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WILK, sammy

Maldita hora em que eu comecei a pagar por todos os meus pecados. Vou começar a ignorar todos os pedidos dos necessitados porque eu sempre acabo me ferrando no final.

Os garotos passaram a noite toda tirando sarro com a minha cara, não que isso seja estranho, mas é difícil tentar se defender já que a viagem seria com o pastor — a pessoa que quase me processou.

Nesse exato momento estou sentado no banco do carro do senhor James, esperando pela esposa e filha do mesmo.

— Quando você se casar com a Cherryl, vai ficar nervoso de tanto esperar, meu jovem. — Senhor James falou do nada, me fazendo ficar um pouco desconfortável.

— Eu não vou me casar com sua filha, senhor.

— Está dizendo que minha filha é feia? — O homem se virou para trás, me encarando com os olhos semicerrados.

—  N-não, ela é linda. Eu vou me casar com ela.

— Agora pronto, por acaso você acha que minha filha é qualquer uma pra casar com você? — Arregalei meus olhos, e antes que eu pudesse responder o Senhor James, as duas mulheres chegaram.

Soltei um suspiro de alívio por ter sido salvo dessa conversa e ajeitei minha postura no banco do carro.

Cherryl me lançou um sorriso e logo em seguida enrugou o cenho, ao perceber minha feição no momento.

— Pai, depois iremos ter uma conversinha. — A garota colocou o cinto e cruzou os braços. É, pelo menos ela tinha percebido o clima estranho do carro, diferente da mãe, que estava comendo alguns biscoitos.

— Filha, eu não fiz nada. — O pai da garota respondeu. Além de insuportável é sonso. Ninguém merece!

— Mas é cínico. — Murmurei, inaudível de se ouvir e esbocei um sorriso forçado em meus lábios.

Já estava de saco cheio, e não fazia nem dez minutos que estávamos no carro. E para piorar, o pastor dirigia mais lerdo do que tudo.

Eu preferia ter sido processado do que estar passando por isso, não seria a primeira pessoa dos meus amigos a ser preso, até porque, Gilinsky e Derek já foram presos uma vez.

— Sabe, Sammy. — A mãe da Cherryl começou a falar, me fazendo sair do transe. — Uma vez a Cherryl botou fogo em casa, caso você se case com ela, tenha cuidado.

Que diabo! já não basta o barriga de lombriga dizer que eu iria casar com essa sequelada da Cherryl. — É normal botar fogo na casa quando está cozinhando.

Respondi, dando de ombros e voltei minha atenção para a garota, que estava com a cabeça encostada no vidro do carro.

— Ela não estava cozinhando. — James falou, negando com a cabeça. Sem tirar o olhar da estrada. — Ela foi beber água.

— Como isso foi possível? — Perguntei, inacreditável, mordendo minha bochecha pelo interior para conter a risada.

— Eu não sei, tá legal? — Cherryl respondeu visivelmente irritada, provavelmente por seus pais relembrar desse momento... catastrófico. — Foi um acidente!

— Você sempre fala que é um acidente, querida. — A senhora Megan falou docilmente para sua filha. — Mas a mamãe te ama mesmo assim.

— Você fala como se eu fosse uma maluca! — Cherryl respirou fundo, com um pequeno biquinho nos lábios.

— Mas você não é. — Foi a vez de James falar. Não consigo evitar de revirar os olhos. Esse homem me dava nos nervos.

Se ele fosse um animal, noé não colocaria ele na arca.

— Fizemos testes em você, bebê. — A mãe da garota sorriu.

Foi impossível segurar a risada nesse momento. Essa família é maluca.

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𝑨𝒁𝑨𝑹𝑨𝑫𝑨 • 𝑠𝑎𝑚𝑚𝑦 𝑤𝑖𝑙𝑘Onde histórias criam vida. Descubra agora