Engrenagens também adoecem

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Antes de seguirmos em frente
Olhamos pros nossos pés
Vimos neles muito sangue
Pisamos em vidas e fés

Renegamos toda uma história
De luta, derrota e vitória.
Porém, não quero jamais esquecer
Tudo que passou, para não perder.

Quantas histórias não escritas?
Tantas vidas mal vividas
Vozes sumindo ao relento
Perdidas ao vento

Para exatamente o quê?
Sofremos ao perceber
Entretanto somos somente isso
Ferramentas do viver

Engrenagens do tempo
Que constroem os sistemas
Moedores de carne e de almas
Estamos doentes, edemas.

Será que alguém ainda escuta
Os gritos de medo e desespero?
Não se deixe levar pela crueldade
Tu sabe, eles não falam a verdade.

No fundo até sabemos
Que isso que vivemos
Não nos representa
Nenhuma vida está isenta

Do castigo e da tormenta
Que nos policia para ignorar
Ora, levante a cabeça
É hora de ousar!

Ninguém foi exilado no final deste livroOnde histórias criam vida. Descubra agora