Capítulo seis

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Zynaya

Fiquei perdida, no meio das crianças. No começo, pensei poder entrar em pânico, eram tantas grávidas, a agora, pequenos e adoráveis olhinhos, me encaram, curiosos.

— Você é muito bonita.

Sorrio para a menina de cabelos loiros e encaracolados, olhos azuis, ela parece um anjinho.

— Você também, é muito bonita.

Seu sorriso, chega a iluminar tudo.

— Ele é seu namorado?

Franzo a testa, prestando atenção para onde ela aponta. Jayce esta conversando com alguns colegas.

— Não, ele é meu amigo.

Uau, eu consegui mesmo, dizer que alguém, que eu mau conhecia, era meu amigo. Olhando para Jayce, seu sorriso, tudo nele, transmite confiança.

— Você, têm um bebê?

O aperto no meu coração, foi inevitável.

— Não.

— Você pode pedir ao seu amigo.

Deixo um sorriso escapar. O que essas crianças de hoje, costumavam comer, ou assistir, era impressionante, o modo de raciocino dela.

— As coisas não são simples assim, linda.

— Por quê?

Oh! Alguém me ajude aqui. Como se pudesse me ouvir, a voz de Jayce, desperta a atenção da pequena.

— Posso pegar minha amiga, emprestada?

Ela abre um sorriso. Era evidente, que o charme de Jayce, tinha domínio sobre as crianças.

— Posso ficar com o Rex?

Meu gorducho, estava de barriga para cima, sendo afagado pela menininha, era tudo que ele queria.

— Você olha ele?

Ela concorda, sorrindo. Fico de pé e sigo Jayce. Ele parou diante de um grupo, me apresentou, isso me deixa nervosa. Não costumo ficar no meio de muita gente, tão pouco, interagir, mas com ele ao meu lado, ficava impossível. Apesar de ser solteiro, Jayce era muito querido por todos ali, eu até entendo, por ele não querer vir só, todos com exceção dele, eram casados.

— Com fome?

Eu não estava, até sentir o aroma, da carne grelhada.

— Parece, bem apetitosa.

Ele sorri. Nos dirigimos até uma mesa grande e posta, onde ele me serviu, um pouco de salada de batata, que parecia divina. Seu amigo exibia uma porção de filés, recém-grelhados.

— Experimente os filés.

— Obrigada.

— Minha Anne, ficou impressionado, com a beleza da sua amiga, Jayce.

Jayce me observa, havia um cintilar nos olhos, com um sorriso, que fazia meu corpo todo, estremecer.

— Eu tenho que concordar com a Anne, Zinn, é muito bonita.

Oh! Ótimo, eu estava ruborizada, sentindo cada partícula em meu corpo, vibrar sob os olhos lindos dele. Droga! Eu tive que controlar para não soltar um suspiro.

                      *******

           Eu havia me esquecido, de como era o calor humano. Sair, socializar e me divertir, tudo isso era proibido na minha vida infeliz, mas agora, graças a Jayce, estava redescobrindo tudo isso. Eu não sabia, o que seria de mim, assim que precisasse me mudar, naquele momento, me entreguei a fantasia, me permitindo sonhar.


— Chegou a hora, preciso está perto para registrar a reação de Frédéric.

Abri um sorriso. Observando enquanto todos vibram, quando o casal, ergue dois canudos e giram, explodindo confetes rosas.
Senti um pesar no peito, ao me recordar, que nunca poderia vibrar como eles, nem ter esse momento. Não percebi haver lágrimas se acumulando em meus olhos, até uma escapar e rolar pelo meu rosto.

— Você, está bem?

Jayce estava parado, me olhando, sua testa estava franzida, e havia preocupação em seus olhos.

— Desculpe, é que, foi lindo.

Ele abre um sorriso, prestando atenção na cena, o casal de amigos dele, agora se beijavam, comemorando a bebê, que logo viria.

— Meu amigo, vai ser pai de uma princesa.

Sorrindo, eu o observo.

— Viu, acertou na escolha do presente.

Seus olhos brilham, sem conseguir disfarçar seu sorriso.

