Conto 2° - A Rainha

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Para maior imersão, escute a playlist acima! :)

...

Séculos atrás, havia um reino exímio e cooperativo entre os cidadãos.

Os becos e vielas eram sempre alegres, mesmo vivendo do barro e da sujeira.

Os mais nobres, Por outro lado, desgostavam.

Não havia razões para estrangeiros o sentido disto tudo.

"ora, se não gostam e detém fortunas, pois que se mudem!"

Para sair do reino acolhedor, apenas ao que já nasceu sofredor.

Outrora não entendia a energia que tal reino transpirava ao mundo afora. Muitas cidades vizinhas evitavam trocas de mercadorias ou tratados com tal reino.

A rainha, era inquieta. Sempre vasculhando se seus súditos estavam felizes.

"Nossa, nossa! Qual motivo da choradeira meu querido?"

Pergunta a rainha frenética ao nobre que chorava aos montes em seu quarto.

Era comum neste reino a Rainha entrar nas casas sem permissão, afinal, os cadeados eram feitos para uma chave-mestra que ela detinha.

"meu filho esta com uma doença terminal minha rainha!" súplica seu fiel.

A cena repugnava.

O filho do nobre estava com diversas bolhas pelo corpo, umas estouravam sangue com algum liquido amarelado com branco.

Os dentes teriam terminado de cair por completo, sobrando apenas as raízes que formavam hemorragias.

Os olhos nem eram mais possíveis de se abrir com tanto inchaço.

Os pensamentos do nobre era apenas de fugir com o seu filho do reino, procurar um outro curandeiro.

"Pois... Não deseja usar o curandeiro real?" questiona a rainha.

O homem chora.

"Considero isto um sim" Complementa a mesma.

O homem tranquilamente busca algo embaixo da cama do filho.

Com lágrimas nos olhos, ele pega um estilhaço de madeira e usa para perfurar a própria garganta.

"Que lástima" diz melancólica.

"Pelo seu ato errático, seu filho irá no seu lugar" murmura para o corpo já prestes a morrer engasgado pelo próprio sangue.

Lágrimas já não eram mais vistas no olhar vago do nobre.

...

Séculos atrás, havia um reino onde a felicidade era prometida.

Um reino governado pela rainha mais energética morava sob estas terras!

Ela havia todos acessos das casas dos moradores, fazia visitas noturnas para averiguar incongruências e retirar qualquer vestígio de algo que pudesse ser uma arma.

Para dar uma ideia aos nossos ouvintes, os moradores nobres de lá comiam com as próprias mãos, pois não haviam facas ou garfos.

Qualquer coisa afiada era proibida! Tanto para evitar para usarem em si mesmos, quanto para usar contra o reino.

Eles recebiam alimentos para 2 dois a cada 1 semana, obrigando-os a comer os próprios dejetos se quisessem sobreviver.

Agora, os que viviam do barro, comiam vegetais e bebiam água pura!

A rainha foi reconhecida como o próprio diabo pelos nobres e pelos reis de outros locais naquela época.

E mais! Os nobres que eram levados ao castelo eram lhe cortados as pernas e braços para não fugirem, e eram colocados em pedestais para serem usados de estátuas vivas.

*O radio perde sua frequência*

"Vejo que falam muito de sua bisavó... Mamãe." Diz uma jovem para uma estátua viva da própria mãe.








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