Toda essa imundície
Por mais que eu não sentisse
Sempre estivera aquiEu olhava, encarava,
Mas de forma alguma entendia.
Nunca demonstrava
Sequer uma reação
Quantas vezes a fitei?
A injustiça me encarando
E eu a ignoreiComo eu não via a dor
Por trás de cada sofrido sorriso?
Como eu não via,
A sujeira que me fez crescer?
Como eu não os sentia,
embaixo dos meus pés?
Como eu não ouvia,
Seus gritos de desespero?
Implorando por atenção
"Me olhem. Me ajudem.
Eu sou como vocês."
E mais uma vez
Ninguém viu, nada se fez.Eles estão aqui
Em todo lugar
Basta sermos sensíveis
E olhar.
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Ninguém foi exilado no final deste livro
PoetryPoemas feitos para se combater fãs da ditadura, poemas pela ciência, poemas pela história factual, poemas para não repetir o passado, poemas... antigo nome: o comunista não é torturado neste livro