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WILK, sammy.

Coloquei a última mochila no porta malas do carro, enquanto o senhor e a senhora Demie trancavam a casa, pra não correr o risco de ser assaltada, ou algo do tipo. Até porque, estamos no outro lado da cidade, e a única coisa que eles tem de segurança na casa são as câmeras, em cada canto da casa.

Ontem eu e Cherryl descobrimos que os pais dela estavam vendo a casa cheia de fumaça, já que a câmera estava conectada no celular do James. Eles ficaram com preguiça de voltar para casa, então disse que não ligariam se a casa tivesse pegado fogo.

A senhora Megan disse que não ia deixar de falar mal do pessoal da igreja, só pra desligar o forno. Não julgo, isso é algo que o Johnson faria.

— Vamos voltar a nossa vida chata e sem graça. — Megan falou, dando uns tapinhas leves nas minhas costas. Nem tinha percebido que a mulher estava perto, então levei um pequeno susto.

— Vamos logo, tenho que chegar cedo pro culto. — Senhor James falou, empurrando eu, Cherryl e a mulher para dentro do carro, e ele entrou logo em seguida.

Coloquei o cinto de segurança, depois de tudo que eu passei, pode ser que a presença da Cherryl faz com que sofremos algum acidente. Não quero arriscar.

— Iremos chegar a tempo, James. Tenha calma! — Senhora Megan falou, pude perceber uma revirada de olhos logo em seguida.

— Você me fez atrasar até pro enterro do meu primo, querida. — Ele retrucou, ligando o carro e começando a dirigir.

— Mas você odiava aquele primo. 

— Por isso eu queria chegar mais cedo, não queria perder nada. — Ele falou, mas logo em seguida percebeu o erro nas palavras dele. — Quer dizer... que Deus o tenha.

Tentou concertar o que tinha falado, fiz o máximo de esforço possível para tentar segurar a risada. Coitada da Cherryl, por ter que aguentar tudo isso. Agora eu entendo o porquê dela ser azarada.

Cherryl me deu uma cotovelada, olhei para o lado e a garota fingiu vomitar. Acabei soltando a risada sem querer, isso fez com que a mãe dela se virasse para trás.

— E você, querido? Se divertiu? — A mulher mais velha lançou um sorriso dócil, enquanto olhava para mim e em seguida olhou para a filha.

— Claro, bastante. — Minto, esboçando o sorriso mais falso possível.

Por mais que a viagem tenha sido constrangedora, iria sentir um pouquinho de falta da Cherryl. Ela era divertida, quando não estava passando vergonha.

— Que ótimo! — Senhora Megan bateu palmas, animada. — Sabe, antes de te conhecer eu pensava que você era gay.

— Por que a senhora pensou isso? — Perguntei, curioso.

— Você vivia com aquele garoto tatuado. — Ela se referiu ao Nathan. — Fico surpresa que vocês não tenham ficado juntos.

Até hoje todos da cidade pensam que eu e Nathan somos um casal. E a culpa foi do Johnson, já que ele foi o causador dessa fofoca, como sempre.

Ano passado, o Johnson ficou com raiva de todos, sem nenhum motivo. Então espalhou um boato de cada um. A única coisa boa da fofoca foi que o Gilinsky e Madison romperam o relacionamento.

— Ele é meu melhor amigo, senhora Megan. — Falei um pouco envergonhado e sorri sem graça. Olhei para Cherryl que segurava a risada, ao invés de me ajudar a sair dessa situação.

— Claro que é seu amigo, meu genro. Agora você é namorado da Cherryl, não é? Eu percebi um clima rolando entre vocês. — Arregalei meus olhos e me engasguei com a própria saliva. Essa mulher era mais maluca que o próprio marido.

— Mãe, não! — Cherryl foi a primeira a falar. — Ele não é meu namorado, acorda!

— Se você diz. — A mulher deu de ombros e olhou para o marido, que estava com a feição séria ao se virar para trás por alguns segundos.

— Ela está mentindo. — Pastor James olhou desconfiado para a filha.

— Minha filha não mente.

— Engraçado, a minha mente. — Ele disse com convicção.

Se eu não fosse tão bonito e valioso, já teria me jogado desse carro faz tempo.

𝑨𝒁𝑨𝑹𝑨𝑫𝑨 • 𝑠𝑎𝑚𝑚𝑦 𝑤𝑖𝑙𝑘Onde histórias criam vida. Descubra agora