as ruas normalmente sem terem medo de serem julgadas.
Basicamente eu me sentia assim, apesar de não ter ganhado um tostão com todo o tesão que meu vídeo pode causar em alguém.

- Mãe? Pai? - Falei assim que adentrei naquela grandiosa casa que eu às vezes chamava de "lar".

Era grande mesma, afinal, meu pai era dono de uma empresa bem influente aqui nas redondezas.
Fico feliz por ele, claro, apesar de seu tempo ser totalmente dedicado à ela e não sobrar muito para mim e minha mãe.

Só nos jantares, mas ele não curte muito largar o jornal e olhar em nossos olhos.

Uma mulher de 38 anos, porém com aparência de 20, desceu correndo as escadas ao meu encontro, desesperada.

- Sarah! - Gritou ela assim que me abraçou com todas as suas forças. - Por onde andou?!

Por onde andei...?

- Em uma festinha do InShows, mãe... - Suspirei com a boca próxima aos seus ouvidos.

A mulher pôs suas mãos em meus ombros e se afastou para observar como eu estava.

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