One Night

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Ainda naquele final de tarde, o saguão do instituto repentinamente se tornava agitado.

- Senhor Park, que alegria tê-lo de volta tão cedo. - A mulher que se mantinha até agora do outro lado do balcão diz, em seguida levemente se curvando.

- Para quê toda essa formalidade, Enfermeira? - o homem de roupas claras e sapatos marrons, que havia acabado de passar pelas portas do instituto, responde em um tom divertido.

- Então, sentiram minha falta?

- Certamente, o instituto não é o mesmo sem você por aqui. Então, como foram suas férias? - a de uniforme pergunta se aproximando um pouco.

- Foram ótimas, pude descansar bastante. Porém, confesso que já não posso passar tanto tempo longe do instituto, logo sinto falta dos funcionários e dos pacientes de certa forma. - ele diz apoiando-se de lado ao balcão.

- Sim, entendo completamente. Alguns funcionários devem estar aproveitando suas pausas agora, então, o senhor pode ir imediatamente se encontrar com o coordenador se preferir. - a mulher diz gentilmente.

O homem logo agradece, pega sua mala que havia sido apoiada sobre o balcão anteriormente e segue em direção as escadas, deixando para trás a enfermeira chefe com uma expressão desconfortável em seu rosto.

Mark havia assistido a cena acidentalmente enquanto se dirigia ao seu quarto, por algum motivo sua atenção tinha sido simplesmente atraída para a chegada do estranho homem.

Não encontrava nenhum sentido na conversa que havia escutado entre a funcionária e o homem, porém, supôs que ele seria apenas um visitante indesejável e seguiu seu caminho.
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Já era tarde da noite e todos os pacientes já permaneciam em seus quartos, inclusive Mark, que não havia tido avanços em suas tentativas de descobertas já que até agora Haechan não havia dado as caras em nenhum momento se quer.

- Droga! - o garoto solta o xingamento em tom baixo junto a um suspiro entediado.

Ele se levanta devagar de sua cama e vai em direção a porta, se retirando do cômodo. Os corredores estavam vazios e silenciosos, beirando o assustador, o único barulho que se era ouvido eram os dos passos quase silenciosos de Mark.

Caminhando por mais um tempo, ele seguia pelo que talvez fosse o ultimo corredor daquele andar e acaba encontrando uma espécie de corredor mais curto virando à direita ao final do mesmo, MinHyung imediatamente acaba esbarrando os olhos na figura de Haechan sentado ao chão com as pernas encolhidas ao lado de uma porta onde possuía uma placa escrita "DEPÓSITO/ Entrada Proibida".

O mais velho se aproxima um pouco mais com um certo olhar de desprezo até perceber que o outro notasse sua presença.

- Por quanto tempo pretende ficar aqui? - Mark pergunta colocando as mãos nos bolsos.

- Como sabia que eu estava aqui? - Haechan pergunta evitando contato visual.

- Eu não sabia, foi só uma coincidência. Que ridículo, não me diga que esteve dormindo nesse corredor minúsculo e gelado. - o canadense dava alguns passos ao redor.

- Não é da sua conta. - o garoto permanece olhando para baixo.

- Fod@-se! Olha, não sei por qual motivo você ficou tão chateado naquela noite e também não quero saber, mas eu não fiz nada de errado, então não ache que eu vim aqui pedir desculpas. - Mark diz em um tom irritado, passando a mão sobre nuca.

- Você é um imbecil. - o garoto indaga, finalmente olhando nos olhos do mais alto.

- É, eu sei disso. Então, para logo com essa cena e volta para a porcaria daquele quarto. - o mais velho fala firme.

- Por que? Você acha mesmo que eu vou... - a voz de Haechan é cortada quando ambos ouvem os sons de passos e vozes conversando enquanto se aproximavam cada vez mais.

- Droga, essa é a voz do senhor Park. - Hyuck se levanta rápido e agora parecia bem nervoso.

- E qual é o problema? - Mark não parecia entender a situação, provavelmente os cuidadores no máximo dariam alguns gritos nos dois ao serem pegos ali.

- Precisamos sair daqui agora. P-precisamos... - MinHyung ao ver o desespero do garoto com as vozes ficando cada vez mais próximas, apenas o puxa pelo braço e o leva em direção a sala que havia ali ao lado.

Eles entram rapidamente no depósito e fecham a porta, ouvindo atentamente as vozes se distanciarem aos poucos. Aquela sala era minúscula, a luz que existia ali dentro era fraca e haviam cobertores, caixas de luvas e outros materiais.

Mark ao tentar se erguer novamente, se espanta levemente ao notar o rosto pequeno e franzido que mantinha os olhos fechados a sua frente, rapidamente lembrando que ao entrarem ele havia simplesmente jogado Haechan para dentro e o colocado contra a porta ao fechá-la, até agora estava o impedindo de sair dali, também não pode deixar de erguer uma sobrancelha ao notar as mãos de Hyuck apertando com força a camisa do mais alto, ele realmente parecia estar com medo.

O mais novo ao abrir os olhos novamente e notar a posição que estava, cora levemente, largando a camisa de Mark e o afasta ligeiro.

- Sério, você está com tanto medo assim? Quem é esse tal de Park afinal? - ele pergunta curioso.

- Ele é um funcionário antigo que estava de férias. - ele solta um longo suspiro - Todos daqui o conhecem, ele é quase um demônio, trata os pacientes como animais e já feriu gravemente muitos deles.

Haechan dizia bagunçando os cabelos.

- Que merda, por que ele ainda está aqui então?

- Na verdade, ele é genro do coordenador do instituto, então ele acaba simplesmente ignorando as ações dele aqui e passando um pano em tudo quando as coisas ficam feias, por conta disso ele acaba sendo bajulado aqui dentro e os outros funcionários só seguem as ordens idiotas dele. Se tivessem nos pegado aqui fora a essa hora teria sido um desastre. - Haechan ainda suspirava preocupado.

Eles aguardam mais um pouco até começarem a se mover para sair do cômodo, quando novamente são obrigados a se manterem em silêncio ao perceberem mais passos se aproximando, eles chegam até muito perto da sala, a tensão se fazia maior a cada segundo quando de repente eles ouvem barulhos de um molho de chaves, logo entrando em contato com a fechadura do depósito, sendo trancada em seguida.

Haechan tenta ir até a porta para impedir, mas é parado por Mark, então, eles se mantém quietos até que a pessoa fosse embora novamente.

- Por que fez isso? - Hyuck pergunta irritado soltando-se dos braços de Mark.

- Você não disse que seria um desastre se nos pegassem aqui?

- É, mas agora estamos trancados, oque vamos fazer?

Mark olha para seu lado esquerdo e vai em direção a algo que se mantinha coberto por um lençol branco, havia ali em baixo um grande carrinho lotado de lençóis e edredons que provavelmente iriam para a lavanderia no dia seguinte.

- Quer saber, eu vou dar um jeito nisso, mas por hoje... - o Lee mais velho pega na parte de cima de uma das prateleiras dois pequenos colchonetes brancos - ...teremos que passar a noite por aqui.

A Dose of Life || NCT DREAMOnde histórias criam vida. Descubra agora