Capítulo 10 - Horcrux

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Acordei exaltada e suando frio. Eu estava ofegante, respirando com dificuldade. Coloquei minhas mãos no coração e tentei respirar fundo para me acalmar. Horcrux.

Essa palavra soou na minha cabeça durante a noite inteira. Tom Riddle irá fazer sua Horcrux daqui há um ano e poucos meses e só agora eu havia lembrado. Como eu pude esquecer?! Patética!

Olhei para Fred ao meu lado e não me dei o trabalho de acorda-lo, pois ele estava dormindo tranquilamente e ainda era de madrugada. Suspirei, catando minha calcinha e minhas roupas, e saí da Sala Precisa com cautela.

Assim que cheguei em meu quarto, tomei um banho gelado e demorado. Eu ainda estava nervosa por saber que Riddle já deveria estar pesquisando sobre sua antiga linhagem. A única coisa que me acalmava, era saber que ele passaria meses pesquisando pelo sobrenome "Riddle". A ignorância em pensar que seu pai, por estar vivo, seria o bruxo da família, e não sua mãe que havia morrido, me fez ficar enojada.

Saí do banho, me sequei, e coloquei meu pijama. Ainda era 05:46, e o café só apareceria 07:30, então apenas sentei na mesa do meu quarto e fiquei estudando.

Assim que deu o horário, fui até o Salão Principal com Draco e tomamos café da manhã junto com nossos amigos grifinórios. Estávamos agindo como se não estivéssemos na época errada e cheios de problemas para resolver.

(...)

Suspirei, vendo que a última aula do dia acabou e caminhei, de forma arrastada e exausta, pelos corredores. Fred e George me alcançara e colocaram um braço em cada braço meu. Os dois foram comigo até a porta da Comunal da Sonserina e me deixaram lá, se despedindo com uma reverência exagerada. Eu dei risada e falei a senha, entrando logo em seguida.

Meus olhos foram para o sofá na comunal, aonde Malfoy estava sentado com mais dois garotos que eu não sei o nome, mas que estavam com Riddle aquele dia que me encontraram no corredor. Imagino que eles sejam Black e Rosier. Sei que eles eram do grupinho ridículo de Tom Riddle por conta dos trouxas e por que eles tinham medo de Riddle.

Ignorei eles e fui em direção ao meu quarto, respirando fundo. Eu sentei em minha cama e parei para pensar sobre tudo o que está acontecendo.

Eu estou em 1941. Já é quase Natal. E eu estou estudando com Lord Voldemort. Lord Voldemort. Merlin, como eu vim parar aqui?

Deitei na minha cama e olhei para o teto negro e sombrio, que sempre me deu calafrios. Eu não posso fazer nada enquanto estiver aqui e isso me deixava irritada. Eu queria mais do que tudo ajudar Murta e Hagrid. Ajudar os pais de Harry, ajudar todos aqueles que Voldemort matou e vai matar. Mas eu tenho medo. Medo de estragar a linhagem temporal. Medo de estragar tudo.

Eu não podia arriscar. Mas e se eu devesse?

- Adeline? - Ouvi a voz de Draco me chamar e fui até a porta.

- O que tá fazendo aqui? Não pode vir para cá, é o dormitório feminino. - Eu resmunguei enquanto ele entrava no quarto. Fechei a porta, hesitante, e o olhei.

- Temos que conversar sobre nós. - Ele começou. Mas que ódio, ele sempre só quer falar sobre isso comigo! - Eu amo você, Adeline.

- Draco, não! - Eu disse, de uma vez por todas, determinada à acabar com aquilo. - Nunca mais vai rolar algo entre eu e você. - Meu coração apertou. - Não existe nós. Nunca vamo ficar juntos, eu não quero. Você entendeu?! - Eu falei alto apontando meu dedo para ele e abri a porta. - Saia daqui, por favor. - Me segurei para não chorar.

- Eu não acredito em você. - Ele cruzou os braços e me encarou. Ele parecia estar sério, mas eu vi a dúvida atrás dos seus olhos.

- Pois acredite, por que eu estou falando a verdade. - Eu tentei buscar todo o ódio no meu coração e disse: - Eu não amo você. Não do mesmo jeito que você me ama. - Vi sua postura vacilar e quis o abraçar, dizendo que vai ficar tudo bem. - Saia, por favor. - Pedi, novamente.

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