Conto 17° - Poeta

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Em alguns versos, penas e tinteiros

Escrevo em rimas 

A morte do cordeiro

Por um lobo cruel e sorrateiro

O suave toque da tinta contra o papel

Me traz velhas lembranças por detrás daquele véu

Antes de tocar seu macio rosto

Dar o beijo do verdadeiro amor

E selar o matrimonio aos olhos do nosso senhor

O mesmo que me concedeu tal poder

Para os mesmo que eu, repreender

Esmaecidos debaixo do tinteiro furado

Que mesmo vazando sua cor

Permanecem no mesmo estado

Sem cor, comprometida

Uma aquarela sem vida

Estou próximo de ser pego

Pois meu Deus não me acolheria dos pecadores

Me ofereceu tal privilégio

Para acabar com os sacrilégios

Um pequeno erro

E será a canetada de um civil

Para a execução de um corrompido servil 

Que pelo juízo eu seja sentenciado

Mas nunca linchado

Fiz o certo para acabar com os que estavam errados

A tinta criou o lapso temporal onde fui herói

Num mundo repleto por flores girassóis

A pena fez o caminho desses inescrupulosos

Em um castigo doloroso nos espinhos do deserto

Ressecados e pedindo misericórdia

Pelo homem que os fez sofrer através de um caderno

Um poeta que afia sua escrita como navalha

Para degolar os infiéis em silêncio pela mordaça 

Esperneiem como querer

Não virá ninguém para lhes socorrer

Apenas será a tinta preta

E vocês esmaecendo sua colorida pele na palheta seca.

A pintura sente inveja

Do poeta que frequenta sua própria igreja

Que seja

A morte destes será em prol de algo maior.

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