"13º dia
—Se divirtam crianças. —Anna beija minha bochecha enquanto seguro a porta a observando sair da minha casa.
E de repente eu queria que ela ficasse ali.
—Se divirta também. —consigo desejar antes de fechar a porta, e no momento do click dela encostando no batente o clima mudou dentro da minha pequena casa.
—Amelia. —fecho meus olhos sentindo meu corpo tremer com a voz dele baixa e rouca perto de mim.
Me abaixo colocando o Kal no chão fazendo carinho na cabeça dele.
—Sim?— pergunto ainda sem me virar mordendo meu lábio com medo do que poderia acontecer ali.
Eu sabia que aquela noite era a última da minha vida antiga.
—Precisamos conversar... —uma mão segura meu ombro afastando meus cabelos do pescoço e fecho meus olhos tremendo.
—Sobre? —tento manter a voz controlada e falho miseravelmente.
—Pensei naquela sua proposta sobre eu virar leiteiro. —o que?— você iria querer meu leite mesmo?"
Eu devia saber que em algum momento Henry perceberia as cantadas, ele não era burro, na verdade era uma das pessoas mais inteligentes que eu conhecia.
Como eu me deixei enganar por tanto tempo achando que aquilo ficaria assim?
—Amelia! —a mão dele enviava arrepios de terror para o meu peito, minha mente gritava para eu correr.
Não! Chega de fugir, chega de toda essa droga de brincadeira idiota. Não somos crianças porra, eu não passei por tudo que aquilo para fugir de novo.
—Henry. — me viro encarando os olhos dele, a boca perto da minha, a respiração batendo em meu rosto.
E toda minha coragem morre... Ele tinha esse poder.
—Você? — incentiva, o rosto se aproximando mais um pouco.
—Isso é loucura. — me afasto irritada, comigo, com ele, com Anna, com o universo. —É loucura eu estar apaixonada por você, é loucura, eu, uma mulher de 30 anos precisar de um desafio idiota para perceber que cansei de ser só sua amiga. NÓS SOMOS CASADOS HENRY, CASADOS E VOCÊ NUNCA ME BEIJOU! — grito olhando ele com os olhos arregalados e o coração acelerado.
—É LOUCURA? VOCÊ NUNCA DEU NENHUM SINAL DE QUE ME QUERIA PORRA. —ele grita de volta me assustando, e sua expressão fica mais intensa. — Eu quero você desde que esbarrou em mim na Piazza del Erbe Amélia.
Ele? O que? Todo aquele tempo?
—O que? — sussurro sem conseguir pronunciar nada mais.
—Eu te amo, será que da pra entender? — se aproxima enquanto fala. — Durante cada dia dos últimos três anos eu me apaixonei mais por você, a cada hora eu percebia mais um detalhe que me deixava encantado, abalado. Eu quis matar sua mãe por ela ter te afastado de mim... Eu casei com você porque você era... Você é, a única pessoa no mundo a fazer que minha vida ter cores, a única capaz de me desestabilizar por completo.
Nós dois ficamos nos encarando por longos minutos, a respiração de Henry parece tão agitada quanto a minha, as mãos dele estão estendidas em frente ao corpo como se quisesse me tocar.
—Foda-se. — rosno correndo até ele grudando nossas bocas com toda aquela paixão que mantive guardada no último ano.
As mãos de Henry seguram minhas coxas enquanto as minhas agarram seus cabelos, enfio os dedos entre os cachos curtos ao sentir os dele me apertando contra seu corpo. Nossas línguas se entrelaçam e tocavam como se palavras nunca fossem dizer tudo tão perfeitamente.
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Dolce Pandoro - Concluída
RomanceFamília são aquelas pessoas com quem escolhemos passar nossos melhores e os piores momentos. Lar não necessariamente precisa ser um lugar. Pode ser uma pessoa, um país, cada um tem sua própria definição. Para Amélia Andrews essas duas palavras signi...