Após o churrasco, nos despedimos de todos. Anne, me cobrou uma nova visita, não tive como negar, já que Jayce afirmou, que voltaríamos. No final do dia, até Rex estava com uma cara de satisfação, recebeu tanto afago das crianças, que estava desmaiado.
Jayce, parou o carro em frente a minha casa, ele deu a volta, me ajudando com Rex.
Estávamos parados, diante da minha porta, sem dizer nada, só não queria que aquilo terminasse, mas enfim, acabou.

— Obrigada, pelo convite.

Ele sorri.

— Eu que agradeço, por está lá, ao meu lado.

Estávamos num impasse, aguardando, quem diria tchau, primeiro.

— Bem, então, até.

Viro-me para entrar, mas a mão de Jayce, envolve meu braço, paraliso.

— Espera!

Meu coração, nunca o senti pulsar tão forte. Parecia que ele faltaria do meu peito.

— Ainda é cedo, que tal, uma volta?

Olho para Rex, ele definitivamente, não estava com disposição para uma volta.

— Humm, preciso por água para ele.

Jayce assenti e me segue enquanto cuido do garotão cansado.
Fazer as coisas sob o olhar intenso de Jayce, me deixava tímida. Eu podia senti-lo, mesmo de costas. Nem todo exercício de respiração, daria um jeito nesse meu nervosismo.
Pelo menos, aqui fora da casa, podia respirar. O fim de tarde, começava a dar seus sinais, os tons de laranja se misturando com o rosa, tendo o azul como fundo, era espetacular, mas nada supera, o homem incrivelmente lindo, caminhando ao meu lado. Seguimos pela calçada, as ruas, ornamentada por árvores, algumas só tinham as formas nas copas, outras, os tons de dourados, se misturavam em meio ao verde que começava a desbotar.
Seguimos até a Praça, a visão dela, com iluminação, era impressionante, até o pequeno chafariz, possui luzes, dando uma aparência de magia.

— Meus amigos, gostaram mesmo de você.

Ergo uma sobrancelha e pisco.

— Tenho um dom, costumo enfeitiçar as pessoas, sabe, esse meu sorriso.

Cutuco ele, o provocando.

— Acho, que a convivência comigo, está afetando seu ego, Baby.

Ah! Se ele soubesse, o quanto tudo em mim, estava afetado, agitado desde que o vi.

— Está pensando em quê?

Olho em seus lindos olhos, como seria fácil se perder neles.

— Nada.

Ele passa a minha frente, quando desvio meus olhos, ele segura meu rosto, fazendo com que o olhe.

— O que te aflige tanto, Zinn?

Mordo o lábio, ou ele tremeria denunciando meu medo. Ele usa seu dedo, traçando uma linha em volta de meus lábios. O contato era tão aquecedor, meus olhos se fecham, aproveitando a sensação.

— Você é tão linda.

Aí, não, não, por favor, não me faça experimentar o sabor do paraíso, quando minha alma, queima num inferno, e o único sabor que sinto, é o amargor da minha infelicidade.
Eu senti sua respiração, cada vez, mais perto.

— Eu quero te beijar, Zinn, desde aquele dia, onde você estava perdida.

Tuntum..Tuntum...

Meu coração gritava.

Quando senti a maciez quente, dos seus lábios, pressionados contra os meus, precisei arrancar todas as minhas forças, para não desfalecer ali. Jayce envolve minha cintura, me aprisionando contra a quentura do seu corpo, meus lábios se rendem, abrindo para receber sua língua dançante. Esse homem, era irresistível, estava perdida. Ele me apertou contra seus músculos, e quando seu volume, pressionou contra minha barriga, ele gemeu, interrompendo o beijo. Estávamos ofegando, tentando respirar, sua testa estava descansando, colada na minha e suas mãos ainda permanecem em volta da minha cintura.

— Isso, foi incrível, mas estou começando a perder o controle de algumas partes em mim.

Olho para baixo e observo o volume sob sua bermuda.

— Eu te devo um sorvete, vem.

Lágrimas De SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora