Sobrenome

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Para deixar Sarawat furioso, Tine acordou cedo. Saiu para comprar o café da manhã para os dois e quando voltou, o namorado ainda estava dormindo. Riu divertido ao imaginar a cara dele quando percebesse que estava atrasado — de mentirinha. Decidiu acordá-lo depois de comer e se arrumar. Tentou não rir, agir sério. Queria assustá-lo e tirar um pouco da tensão que havia nele. Sentou-se na beirada da cama dele e as mãos adentraram o pijama. Os dedos subiram pela barriga, levantando o tecido, e Tine beijou a pele dele, subindo aos poucos, sentindo Sarawat se remexer até acordar.

— Você tá atrasado.

— O quê? — A voz saiu rouca. Ele coçou os olhos e se sentou, se arrependendo logo em seguida por ter se afastado dos lábios que tanto gostava.

— Você dormiu demais, como sempre.

— Mentiroso. Sei que ainda tá cedo.

— Acha que eu tô mentindo?

— Acho!

Em um pulo, Sarawat se levantou da cama e correu para o banheiro, disposto a se arrumar. Tine riu da pressa dele. Quando Sarawat voltou, andando apressado de um lado para o outro, pronto para pegar a mala e viajar, Tine riu ainda mais.

— Do que você tá rindo, imbecil?

— Da sua cara de idiota. Não estamos atrasados.

— Eu vou matar você, Tine.

— Não seria capaz. — Levantou-se, rindo com diversão. Aproximou-se dele. Pegou nas bochechas cheinhas e o beijou na boca. — Você é louco por mim, como me mataria?

Por um momento, Sarawat relaxou com o beijo. Só por um momento. Depois empurrou Tine e andou até a sua cama, sentando-se para comer.

— Só nos seus sonhos que eu sou louco por você.

Tine se virou e lá estava Sarawat sorrindo como um bobo. Às vezes não conseguia controlar os próprios sentimentos. Tudo culpa de Tine e de como ele conseguia ser tão gentil consigo.

Uma hora depois, Sarawat e Tine estavam no estacionamento do dormitório. Sarawat encarava a moto que tinha, grande o suficiente para levar ele e Tine pela estrada. O problema era que Tine nunca havia andado de moto, porque morria de medo. Achava perigoso. Sarawat decidiu ser bonzinho com ele.

— Vamos de ônibus, então, medroso.

— Se você soubesse o quão perigoso é andar de moto pelas ruas movimentas daqui...

— Sei me cuidar muito bem.

— Eu não gosto de imaginar você andando nela. Me deixa nervoso.

— Pode ter certeza de que eu fico incrivelmente sensual em cima da minha moto. Você ficaria doido por mim.

— Doido por você eu já sou.

Sem graça, Sarawat fez careta e andou mais rápido.

Chegaram na cidade natal de Sarawat já anoitecendo. Andando pelas ruas até que chegassem à casa dos Guntithanon, Tine questionou:

— Como você tá se sentindo?

— Não tenho problema em ver os meus pais, o problema mesmo é a minha avó.

Tine pensou em perguntar o que tinha acontecido entre Sarawat e a avó, mas decidiu novamente esperar que ele falasse por si só na hora certa.

O clima do dia estava muito quente, e Sarawat estava começando a se arrepender de ter topado aquilo. Que o seu pai fosse buscá-lo pela orelha, então.

Não demoraram para chegar à casa. Tine ficou impressionado. Dois andares, larga, com vidros ao redor, piscina, grama verde.

— Quer dizer que você tem dinheiro, então?

IncógnitaOnde histórias criam vida. Descubra agora