Cheryl
Eu contava as horas para o despertador tocar, queria desesperadamente sair daqui e não aguentava mais essa atmosfera sufocante dessa mansão. Ouvi meu estômago roncar, eu sei que poderia ter descido até a cozinha e ter comido algo mas se minha mãe me pegasse já era e ela sempre está atenta de um modo que nunca pensei que poderia ter visto e nessas últimas semanas desde que Jason desapareceu piorou.
Ela sabe de tudo o que acontece até mesmo fora de casa, sempre soube que a família Blossom é poderosa mas desse jeito nunca.
O despertador finalmente tocou e me levantei indo direto para o chuveiro e enchendo a banheira com água morna na esperança de parecer tranquila, assim que a banheira encheu acrescentei óleo de camomila e erva doce na água para acalmar os nervos e acho que já devia saber que não iria funcionar.
Já completamente arrumada desci as escadas indo tomar café com meus pais, me sentei em meu lugar e esperei a empregada me servir.
— Arrume essas costas Cheryl! Não nos faça passar vergonha sujando o nome de nossa família. — vociferou mamãe.
Me aprumei melhor na cadeira sob seu duro olhar.
— Cheryl! — olhei para mamãe curiosa. — Só vou lhe perguntar uma vez e quero que fale a verdade. — continuou ela. — Quem foi o garoto que veio para cá enquanto seu pai e eu estávamos de férias?
— O quê? Mas ninguém veio aqui. — tentei despistar na esperança de ela apenas ter perguntado retoricamente.
— Mas é claro que veio. — disse nana Rose fazendo todos olhá-la. — A última vez que ele veio foi quando as férias acabaram.
Olhei para vovó aterrorizada, ela quase nunca fala algo e quando fala ainda tem que me ferrar? Qual é tá de implicância?
— Eu não vou perguntar de novo. — disse mamãe.
— Não vou dizer quem é e vai ter que se contentar com isso, foi só um caso de verão e nada mais. — respondi tristemente.
— Escuta aqui sua vadiazinha. — disse ela se levantando e me segurando pelos braços o mais forte que podia. — Acho bom que seja apenas isso o que me disse mas se fizer de novo e sujar o nome de nossa família pode esquecer que é minha filha.
Senti as lágrimas invadirem meus olhos.
Se isso é ser mãe imagina se ela fosse minha madrasta ou algo do tipo.
— Sim mamãe. — respondi.
— E limpe essas lágrimas. — disse ela ajustando o guardanapo no colo. — Sem essa choradeira nojenta perto de mim.
Continuei comendo até sentir o olhar da minha mãe em mim novamente.
— Pare de comer Cheryl! Está gorda! Os Blossom precisam ser perfeitos e você está estragando tudo, você sempre estraga tudo nessa família. — ela deu uma pausa. — Matou seu irmão e sabe disso, sabe que é a culpada de tudo mas não vai pagar por nada porque infelizmente não podemos deixar a fortuna ir parar nas mãos daqueles abutres dessa família.
— Querida vá com calma... — disse papai mas mamãe o estapeou antes que pudesse terminar o que quer que fosse dizer.
Não fiquei lá para ouvir o restante da discussão, me levantei e saí daquela casa o mais rápido possível enquanto ainda podia ouvir papai e mamãe gritando um com o outro.
Dirigi o mais rápido que pude para o colégio ignorando todas as sinalizações e por pouco não levei uma multa, talvez eu tenha chegado naquele ponto da vida em que você não liga mais pra nada, nem para si mesmo e o que quer que aconteça com você é só um mero fato.
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The Secret (hiatus)
Hayran Kurgu"Ai merda isso não deveria ter acontecido" "Ai Cheryl e agora?" A vida de Jughead estava uma bagunça e ele achava que a situação não poderia piorar até que uma certa ruiva lhe mostrou que poderia sim, já do outro lado da cidade uma certa ruiva estav...