HUGO

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Fui no balcão do bar para poder ter uma visão melhor de Kiyoko, que estava toda comportada próximo a suas amigas do curso de Medicina, seu cabelo por hora caía sobre a sua face e ela retirava delicadamente revelando seu rostinho lindo, cara essa garota é linda demais:

- Brô, não vai dar em nada ficar coçando aí, pensando na vida. - a wild Thiago appears.

- Eai Thiago, - disse enquanto ainda olhava minha paixonite - já deixou todo mundo da festa loucão ou só veio encher o saco.

- Que isso cara? Mó desnecessário.

- Foi mal, estou nervoso, - me virei para sua direção - não faço ideia do que dizer para ela, sabe, para começar o papo.

- Isso nunca foi um problema para você irmão - respondeu rindo - você sempre foi o pegador da nossa turma, nem a Annya pegou tanta mina.

- Certo, mas todas as outras vezes eu sempre acabei com alguma louca, ou estraguei tudo...

- Como na vez em que você vomitou em cima do caixão, justo no velório da avó daquela mina, qual era mesmo o nome...

- A Cláudia não sabia do meu nervosismo em velórios, ainda mais vendo o morto cheirando à apresuntado.

- Mas bem que a velinha não merecia sentir seu almoço na carona do pós-vida...

- Que tal focarmos em reduzir meu nervosismo e não alimenta-lo? Já esta parecendo o Rafael com essas referências desnecessárias.

- Mals, - disse ele controlando o riso - mas então, já tem uma ideia de como chegar nela, ela parece meio na dela, quietinha, não vai chegar logo com o pé na porta que vai assustar a coitada.

- Eu sei, mas também não posso chegar todo escondido se não já é um toco logo de cara.

- Relaxa cara, - Thiago levanta uma nota de vinte no balcão e garçom vem revirando os olhos - você está muito estressado, vamos dar uns goles para puxar essa coragem e desencalhar essa cabeça pensativa.

- Certeza? - pergunto com certa dúvida que instintivamente cutucava a minha mente, Thiago nunca foi bom com planos.

- Claro pô, falando em coragem, - ele olha através de mim - ela ficou sozinha agora mesmo, esperando um valente rapaz para convidá-la para uma dança.

Olho para trás e lá está ela se despedindo das amigas, ficando junto de sua bebida e seu assento, parecia um pouco emburrada, talvez suas únicas amizades fossem aquelas gurias, talvez ela não esperasse que ninguém mais chegasse para uma conversa, eu não podia a deixar ir embora logo agora, volto meu olhar para Thiago, ele já segurava as duas bebidas e um sorriso bizarro estampado em seu rosto:

- O que você fez agora?

- Como assim cara? - ele se faz de mal entendido - Te pago uma bebida e você me responde assim?

- Sei lá, eu posso esperar de tudo vindo de você não é Sr. Marijuana?

- Então dessa vez confia no pai, que você tá salvo.

Viro o copo de uma vez e sinto o gosto ruim do álcool, hoje estava mais amargo que o normal, vejo o rosto de Thiago entortar e sua boca aberta quase acertar o chão sujo desse clube, mas logo ele troca sua expressão por um sorrisinho e um jóia, tá na hora de avançar com o plano.

Em passos largos e peito estufado me aproximo de Kiyoko, ela nem me vê chegando e logo me debruço no balcão ao seu lado de braços cruzados, faço uma pose e aceno para o bartender que não entende nada e me ignora, olho para ela e ela me encara de volta com uma cara de confusa, meu estômago cai para o saco:

Eu, Meu Amigo e a Russa do IntercâmbioOnde histórias criam vida. Descubra agora