Conto 11° - Medo

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Para maior imersão, escute a playlist acima! :)

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Acordo em outra tarde sozinho

E me concentro no pensamento empírico.

Morrer em um rio afogado

Ou numa estaca queimado?

Juro que em ambas sinto medo

mas quero te contar meu segredo

O que me mantem calmo e sem receio

De certo, não é descansando sob seu seio

dentro do seu olho, eu vejo

toda falsa bondade e cortejo

Talvez seja paranoia

Onde distorço a realidade

Por ter medo da pura bondade

Morrer eletrocutado em fios desencapados

Ou ser inteiramente dilacerado?

O medo da morte me atormenta

Mas o medo de apenas estar vivo 

É o que deixa minhas pernas dormentas

Me arrepio só ao pensar de relance

em toda a chance

Que ao dormir

Uma centopeia em meu ouvido invadir

Um homem estranho me perseguir

Ou de morrer sem sorrir

Mas eu não sei de onde vem esse instinto

Onde posso morrer afogado até mesmo no vinho tinto

É ridículo, eu sei

Mas isso é o que sinto quando estou com você

O medo absoluto

Não apenas de te perder

Mas também de perder a mim mesmo

Admito que não tenho esperanças mais

E aqui jaz

Outro fraco que cedeu à maldição do medo...

Outro que decepcionou-te sob o eclipse 

Outro que desistiu ao ver a própria reprise...

...

Contos e poemas sóbriosOnde histórias criam vida. Descubra agora