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DEMIE, cherryl.

Fazia mais de cinco minutos que Sammy estava desmaiado. Eu e a enfermeira colocamos ele na cama depois de tanto sofrimento, até porque o garoto é alto e pesado.

A enfermeira disse que foi apenas uma queda de pressão, que sempre acontecia com as pessoas que tem medo de agulha. Era normal. Antes da mulher sair do quarto, disse para chama-lá assim que ele acordasse.

O quarto está em um silêncio desconfortável e irritante, preferiria o Sammy reclamando das coisas como sempre.

Respiro fundo, soltando todo ar que estava preso em meus pulmões e balanço minhas pernas, enquanto olhava fixamente para a cama em que Sammy estava deitado. Não tinha nada pra fazer aqui, nem com celular ou algum livro eu pude trazer.

Desço da cama, indo até onde o Sammy estava deitado e fico colocando o dedo do rosto do garoto. Aperto as bochechas dele e em seguida faço um sorriso no rosto dele.

— Eu vou arrancar sua mão! — Ele abriu os olhos, me fazendo soltar um grito assustada e se afastar.

— Desde quando você está acordado? — Pousei a mão no meu peito, tentando me recuperar do pequeno susto.

— Alguns minutos antes daquela megera sair do quarto. Se ela está pensando que vai furar o meu braço de novo, está muito enganada. — Ele falou aterrorizado e se ajeitou na cama, colocando os braços atrás da cabeça. — Posso te fazer uma pergunta?

— Sim. — Assinto positivamente, meio desconfiada caso seja algo comprometedor.

— Você queria o número da Stassie pra você? — Ele perguntou.

Me engasgo com a própria saliva, desviando a atenção do Sammy e olhei para porta. — Claro que não, era pra uma amiga minha.

— Sei. — Pude sentir o tom desconfiado na palavra do garoto. — Eu acredito em você, mas saiba que se você estiver mentindo, eu vou descobrir a verdade. Porque eu sou inteligente e você não é.

— Me erra, você só abre a boca pra me criticar. — Reviro os olhos, dando dois passos até eu me jogar na cama.

— Faço isso porque não posso te chamar de feia. — Ele disse.

— Então você me acha bonita? — Olhei para ele com um sorriso zombeteiro.

— Não seja modesta! Até parece que você não sabe disso. — As sobrancelhas arqueadas do garoto o deixava fofo.

— Eu sei! Mas eu gosto de tirar onda com a sua cara. No momento, está sendo meu passatempo divertido. — Falei dando de ombros. — Você acha que vamos ficar muito tempo aqui?

— Acho que não. Quando sairmos daqui, vamos reunir todos nossos amigos e ver o álbum da escola pra relembrarmos os velhos tempos. — Ele sugeriu.

— Não! Já vou fazer isso quando eu morrer e for pro inferno!

— Que horror, Cherryl! Não seja pessimista. — Ele falou e em apenas questões de segundos, uma almofada foi acertada na minha cara, me fazendo soltar uma risada.

— Meu querido, olha para minha vida. Eu sou a pessoa mais azarada do planeta!

— Mas não é tão ruim assim. Você pode ter ótimas histórias pra contar futuramente. — Ele sorriu.

— Você acha? — Perguntei.

— Claro! Você vai olhar para trás e dar risada. Então quando olhar para frente, baterá o rosto em um poste porque o azar nunca vai sair de você, não importa a idade! — A risada do preencheu o quarto.

Pego a almofada e acerto no garoto, ouvindo apenas as reclamações do mesmo. Me levanto da cama e vou caminhando em direção a porta. Dou um último sorriso para o garoto, antes de abrir a porta e gritar pela Helena — a enfermeira.

— Cherryl, sua peste. — O garoto gritou desesperado e se levantou correndo até a minha direção. Colocou a mão na minha boca e fechou a porta com o pé.

Tento morder a mão do mesmo, mas apenas foi uma tentativa falha, a única coisa que consegui fazer foi deixar a mão dele babada.

— Eu vou tirar a mão e você promete que não vai gritar mais? — Ele perguntou cauteloso. Assinto com a cabeça positivamente e ele tirou a mão devagar.

Sorri sem mostrar os dentes e pressiono meus lábios, enquanto encarava o garoto.

— Oh Helena... — Gritei, mas Sammy tomou a minha boca com a sua, que nem tive reação alguma. Devo admitir que o beijo dele era calmo e delicioso, que me deixava atordoada igual uma barata. Toda minha tensão foi embora e eu me permiti colocar as mãos ao redor do pescoço dele, aprofundando o beijo enquanto suas mãos iam até a minha cintura.

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⏰ Última atualização: Feb 25, 2021 ⏰

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𝑨𝒁𝑨𝑹𝑨𝑫𝑨 • 𝑠𝑎𝑚𝑚𝑦 𝑤𝑖𝑙𝑘Onde histórias criam vida. Descubra agora