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Você pagaria. Sua vida está arruinada. É melhor estar preparado...

Só o que passava em minha imaginação era o Richard levando um puta tapa na cara. Um puta tapa que EU o daria, e com muito gosto.

Na próxima vez que for incomodar alguma garota, vai ter que ser muito audacioso! Porque se eu ficar sabendo... Ah! Ele não se safaria.

Soube que o InShows daria outra festa à duas ruas atrás da casa do Richard. Melhor pra mim, já que não precisaria me locomover tanto de um local pro outro.

E não, eu não iria primeiro na casa do Richard pra depois ir me drogar... E sim o contrário.

Se minha vontade era ter coragem pra enfrentá-lo, então só existia uma coisa que poderia me dar essa essência... Sim, ela mesma: Nuse. Minha mais nova companheira.

E o melhor lugar pra encontrar uma droga tão horripilante e ao mesmo tempo tão viciante, era com certeza numa festa dada pelo InShows.

- Hey! - Gritei quando vi o garoto que estava procurando. - Preciso de você!

- De mim ou de minhas drogas? - Me confrontou.

Era o garoto que me vendeu Nuse da última vez que vim aqui. O mesmo que me acompanhou na padaria e não me disse seu nome.

- Dos dois... - Falei me aproximando, até chegar apenas alguns centímetros de distância do seu corpo.

- Pode pedir, guria.

Respirei fundo antes de começar a falar.

- Preciso, primeiramente, de Nuse. - Ele já me estendeu um pacotinho quando mal terminei de falar a frase. Tudo bem, assim que eu gosto. - E, além disso... - Me aproximei mais. - Preciso saber como possivelmente nocautear alguém.

Se afastou de mim fazendo uma expressão de nojo.

- Qual é, guria? Já tá se metendo em encrenca? Mal te vi ficando louca nas festas e você já tá nessa de querer brigar?

- É mais complicado que isso... Você lembra do meu vídeo?

- Sim, mas não é fazendo justiça com as próprias mãos que isso vai se resolver.

Pensei alguns momentos nos seus conselhos mas, quando vi que ele quase me converteu, balancei a cabeça para afastar a sua linha de pensamentos de mim. Somente o que precisava correr em mim era raiva, não dúvidas.

- Quer saber? - Falei me virando. - O mais importante você já me deu. - Mostrei o pacotinho de Nuse segurando-o nas pontas dos dedos.

Achei que ele não ia me dizer mais nada, mas pra minha surpresa ele me chamou e quando o olhei, tacou para mim um canivete que estava em seu bolso. Consegui pegá-lo antes de cair no chão, e agradeci o rapaz com um aceno de cabeça.

- Duas coisas... - Ele falou antes de me deixar ir. - Meu nome é Lucca, mas sou conhecido apenas como o "Zé das drogas". Meu apelido carinhoso, saca?

Sorri para ele.

- Além disso - prosseguiu. - Usa isso aí com sabedoria. Só te entreguei porque não quero receber notícias de uma garota morta sem ter conseguido fazer alguma coisa.

Ele estava me chamando de fraca...? De qualquer forma, não quis ficar enrolando e novamente o agradeci com um simples sorriso, retornei à caminhar e sumi de sua visão quando adentrei na multidão que estava chegando pra curtir toda aquela festança.

A mesma que eles curtiriam amanhã, depois de amanhã, e depois do depois de amanhã... E assim vai até perceberem o quanto já perderam. Assim como Marina fez.

NuseOnde histórias criam vida. Descubra agora