Capítulo 17

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Baekhyun

Baekhyun acordou com o som de batidas em sua porta, se espreguiçou e notou que já estava se sentindo bem melhor em comparação a noite passada. Levantou-se devagar e ao abrir a porta deu de cara com seu pai.
— Oi, pai. Aconteceu alguma coisa? — Baekhyun perguntou preocupado, pois seu pai raramente aparecia pelo campus para vê-lo.
— Bom dia, filho. — Ele deu um abraço no menor e entrou em seu dormitório. — Você não está com uma cara muito boa, está doente?
— Estou melhor agora — disse com um sorriso pequeno e foi até o banheiro escovar seus dentes.
— Eu vim até aqui para dar notícias do seu carro, eu passei na oficina e ainda não tem previsão para o reparo ser concluído. Então resolvi deixar minha vespa com você.
— O senhor quer mesmo que eu ande por aí naquela coisa?
— Qual o problema? Ela funciona muito bem, não precisa desdenhar da minha blue — seu pai disse com um bufo e Baekhyun riu.
— Tudo bem pai, eu vou fazer bom uso dela, pode ficar tranquilo.

( ◜‿◝ )♡


Baekhyun estacionou a vespa na entrada da Universidade de Chanyeol e começou a vasculhar o local em busca do grandão.
— Não acredito que teve a coragem de aparecer aqui depois da palhaçada que fez ontem. — Baekhyun deu um pulo quando ouviu a voz grossa atrás de si e virou para dar de cara com um Chanyeol muito irritado. — O Sehun comentou com o Jongin que não entendeu o motivo de você não ligar para ele, já que estava se sentindo mal, ou seja, aquela historinha de que ele não atendia o telefone não passou de uma grande mentira para estragar minha noite. Impressionante como até doente você quer acabar com a minha vida.
— Minha missão de vida é infernizar você — respondeu com um sorrisinho debochado, mas por dentro estava queimando de raiva por Sehun ser tão linguarudo. — Vai que eu tivesse morrido ontem? Quero partir sem arrependimentos.
— Era só uma virose, Baekhyun — Chanyeol disse revirando os olhos.
— Os médicos sempre dizem isso e olha quanta gente morre? Eu não podia arriscar.
— Você é ridículo, Baekhyun. Agora fala logo, veio fazer o que aqui? Não tenho tempo ou vontade de ficar aqui ouvindo você.
— É o seguinte... meu carro não tem previsão para ficar pronto.
— Espero que goste de andar de ônibus — o maior disse o interrompendo. — Eu quero meu carro. Cadê ele por sinal?
— O combinado foi o carro ficar comigo até o meu ficar pronto.
— Não estou negociando com você.
— Mas eu já pensei em uma solução e tudo para você! — exclamou contente e Chanyeol o olhou desconfiado.
— Qual?
— Surpresa! — Baekhyun gritou e apontou para a vespa azul estacionada. — Meu pai passou lá no dormitório mais cedo e deixou essa belezinha aos meus cuidados. Não é linda? — disse e acariciou o banco de couro.
— Não. Nem fodendo. Você já viu meu tamanho?! — ele exclamou apontando para si mesmo e Baekhyun aproveitou para admirá-lo de cima a baixo como quem não quer nada. — Eu vou ficar horrível nesse treco.
— Você já é horrível. Não vai ser nenhuma novidade — respondeu dando de ombros.
— Eu não vou usar isso. Eu quero meu carro.
— Tem certeza? Então acho que não tem problema enviar um certo print para que todos possam ver — Baekhyun disse e retirou o celular do bolso, mas antes que pudesse sequer desbloquear o aparelho, Chanyeol agarrou seu pulso e o impediu.
— Tudo bem, eu uso essa merda. Agora vai embora que não consigo nem olhar pra sua cara — disse irritado e Baekhyun riu.
— Eu sabia que você seria um bom menino, Park — disse e começou a se afastar. — Por isso resolvi adiantar seu prêmio. Que tal checar suas mensagens.
Chanyeol ficou confuso, mas retirou seu celular do bolso e conferiu as conversas não lidas, entre elas havia uma foto enviada por Baekhyun nesta manhã. Ao abrir, notou que se tratava de Baekhyun deitado em sua cama, seu rosto não podia ser visto e ele usava apenas um blusão branco, os botões superiores estavam descobertos e seu peitoral podia ser visto, mas o que realmente desestabilizou Chanyeol, foi que o menor tinha uma coleira no pescoço e segurava a corrente com as duas mãos.
— Tudo bem aí, Park? — Baekhyun perguntou com um sorrisinho convencido enquanto assistia o maior engolir a seco.
— Estaria tudo ótimo se você não existisse, mas como existe, está no máximo bom.
— Aham, claro. Vou fingir que acredito em você. Viu como eu estou caridoso hoje?
— Vai se fuder, Baekhyun. Mas estou curioso…
— Sobre o quê?
— Você curte essas coisas? — perguntou olhando para todos os lados, menos para o rosto do menor.
— Que coisas?
— Algema, coleira... você sabe, essas coisas.
— Às vezes — Baekhyun respondeu com um pigarro, pois mesmo sem querer, uma imagem de Chanyeol o algemando na cama surgiu em sua mente. — Sempre é bom dar uma diferenciada.
— Claro, claro — Chanyeol respondeu rápido demais e então ambos caíram em um silêncio desconfortável.
— Tenho que ir agora, ainda tenho que voltar no dormitório para buscar nosso carro — disse e Chanyeol ofereceu o dedo do meio como resposta.
— Não pensa que esqueci o que fez ontem, Baekhyun. Vai ter volta!
Ele ouviu o Park gritando enquanto se afastava e sorriu para si mesmo.
— Mal posso esperar…

(✿ ♡‿♡)

Chanyeol

Chanyeol estava encostado em sua “nova” moto enquanto observava a foto que Baekhyun havia enviado mais cedo. Estava tão focado na imagem que nem ouviu seus dois melhores amigos se aproximando.
— Chanyeol consegue ficar mais ridículo a cada dia — Kyungsoo disse se referindo ao tamanho do amigo para a moto em questão.
— Ainda está bravo comigo por conta da noite passada? — o maior perguntou, guardando o celular rapidamente no bolso.
— Claro! Você simplesmente abandonou seus amigos por nada!
— Não fala assim, vai — disse manhoso e agarrou o braço de Kyungsoo. — Ele ameaçou bater o meu precioso.
— Ele não ia bater seu maldito carro! — disse irritado e se livrando do alcance de Chanyeol.
— Eu não duvido que o Baekhyun faria isso — Jongin disse distraído enquanto trocava mensagens com Sehun no celular.
— Viu, o Jongin entende por que tive medo. Mas foi mal gente, sério.
— Tudo bem, cara — Jongin disse compreensivo, mas Kyungsoo bufou.
— Tudo bem nada! Essa guerrinha de vocês está atrapalhando suas vidas pessoais. Já acabou o pouco limite que restava! E eu estou cansado de tentar colocar você na linha, Park Chanyeol.
O maior suspirou, mas não tinha argumentos para refutar a afirmação de seu melhor amigo.
— O Kyungsoo tem um ponto, Chanyeol — Jongin concordou. — Vocês dois têm que se resolver de alguma forma. Como começou essa guerra aliás?
— Eu não lembro. Faz muito tempo — respondeu evasivo e seus amigos o encararam desconfiados. — Mas eu vou tentar melhorar, prometo.
— Já ouvi isso — Kyungsoo disse revirando os olhos e Jongin concordou.
— Dessa vez é sério. Mesmo que ele me provoque, eu não vou cair na pilha. Vou me concentrar apenas no futebol e na minha vida! — respondeu convicto e seus amigos estavam começando a acreditar que dessa vez as coisas melhorariam. — Talvez eu faça apenas uma última pegadinha para me vingar do que ele fez ontem e aí sim estamos quites.
— Desisto! — o menor disse jogando as mãos para o ar. — Eu lavo as minhas mãos!
— Eu de Kyungsoo — Jongin respondeu e os dois começaram a caminhar para o campo de futebol americano, deixando um Chanyeol resmungando para trás.

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