RAFAEL

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Hugo é um vacilão, mas ele é um vacilão muito esperto, e ele tá certo, um homem pode tomar as decisões e bancar o maioral mas é sempre a mulher que manda nessa porra, creio que isso aconteça por que nós homens sempre pensamos com a cabeça errada, aquela cabeça, você sabe que cabeça.

Resolvo pensar com a cabeça certa a respeito do encontro na mansão do mauricinho, pensando em como e onde vou alugar um terno? Como vamos progredir para o sucesso com tão pouco em mãos? Afinal tudo precisa ser extremamente preciso como esta bolinha de papel que acabou de acertar exatamente a minha cabeça CARALHOQUEISSO:

- Tá fazendo o que? - se não era a esquisita da Triz, hoje seu cabelo estava preso e passava por cima do seu ombro esquerdo, roupas escuras que só ela para escolher e chega de descrições:

- Olá, eu que te pergunto, o que está fazendo aqui?

- Eu te disse que passaria a noite inteira com você não disse.

- Mas é dia, comédia. - ou ela é muita burra ou quer me deixar louco.

- Tô te zuando, mas senti saudades. - ela se senta na minha cama e fica balançando os pés - Mas e aí? Você não me respondeu.

- Estou ajudando um amigo com uma tarefa complicada e agora preciso de um... terno.

- Terno?

- Foi o que eu disse.

- Você vai ser algum tipo de advogado, talvez um pastor... - ela se deita colocando as mãos por debaixo da cabeça.

- Não, faz parte do projeto, meio que tenho que bancar o segurança dele ou algo do tipo.

- Muito gentil da sua parte querer ajudar seu amigo com essas suas maluquices, - ela sorri - mas não acha que está todo ferrado devido a noite passada.

- Relaxa pois não planejo brigar nem nada, sendo assim não precisarei dos seus resgates milagrosos, - ela revira os olhos e faz uma cara de debochada, fui muito clichê? - mas sempre procuro ajudar essa cambada de esquisitos que chamo de amigos, pode até ser difícil mas certos sacrifícios fazem valer a pena.

Ela ri e fica um silêncio no quarto, penso em começar outro assunto mas sou interrompido com um gemido prazeroso porém aleatório, olho para trás e ela está se esfregando na minha cama como um gato que fica roçando na perna de alguém:

- Mas que porra você está fazendo garota?

- Me espreguiçando nessa sua cama gostosa, por que? Sua mente pervertida achou o contrário.

- Se espreguiçando? Parecia que você... tá ficando doida. - dizer que ela está no cio não seria uma boa

- Não foi nisso que pensou, não é?

- Claro que não, - ela deve ler mentes - mas o que eu diria seria muito rude para seu coração de menina.

- Menina? Você deve estar me confundindo com alguma outra santa, eu já estou muito bem desenvolvida mentalmente...

- Não foi o que me pareceu na noite passada, - outra bolinha de papel acerta a minha cabeça - viu só?

- Você mereceu, e ainda deveria estar grato, vai dormir sentindo meu cheiro na sua cama.

- Meu Deus, isso é bizarro.

- Eu tenho um cheiro bom, tá bom! Vai te ajudar a sentir saudade.

- Com certeza, - levanto, me dirigindo até a porta - mas agora tenho que sair, me acompanha?

- Bom, eu não tenho nada para fazer agora.

Triz saltita até a porta e seguimos para o Centro, que a essas horas deveria estar repleta  de vendedores ambulantes e ladrões afobados, o mundo ideal o qual aprendemos a sobreviver.

Eu, Meu Amigo e a Russa do IntercâmbioOnde histórias criam vida. Descubra agora