Voltar para casa depois de um dia inteiro preso dentro daqueles muros pode até ser gratificante para alguém, mas não para mim.
Meu Pai é quem sempre me busca, todos os dias, no mesmo horário, eu vejo seu carro prata e ele de óculos escuros me esperando pacientemente. Eu amo ele, não por vê-lo mais que minha mãe, apenas gosto quando ele conversa comigo como se eu tivesse 18 e não 16. Minha mãe me trata como um bebê, já ele, me trata como um homem.
— Sua mãe vai almoçar fora, hoje será só nós três. — Ele me avisa assim que saímos do estacionamento do colégio.
Deve estar se perguntando como serão três se minha mãe não vai estar em casa. É simples, uma das amantes dele vai nos fazer companhia toda a tarde.
Meu Pai tem uma filosofia diferente, no começo eu surtava e queria contar tudo para minha mãe, não aceitava que outra mulher ocupasse o lugar dela nem por um segundo. Mas cresci e entendi ele.
Se tudo for só amor e fidelidade entre eles, logo eles se odiariam, porque não existiria o medo da perda. Mas com a traição, eles não enjoarão um do outro e sempre vai existir a insegurança e o receio de ser trocado.
Não é como se minha mãe soubesse, ela não sabe, mas deve sentir. E assim, ela sempre vai tentar ser a melhor esposa, sabendo que ele pode trocá-la quando bem entender.Dessa maneira, meu Pai se tornou o único homem que ela ama. Se ele não se importar com algo, ela se preocupa, e logo eles estão bem. Nunca vi eles brigarem, porque ela não quer deixá-lo infeliz no casamento.
— Qual delas? — Pergunto retirando o casaco e uniforme. — Qual delas você prefere hoje? — Ele responde minha pergunta com outra.
Sempre que temos esses "furos" na rotina, sou eu quem escolhe a mãe temporária que vou ter. É como um acordo, eu tenho o direito de escolha e por conta desse direito, meu Pai tem garantido que minha mãe não saberá de nada.
— Pra mim tanto faz, não sinto fome e não quero conversar hoje. Você pode aproveitar a tarde sem mim.
Surpreso, ele retira os óculos e me encara. Meu Pai e minha Mãe são bem jovens, me tiveram na flor da idade e são casados desde então. No começo pensavam que ele era meu irmão por ter uma aparência tão boa. É difícil acreditar que ele tem um filho de 16 anos.
— Conta o que aconteceu. — Ele exigi com tranquilidade. Nós dois conversamos sobre tudo, ele é muito aberto e se preocupa comigo. — De um tempo pra cá você não levou mais garotas pra casa, se apaixonou por alguma delas?
Não contei pra ele que andei me aventurando com outro homem. Vocês devem pensar, bom ele tem medo de contar pro Pai que pode se tornar um homo em breve, porra, claro que não. Meu Pai só diria "É só foder com ele, se você gostar dele, casa com ele, mas não seja trouxa por ele."
O problema é...
Meu Pai é tipo um galã, conquista muitas mulheres, não se conforma apenas com uma, de certa forma eu sou muito parecido com ele. E sempre são mulheres, nunca ele sequer desejou um homem, como vou contar que estou saindo com um? Ele vai ficar mais paranoico que eu, no porquê estou interessado na porra de um garoto.
— Corta essa Pai, eu não! — Pareci mais ofendido do que deveria. — Ha ha ha! Você parece tanto com sua mãe quando fica nervoso.
Quando chegamos na nossa rua, logo avistei o carro da mulher que ele vai ficar hoje. Nossos vizinhos já notaram essa rotação de mulheres que entram em casa, porém, é fácil para meu pai se livrar de fofocas, já que ele é um cirurgião e trabalha especificamente com plásticas femininas.
Para todos, são apenas pacientes e para mim, são todas umas gostosas.
— Não pense em fugir hoje e ir para a casa de qualquer amiguinho. — Ele fala assim que me vê sair do carro e correr para dentro. — Vou pedir para levarem alguma coisa pra você comer!
Passar sem ver a mulher é fácil quando sua casa é grande o bastante.
Todos os homens deveriam seguir os conceitos do meu Pai. Se o Pai de Namjoon não fosse tão fiel, ele não levaria tantos chifres da esposa. O mesmo digo para Namjoon, ele é mais velho que eu e não consegue conquistar nem um terço das garotas que levei para a cama. E eu tenho 16 anos!
Mas agora eu estou prestes a ver pornô gay, então estou sendo pior que ele.
Assim que entrei debaixo do chuveiro, pensei, eu não vou pegar mais nenhuma garota se continuar assim. Por que Kim Seokjin teve que ficar preso comigo em uma cabana?! E por que estou tão desesperado para foder ele de novo?!
E agora estou batendo uma pensando nele.
— Ei! Me chama pra jogar basquete e fica parado que nem uma ameba? — Namjoon me grita da outra extremidade do campo, estamos só nós dois nesse final de tarde pulando pra lá e pra cá com uma bola. — Cansei.
Respondo e vou até a ponta e ali mesmo no piso eu sento para beber água. Namjoon jogou a bola de lado e se sentou comigo. Nós dois não saímos muito juntos. Mas aqui nesse condomínio fechado, temos apenas esse lugar para ficar quando não queremos estar dentro de casa.
— Você tá todo esquisito hoje. — Ele fala logo depois indo mexer no celular. — Não causou problemas na escola, me chamou pra jogar basquete mesmo sabendo que iria perder...
Pelo jeito não posso mudar um pouco de humor que todo eles descobrem que algo está errado. Suspirei e olhei para o espaço a nossa frente, não vou comentar isso com ninguém, não posso correr o risco de contar o segredo de Seokjin.
Na real, não me importo em ficar com um homem. Mas se alguém descobrir, ele não vai querer nada comigo, vai pensar que saí espalhando e Namjoon com certeza espalharia.
— Namjoon... — Começo a falar e então por não ter escutado minha voz a maior parte do dia, ele tira os olhos do celular e me encara, pronto para me ouvir. — Eu quero comer a sua irmã.
Assim que digo isso, recebo um tapão na nuca e levanto saindo correndo. O que é uma ideia bem burra já que ele é 100 vezes maior que eu e me alcançou com muita facilidade para me dar uma rasteira. Só vejo meu rosto se aproximando do chão quando apoio minhas duas mãos evitando um impacto mais forte.
— Tá louco garoto! — Namjoon para atrás de mim enquanto sento no chão com os dois cotovelos sangrando, começo a rir da cara de ofendido que ele tem. — Alguém um dia vai fazer isso otario, não é melhor que seja eu?
Me ajudando com os ferimentos, ele se agacha e joga água para limpar o sangue.
— Não entendo como você é tão novo e a única coisa que passa por essa cabeça oca é só em como vai entrar na calcinha de uma menina. — Fiquei assistindo ele limpar minhas feridas que nem notei o peteleco que receberia na testa. — Um homem precisa de amor e afeto! Você algum dia vai entender, isso é porque é um punheteiro fedido ainda.
Dizendo isso ele se ergue e vai atrás da bola.
— É por isso que seu Pai é traído. — Falei baixinho quando ele estava distante e de costas. — Amor e afeto nem existe mais.
Dar amor e afeto é pedir para ser trocado, ninguém valoriza isso. Ninguém quer o que tá ganho, só amam de verdade aquilo que todos competem para ter.
Se depender de mim, eu vou ser o filho da puta antes que sejam comigo. Posso ser fingido, mas a pessoa não vai me enganar antes que eu engane ela primeiro. Quando ela notar que não presto, é só assim que não vai me tirar da cabeça.
É assim que vou ficar preso na cabeça de Seokjin e vou fazer ele me amar de verdade.
>> Trazendo um pouco da criação do Jungkook só para não ser um personagem vazio.
Lembrando que isso são ideias dele com 16 anos, nosso personagem já evoluiu um pouco os ideias.domacars S2
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𝚈𝙾𝚄 𝙰𝚁𝙴 - 𝙺𝙾𝙾𝙺𝙹𝙸𝙽 {𝙺𝚂𝙹, 𝙹𝙹𝙺}
FanfictionJungkook~ "Você é tudo pra mim, então quando você vai me dizer que sou tudo pra você também?" Depois de um término cheio de confusões, Seokjin começou a namorar o vizinho da porta da frente de Jungkook. Mas apesar dessa nova relação, Jin ainda volta...