29-Capítulo

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*Narr on*



O tic-tac irritante do ponteiro, vindo do grande relógio moderno preso à parede branca, fazia aquela espera parecer ainda mais longa do que era.

Jimin cruzava seus dedos uns nos outros, enquanto batia o pé, freneticamente e quase imperceptível, contra o chão gelido do consultório.

Emfim, uma enfermeira veio pelo longo corredor, anunciando que Enrico receberia por primeiros a Namjoon e seu parceiro. 

Logo retornou ela, levando agora consigo à Taehyung e Yoongi para outra sala.

E em seguida repetiu o mesmo processo com os dois restantes. 

Ela abriu a porta, guiando educadamente ambos para dentro da sala fria. O médico já os recebia com um sorriso simpático e acolhedor de negócios, e com sua mão instruiu para que se sentassem.

—Bom dia, senhores. Sou o doutor Oh Jehyun. —apoiou-se com seus cotovelos na mesa. —Senhor Park, certo? —mirou o rosado.

—Sim. —assentiu, sorrindo levemente.

—Hoje, serei eu quem irá atendê-lo. Enrico já me passou toda sua ficha, então não se preocupe. —tornou seu olhar para o computador à seu lado. —Cinco meses, certo? Já sabem o sexo? 

—Não. Enrico quis esperar o máximo possível para não errar o resultado. —o alfa explicou.

—Entendo. —levantou-se, arrumando seu jaleco.

 Jehyun caminhou de sua cadeira até uma maca próxima que alí estava.

—Deite-se aqui, por favor. —pediu, já vestindo suas luvas.

Jungkook seguiu o parceiro, ajudando-o a subir e  a deitar-se confortavelmente sobre os alvos lençóis.

—Levante sua camisa. —se aproximou com um frasco em mãos.

E assim Jimin o fez. Puxou o tecido listrado, revelando o volume de sua barriga. Arfou um pouco quando sentiu algo gelado tocar sua pele. Jehyun espalhou o líquido do frasco sobre todo seu abdômen, colocando em seguida o transdutor(pequeno aparelho capaz de captar ondas por meio do contato com o corpo humano).

A pressão que era aplicada sobre o ômega o incomodava. Era dolorido, mas ele nada falou. Afinal, Jehyun era médico. Deveria saber o que estava fazendo.

—Primeiro... O coração... —disse, antes de parar os movimentos do transdutor.

Derrepente um som, não muito claro, mas compreensível, tomou conta da sala. 

Tum-tum, tum-tum, tum-tum...

Jimin não entendeu quando uma pequena lágrima correu de seu olho até sua bochecha.

Ele estava chorando? Tão rápido, que nem mesmo ele havia percebido.

Olhou com suas órbitas brilhando para Jeon, que sorria grandemente, tentando manter sua postura inabalável.

—Braços, pernas, dedos, coluna... Está tudo okay. —sorriu, mirando a tela do aparelho. —Ele é perfeito! —exclamou o doutor.

Nesse momento, um silêncio constrangedor se fez presente. Era como se ele tivesse dito algo errado.

—E-Ele? —Jimin repetiu, sentindo sua voz falhar.

Jehyun pareceu entender o "porquê" do silêncio repentino e então riu brevemente.

—Exatamente. —afirmou para toda e qualquer suspeita. —É um grande e saudável garotão.

As mãos grandes do alfa pousaram sobre a barriga exposta de seu parceiro, acariciando aquele local com tal carinho e cuidado como se estivesse a segurar seu mundo inteiro, e bem verdade ambos eram.

Em Meio a Máfia (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora