Conto 29° - Futilidade

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Por qual razão ficas mercê da embriaguez,

O abandono não foi suficiente?

O seu coração não se liquifez

Acredito que tenha sido diferente.


No âmago da dor, sinto corroer

Um sentimento inabalável 

No limiar da noite, pensava em você

Maldito romancista que vivia à tua mercê.


Não creio no destino incalculável,

Na besta divina ou em um Deus sábio

Apenas confio-te a alma

Um instrumento de calma

Livrai-me do esoterismo

Apenas dê-me um pequeno abrigo,

Seus braços.


Cansado, pasmo e estupefato

Creio que seja hora de partir

Do contato que te risquei

Semeei a planta que desejaria assistir

Uma planta de amor, fraternidade e carinho

Isento de qualquer maldade em seu resquício.


Entendes o motivo de tal obscuridade da sua mente?

Enxergas o que quer, o que deseja, você sente.

Queria lhe olhar mais uma vez nos olhos

Mostrar uma tese de mil argumentos

Dois mil experimentos

E com apenas um toque humano

provaria que você estava cometendo um terrível engano.


Para sempre, estarei a prezar pelo seu bem

De longe ou ao seu lado, querido amigo

No mundo terreno ou no além,

Minha dor, eu juro, eu cicatrizo.


Todas as coisas que a mente solitária emprega

Te induz ao erro mundano 

Ao juntar seu cérebro ao coração, você apela

Apela à algo mais humano.

Além do amor, além do ódio

Solte a futilidade do caminho retrógado

Abrace a liberdade do humano sóbrio.






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