A dor do açoite

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costas rasgadas,
veias abertas,
prole condenada,
suspirou em silêncio:
"mais nada importa"
séculos de dor
anos e anos de luta

(des)umanizados e escravizados
agora andam "livres"
com medo da polícia
demonizados, violentados.
tem de ouvir coisas como:
"cota é o fim do mundo"

e os brancos
por sua vez
tão frágeis
não aguentariam um dia de favela
nem meia hora de senzala
quiçá um grito de fazendeiro
sequer um momento
em um camburão
ou um navio negreiro

ah, eles aguentariam.

Ninguém foi exilado no final deste livroOnde histórias criam vida. Descubra agora