Meu objetivo: visitar Marina no hospital;
Obstáculo: as visitas só seriam liberadas depois das uma.
Solução: roer todas as minhas unhas até sangrarem. Ou quase.Durante toda a parte da manhã, fiquei planejando como seria meu pedido de desculpas pra ela.
Cometi o mesmo erro que vi ela fazer comigo, deixei-a na mão.Estava cruzando os dedos para que nenhum vídeo dela foi gravado, mas se foi, que pelo menos não se espalhe por aí assim como o meu.
Também lutei contra a cruel tentação de ir atrás de comprar Nuse pra me acalmar.
Esse lance de esquecer problemas da realidade era resolvido brincando por essa droga.- Obrigada por me trazer - falei pra minha mãe enquanto descia do carro, com meus óculos de sol.
Não, não era pra me gabar, e sim pra esconder os olhos inchados e vermelhos que se destacavam em mim.
- Tem certeza que não quer que eu te espere? Seu pai não vai estar em casa, foi resolver alguns assuntos sobre política.
Eu e minha mãe não fazíamos ideia de quais assuntos eram esses, afinal, meu pai nunca deu detalhes.
- Eu me viro daqui pra frente - fechei a porta.
- Espera! - Gritou quando dei as costas, fazendo com que olhasse novamente para seu rosto preocupado. - Me promete que não vai se envolver em problemas de novo. Por favor!
Não consegui esconder um sorriso bobo.
Ver novamente minha mãe preocupada assim comigo era gratificante.Precisou que uma droga abalasse minha vida para que nossa relação voltasse ao normal.
- Ficarei bem - dei uma pausa. - Mas obrigada por se importar.
Ela sorriu e fechou os vidros, seguido disso, foi embora na mesma direção em que havia parado para eu descer.
Fiquei olhando ela se afastar e quando saiu do meu limite de visão, adentrei no hospital.
Cumprimentei a recepcionista e segui logo ao ponto:
- Gostaria de visitar Marina Canosa.
Após alguns instantes uma outra médica apareceu para me acompanhar até o quarto em que minha melhor amiga se encontrava.
- Por favor, não exija muito dela - disse ela baixinho antes de me deixar entrar no quarto. - Ainda está fraca.
Já esperava isso. Nuse não tem tanta agilidade no quesito de te deixar voltar ao normal.
Assenti com a cabeça e adentrei assim que a mulher me abriu a porta.
Ao ver Marina assistindo a TV do quarto, não consegui conter a minha tamanha alegria.
Corri e a abracei com todas as minhas forças, sem me importar que ela precisava de mais tempo que o normal pra entender o que está acontecendo.
- S-sarah? - Gaguejou. - É você?
- Sim! - Botei minhas mãos em seu rosto. - Sou eu, Marina!
- Vão me matar, Sarah...
Estreitei minhas sobrancelhas na tentativa de encontrar uma explicação para o que ela acabara de dizer.
Seria ainda um efeito de Nuse? Era provável, a droga nos deixa um bom tempo com delírios.
- Não, vocês está segura!
- Eles ameaçaram a mim e minha família... Mandaram não contar nada pra ninguém... - Ela começou a chorar, e muito.
- Aqueles imbecis estão presos agora, Marina, você está à salvo...
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Nuse
Teen FictionSarah Lamnin era uma garota de classe alta que carregava uma vida ao lado de seus amigos completamente íntimos. Eram em seis, porém quando ela menos pôde esperar, um deles a traiu e a pôs em um caminho que sempre tentou evitar. Com uma nova e inespe...