Capítulo dezessete

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Jayce...

Detroit...

O centro da cidade de Detroit, perto das enormes torres da sede da General Motors, tem um belo e bem conservado calçadão de frente para o rio, onde há cafeterias, fontes, carrosséis e pessoas passeando. Do outro lado do rio é possível ver o Canadá. Uma bela cidade, para quem tem tempo de explorar, eu, porém, estava com pressa e a trabalho. Eu sabia que não era um trabalho oficial, mas era a mulher que amo, então focaria em cada informação.
Atravesso as ruas movimentadas pelos habitantes e alguns turistas e vou em direção ao "Debanks". O lugar era luxuoso, situado num enorme arranha-céu, as portas giratórias eram imensas, assim que adentro o local, observo os locais onde câmeras ficam estrategicamente posicionadas. Movo-me seguro até um enorme balcão, onde há um atendente sorridente, respiro fundo e estufo meu peito, seus olhos brilham assim que nota, um sorriso malicioso de canto nos lábios vermelhos, indica que sou uma presa, pronta para ela devorar, mas ela não faz ideia, de que sou o caçador e tudo que quero, é arrancar informações dela, se fosse preciso sorrir, meloso eu o faria, porque era o rosto da Zinn, que sempre vinha na minha mente.

— Bom dia!

Ela tamborila suas unhas vermelhas no balcão e me examina com olhos de rapina. Olho para seu crachá e noto que seu nome, combina metodicamente com ela.

— Grace, é um prazer conhecê-la, estou interessado, numa conta antiga, mas não sei se ainda esta ativa.

Ela abre um sorriso e se curva para frente, apoiando-se no balcão.

— Eu posso ver isso, senhor...

Pensa rápido.

— Ricky.

— Então, qual o número da conta?

Sorrio, enquanto ela digita, quando enfim termina, morde o lábio e franze a testa.

— Uau!

Sua reação me intriga.

— Algum problema?

— Se Cinco milhões, forem um problema, eu adoraria resolver para você.

— Cinco milhões?

— Sim, é o que está no sistema.

— Quando foi a última transferência?

Ela torce o lábio.

— Parece que há três, e meio anos, desde então, ninguém movimentou a conta.

Merda, faz sentido, o cretino havia morrido, essa transferência deve ter sido efetuada antes de descobrirem sua morte e agora, todo esse dinheiro, sabia que Zinn, corria perigo.

— Pode descobrir, de onde as transferências, foram feitas?

— Desculpe, mas não consta, parece haver inúmeras contas.

— Pode por favor, imprimir isso para mim?

Ela olha para os lados, parece nervosa.

— Não posso fazer isso.

— Por favor, Grace, seria de grande importância.

Abro um sorriso sedutor e aguardo que funcione.

— Tudo bem, mas isso nunca aconteceu.

Pisco, exibindo meu sorriso.

                           *********

Eu estava no hotel, examinando a pilha de documentos, quanto mais eu olhava para aquela pilha, mais meu estômago se revira. Meu celular toca, me tirando daquela confusão, olho e vejo o nome de Frédéric na tela.

— Frédéric?

— Jayce, você precisa voltar!

Fico de pé rapidamente.

— Zinn?

— Ela está bem, mas tem algo que precisa saber.

Eu comecei a imaginar mil coisas, nenhuma delas me fazia bem.

— Fala logo!

Eu sabia haver algo errado, a voz dele estava tensa.

— O tal, Dominic, ele apareceu aqui, Jayce.

— O quê?

Eu comecei a suar frio, o pânico começou a me dominar, aquele cara, está na mesma cidade que Zinn, e eu estou aqui, a quilômetros.

— Merda!

— Jayce, o cara apareceu com mais dois policiais, não fui com a cara deles, tem algo muito errado.

— Fred, ele está aí, perto da Zinn.

— Fique calmo, vou dar um jeito.

— Estou voltando hoje.

— Fique calmo, se você aparecer aqui, todo nervoso, irá levantar suspeitas. Jayce, aqueles caras, eles são frios e desconfiados.

— Eu vou grudar nesse babaca, estou voltando, descobri algo muito importante, já faço ideia, porque esses cretinos querem localizar Zinn.

— O tal Dominic, me pareceu muito dissimulado.

— Ótimo, se ele chegar perto da Zinn, eu mesmo torço o pescoço dele.

— Vou ficar de olho.

— Ok!

Após encerrar a ligação, comecei minha busca por um voo, precisava retornar o mais rápido possível, havia uma certa angústia no meu peito, me impedindo de respirar.

Lágrimas De SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora