Eu, Meu Amigo e a Russa do Intercâmbio

ANNYA

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Quatro malditas semanas desta haviam se passado, nenhuma solução apareceu para tantas perguntas que ainda pairavam no ar, estou enlouquecendo com certeza.

  Verônica realmente fechou comigo desde o dia que tudo aconteceu, ficamos as duas procurando feito loucas qualquer merdinha que ligasse os pontos desta trama lunática, mas nada, absolutamente nada.

Rafael nunca mais deu sinais, nenhuma ligação ou mensagem de texto, me corrói por dentro pensar que algo possa ter acontecido, mas com todo esse tempo que passou somado a toda exposição que me coloquei para conseguir desvendar esse caso, temo não me restar mais forças.

Thiago entra no meu quarto e Verônica já o intercepta, seu lindo cabelo armado estava todo desgrenhado por compartilhar meu estresse:

- Conseguiu algo?

-  O que você acha maninha, quanto mais tento me afundar no assunto mais a pessoas me questionam e ficam agressivas comigo, é como se eu estivesse preso num loop de levar bicudas no meu rabo, - ele se senta, com cuidado - acho que não vamos conseguir nada Ann.

- Vamos continuar tentando, eu preciso saber a verdade, eu preciso conhecer essa Beatriz.

- Olha... e se ele tiver ... você sabe...

Imediatamente atravesso Verônica com os olhos, quase à partindo ao meio, ela fica desconfortável e pede desculpas, respirando fundo, nem mesmo eu sabia a que ponto de loucura estava:

- Por favor, me desculpem, - já pensava em chorar de frustração - é que eu não consigo sequer imaginar essa situação, eu não posso deixá-lo exposto deste jeito sem as devidas respostas para tudo isso.

- Talvez nós três e até mesmo aquela tal da Camila sejamos os últimos a se importar com ele, - Thiago ajeitava as calças já surradas - digo, praticamente todos que conheciam o Rafa lhe deram as costas.

- Nós quatro? Como assim?

- Você não percebeu ainda amiga, - Verônica limpava os óculos - Aonde está o Hugo?

- COMO É?

- Calma maninha.

- Quieto Thiago, ela precisa saber, - Verônica coloca os óculos e respira fundo - não conseguimos falar com o Hugo desde que ele se trancou no quarto dele, ele parecia estar muito abalado e agora...

- Não, o Hugo não... ele...  AQUELE FILHO DA PUTA! - dou um berro e jogo a escrivaninha do meu quarto pelos ares.

- Eu também não entendo o que houve com ele, - Thiago estende os braços para tentar me segurar mas nem se aproxima - parece que o pai da sua namorada deu logo um papo nele e...

Me levanto chutando novamente a pobre escrivaninha, os dois se assustam enquanto desconto a raiva no móvel já obsoleto.

  Porra, a essa altura todos deram às costas não só para Rafa, eu mesma já estou ferrada até o pescoço por tanto me aprofundar nesta tentativa inútil de encontrar a verdade; a provável inocência do meu amigo já estava mais distante do que nunca e eu já sentia o fracasso descer pela minha garganta.

Se pelo menos ele estivesse aqui para me ajudar a bater nessa escrivaninha eu não estaria com o pé fudido, ele com certeza usaria o pé da... блять,  uma ideia cruza a minha mente como um míssil intercontinental:

- Alguém deve ter filmado aquela briga que teve naquela festa, um dia antes do Rafael ser acusado de tudo aquilo? Sabe?

Thiago saca rapidamente seu celular em busca de um vídeo enquanto Verônica me olhava estranha: