(11) Culpa

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Os maus pressentimentos, a angústia constante e a inquietação. Tudo isso avisava ao Hatake que havia algo errado todo o tempo em que Sakura permaneceu desaparecida, porém, não esperava que fosse ele a razão do sofrimento causado à ela. Isso o pegou completamente desprevenido. Ele não conseguia quebrar o contato visual com a namorada, ela o olhava suplicante e aflita. Sakura sabia que o Hatake não hesitaria ir salvá-la assim que recebesse a mensagem de Sasori, e o ruivo contava com isso para o sucesso de seu plano.

_ Eu não sei de quem você está falando, mas eu estou aqui. Liberte-a ! - Kakashi exigiu. Sua voz ecoou fortemente pelo cômodo, ele havia cerrado o maxilar e fuzilava o ruivo com o olhar.

Sasori sorriu de forma psicopatica e ordenou que Kisame - o capanga que apontava o fuzil para Kakashi -, retirasse a arma das mãos do prateado, assim ele fez. Os primeiros raios de sol invadiam o quarto mofado ressaltando a presença de mais dois homens no local, um de cabelos laranja e piercings no rosto e outro com cabelo loiro comprido, ambos armados até os dentes.

__ Rasa Sabaku. - disse o ruivo - Esse é o nome do homem que você matou bem aqui nesse mesmo quarto, nessa mesma data, há exatamente 15 anos atrás.

Kakashi vagou mentalmente para suas memórias passado. Tinha apenas 19 anos, era sua primeira operação policial e se tratava da prisão do líder de uma organização criminosa que traficava pessoas, além de armas e drogas. Agora, o Hatake entendia o motivo do ruivo ter demorado tanto para dizer sua localização, ele queria que sua vingança acontecesse na mesma data e hora em que a operação havia acontecido. Kakashi lembrou-se também de sua da luta árdua contra Rasa, que resistiu à prisão e por pouco não tirou-lhe a vida, ele não teve escolha senão puxar o gatilho.

__ Esse homem foi um criminoso, um traficante...

__ Ele era meu pai! - Sasori interrompeu - Eu tinha dez anos quando vocês invadiram minha casa e...

__ Eu não dou à mínima para isso. - Kakashi rebateu ignorando o fato de ter o cano de um fuzil apontado para sua cabeça - Solte a Sakura. Deixe ela ir. - insistiu.

__ Sabe, Hatake. Eu planejava vender a Cerejinha ao primeiro velhote que me oferecesse uma boa quantia, uma pequena vingança pelo chute que ela me deu. Mas, aconteceu uma coisa muito fofa no carro. - Sasori gargalhou abertamente - Ela murmurou seu nome. para acreditar ? Mesmo desacordada, ela ainda pensa em você.

O Sabaku baixou o olhar para mulher ajoelhada aos seus pés. Kakashi ainda não conseguia encontrar uma brecha para livrar a rosada daquela situação. Tudo que ele havia feito nas últimas horas era somente para devolver-lhe a segurança e ali, diante de Sakura, ele se encontrava de mãos atadas, impossibilitado de salvá-la, tendo de vê-la à mercê de um crápula que desejava vingança contra ele.

__ E foi a partir daí que você descobriu que éramos namorados. - Kakashi concluiu.

__ Bingo! - Sasori berrou animado e ergueu a arma, atirando para o alto. Duas ou mais telhas se espatifaram no chão empoeirado, Sakura se encolheu chorando e seu grito foi abafado pela mordaça em sua boca.

Kakashi fez menção em abaixar-se para amparar a mulher, mas o Sabaku o impediu.

__ Opa! Parado . Se você não quiser ver os miolos dessa vadia espalhados aos seus pés, é melhor ficar quietinho.

Gomen - KakaSaku (em revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora