Uma esperança

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Rigby já estava ajoelhado a pelo menos um minuto e meio, com seus olhos fixados no cano da arma que era apontada para ele, no entanto, tinha a sensação de que haviam se passado pelo menos uma hora, o garoto não foi capaz de emitir som algum, na verdade, durante esse tempo, foi como se nada além da respiração pesada de Carla pudesse ser ouvida, o pequeno também não ousou se mexer, estava parado dês de o inicio, como se o fato de ficar parado pudesse realmente evitar a morte sua e de Carla, no entanto, essa decisão não dependia dele, mas sim do homem sádico que empunhava a arma, homem cujo rosto era coberto pelo capuz roxo de sua vestimenta, Rigby de certa forma sabia que sua vida estava a mercê daquele homem, de que nada poderia o salvar daquela situação, doce engano...

[BAM]

Rigby instintivamente se encolheu e cobriu seu rosto com o braço, logo o som de algo pesado caindo no chão se fez audível, o pequeno já sabia que não havia sido atingido, visto que não havia sentido dor alguma, no entanto, saber que não estava ferido não foi o que o acalmou. Rigby rapidamente virou para a direita, onde estaria Carla, e lá estava ela, nenhum machucado, bem, nenhum que já não estivesse ali pelo menos, isso sim foi capaz de acalmar o garoto, saber que sua amiga estava bem, não demorou muito para que ele juntasse as peças do que aconteceu. Rigby virou seu rosto na direção do homem, apenas para encontra-lo deitado no chão de bruços, segurando a arma, parado bem ao lado dele, estava Mateo com um bastão em mãos, seus olhos, antes fixados naquele corpo, lentamente se voltaram ao pequeno.

— Rig... — Mateo disse, aproximando-se do garoto, no entanto, não teve tempo de aproximar-se muito, visto que alguém o tinha empurrado para o lado, o fazendo ter que recobrar o equilíbrio.

— Rigby! — Mordecai disse correndo em direção a seu pequeno, passando seus braços pela cintura do outro logo em seguida — Oh meu deus, você está bem!!  — Mordecai disse, apertando ainda mais forte.

Mateo até começou a se aproximar, mas correu diretamente por eles quando viu Carla ainda ferida e acorrentada.

— Carla! — Ele gritou enquanto seguia em um movimento rápido para a direção da amiga, ajoelhando-se em frente a ela e segurando seu rosto — Oh meu deus, quem fez isso com você? — Mateo perguntou, retoricamente, ele já sentia sua raiva surgir.

— Mateo, Mordecai... — Rigby disse, incrédulo por um momento. A casa onde os quatro se encontravam tinha uma leve curvatura em formato de L, de onde a porta de entrada surgia, então era natural que nem ele nem o homem encapuzado tivessem notado quando os outros dois chegaram, no entanto, o pequeno sabia que a caminhada até onde estavam era árdua, para dizer o mínimo, — Como foi que vocês chegaram aqui?

— Eu saí do apartamento pouco depois de você, oh Rigby eu não devia ter dito aquelas coisas pra você — Mordecai disse sem soltar seu pequeno — Eu encontrei o Mateo na entrada da floresta e a gente decidiu andar juntos, até encontrar esse lugar, e vocês.

— Ah, relaxa Carla, a gente vai te tirar daqui — Mateo disse, tentando manter a calma, no entanto era visível que não estava funcionando, ele então acertou seus punhos no chão — Como foi que eu deixei isso acontecer com você...

— Mordecai... Eu.. Eu achei que você não quisesse mais me ver — Rigby disse virando seu rosto para o lado levemente, no entanto, o mesmo foi puxado de volta, Mordecai colocou sua mão no rosto do pequeno, juntando suas testas logo em seguida, não se importando em deixar algumas lagrimas caírem.

— Não, por favor, esqueça isso... — Mordecai falou — Eu fui idiota, não queria que você se arriscasse dentro desse lugar, por favor, me desculpe — Ele suplicou para o pequeno.

— Oh Mordecai... — Rigby disse, segurando as mangas da blusa que Mordecai usava, neste exato momento, era de certa forma reconfortante, como saber que se conseguissem sair de lá vivos, então poderiam ainda tentar continuar de onde tudo começou a dar errado.

Até aonde vai o amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora