ANNYA

7 1 0
                                    

13

AQUELE FILHO DA PUTA DO CARALHO, não consigo nem pensar direito naquelas palavras e já sigo marchando furiosa até a sala de aula, como aquele covarde safado tem a audácia de olhar na minha cara e falar uma palhaçada daquelas, me colocar de vilã da história só por que transei com sua "paixonite" depois daquele seu chilique, se bem que ele tinha me falado... não, NÃO, ELE QUE SE FODA, ele não pode simplesmente descontar a raiva nos outros em mim e ainda se achar o fodão por isso, as minhas frustrações mentais me levam de encontro com o Thiago, escorado na parede que nem um largado, ele sorri mas logo se desfaz quando o atravesso como um espirito russo vingativo:

- Annya, o que houve? Tu tá legal?

- Aquele filho da puta do Rafael, colocando as desgraças dele nas minhas costas...

- O meu brotherzinho, não pode...

- Thiago! - interrompo minha marcha e encaro seus olhos desgastados - meu lindo e amado Thiago, se você defender aquele arrombado na minha frente, eu vou te ESFOLAR VIVO.

- É... ele pode ser um babaca mesmo.

- Ótimo. - me retiro enquanto Thiago se escondia da minha vista, adentro a sala e as primeiras pessoas a perceberem a minha ira foram justamente a Verônica e Camila, que logo se colocaram a me alocar numa cadeira para entender a situação:

- Deus, que aconteceu russa? - Verônica se aproxima lentamente, ajeitando seus grandes óculos no nariz.

- Pode-se dizer que eu estourei o meu limite de absurdos hoje.

- São 9:00 da manhã.

- Jura Verônica, por que eu achei que com esse Sol fudido que está lá fora, já teria passado da meia noite. - eu não pude me controlar, tadinha.

- Calma aí Ann, não precisa descontar essa bagaça pra cima de mim não, vamos conversar... - disse enquanto cruzava os braços, sugando um pouco do meu estresse.

- Escuta a Verônica miga, você precisa se acalmar.

Observo seu rosto inocente que esboçava um sorriso afetuoso, não conseguia pensar na desculpa que daria à ela, mas já não adiantava contar as mesmas mentiras, precisava ser honesta e acabar com essa palhaçada:

- Me desculpa Camila - eu respiro fundo - mas tenho péssimas noticias para você.

- O que? - ela sorri nervosa - Aposto que podemos encontrar um jeito de resolver isso Ann, o que aconteceu?

- O Rafael, ele ... é melhor você procurar outra pessoa, sabe?

- Ele Morreu?

- Não garota, se toca, - dou uma leve respirada - é que... eu vi ele com outra ontem e... acho que ele pode estar em outra.

- Ah, para com isso Annya, - Verônica interfere rindo - até parece que aquele bobão ficaria com alguém, ele sempre arranja um jeito de escapar dessas investidas amorosas, é o jeitinho dele.

- Pois é miga, - Camila já engolia seco - talvez você entendeu errado, ou talvez fosse um alguém próximo ...

-  Um parente? Ele não possui uma família grande, e te garanto que primos não se comportariam daquele jeito, - a interrompo de imediato - até mesmo porque... o beijo deles, mesmo que no rosto teve aquele tom único, o tipo de toque que não se vê entre amigos ou conhecidos.

- Não, não pode ser... - Camila, sempre emotiva, deixa escorrer uma lágrima fraca pelo seu rosto - eu amo ele... amava, eu não sei... que droga.

- Calma Camila, - Verônica agora consolava nós duas - o que deu na cabeça dele? De um dia para outro ele resolveu sair por ai com uma garota?

Eu, Meu Amigo e a Russa do IntercâmbioOnde histórias criam vida. Descubra agora