Voglio sposarti Henry

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Eu havia magoado o Henry.

Percebi isso no instante em que as palavras tinham saído da minha boca e chegado aos ouvidos dele, o maxilar travou, a respiração deu uma travada e os olhos esfriaram. Fiquei parada observando ele se curvar, uma lágrima descendo pela ponta do nariz enquanto vestia a calça e então, sem olhar novamente em minha direção ele partiu.

Eu tentei gritar, tentei me vestir rápido para ir atrás dele, mas ao chegar a rua já era tarde demais e ele havia desaparecido. Levei cinco minutos da minha casa até a padaria depois de vestir algo descente, e mais cinco para entender que ele não tinha ido para casa.

Nem para a Piazza del Erbe, ou o porto, ou qualquer outro lugar da cidade.

Quando voltei para casa meu corpo reclamava como se eu tivesse passado por uma maratona, meu peito doía de uma forma assustadora e tudo que consegui fazer foi sentar no chão agarrada ao filhote peludo e chorar.

Ele havia me deixado.

[...]

Horas se transformaram em um dia, eu tinha criado forças para tomar um banho e me arrastado até a cama, mas não fiquei muito tempo nela acabando no sofá encolhida.

Eu iria deixar ele partir assim? Eu perderia mais aquilo por causa da minha incapacidade de lutar pelo que amo?

A idéia de nunca mais ter Henry cantando junto com a música do rádio, um avental preso a cintura e o cheiro de comida invadindo minha casa, é totalmente inviável para minha mente e meu coração. Imaginar minha vida sem meu melhor amigo, o homem que eu amo, aquele que me protegeu de tudo até de mim mesma, pensar em não estar com ele é como não poder respirar.

Henry é meu ar.

—Acho que chegou a hora de lutar a própria batalha Amélia. — murmuro me levantando decidida, e surpresa por minhas pernas funcionarem.

Um banho quente, um suéter dele, minhas meias amarelas e um salto.

Visto aquilo como uma armadura antes de sair de casa indo para a padaria convencida de que o encontraria lá. Henry nunca ficava dois dias sem abrir, por isso o bilhete na porta é o primeiro balde de água fria que jogam sobre mim naquele dia.

—Anna? — chamo depois de entrar, as cadeiras estavam sobre as mesas o balcão vazio e a mulher ruiva arrumando algumas xícaras sobre a mesa.

—Oi querida, só um instante. — ela me da um sorriso calmo e mordo meu lábio ao ver sua expressão murchar. —Você está de salto? O que está havendo?

Preciso unir todas minhas forças quando as lágrimas voltam aos meus olhos, olho para os meus pés e nego com a cabeça respirando fundo.

—Sabe onde o Henry está? — pergunto devagar e o segundo balde de água fria chega com um balançar de cabeça negativo.

Onde você está padeiro?

—Achei que estivesse com você. Aconteceu algo? — ela fica preocupada e suspiro negando devagar.

—Nós brigamos ontem, queria pedir desculpas a ele. — digo simples olhando minhas mãos como se alguma solução fosse aparecer ali.

—Você pode pedir a tarde, hoje Marianne e Colin chegarão a cidade, e é claro você é bem vinda a se juntar a família. — sorrio pensando nos dois e em como se tornaram importantes para mim durante o último ano.

Como reagiriam ao saber do divórcio? Me odiariam também?

—Estou com saudade dela. — falo baixo passando a mão no meu cabelo. —Vou dar um passeio na cidade, quem sabe encontro com ele na praça.

Dolce Pandoro - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora