HUGO

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 Kiyoko estava ainda mais linda nesta bela noite, eu estou falando isso demais, não é?

Para minha sorte, Annya foi cuidar do pequeno japinha durante o nosso encontro, à uma distância segura escuto de minha deusa um suspiro de satisfação, ela ajeita o caminhar para um desfile mais "confortável" e começa a sorrir gentilmente, passando a me acompanhar em uma caminhada amistosa pelos corredores do shopping, observando as vitrines faustosas e desviando dos comerciantes grudentos:

- Hey, o que foi aquele livramento que você transpareceu agora há pouco?

- Ora Hugo, - ela arruma o cabelo para me olhar diretamente nos olhos - graças a Deus que a Ann tomou conta do Hiro, ele iria nos infernizar a nossa noite INTEIRA.

- Sabe, por mim estaria tudo bem, ele certamente parece ter um espírito forte mas depois, quem sabe...

- Para com isso Hugo, não precisa mentir para mim, todo mundo odeia um pirralho, - admito que ela não esta errada - só que eu sou a irmã amis velha dele, então tenho que aturar a ferinha o tempo todo.

- Tudo bem minha cara, se isso te faz se sentir melhor.

- Minha cara? Relaxe um pouco mano, - ela repousa a mão no meu ombro, o que me fez dar uma leve palpitada no coração, coisa de amador - estamos num shopping repleto de malucos e degenerados, foda-se seu cavalheirismo.

- Uauu, OK, mas só para o registro, é muito admirável da sua parte suporta-lo, ele pode ser um pirralho mas deve se sentir grato por ter uma irmã que no fundo deve gostar muito dele. - que clichê Hugo, ela vai te manjar com essa frases coladas.

- É claro que eu o gosto dele seu trouxa, mas ele é tão irritante... Eu só não queria ele por perto, interrompendo nosso encontro com suas asneiras... Às vezes eu me imagino sendo um terrível monstro por estas situações.

Ela sorri meio sem graça, envergonhada, eu seguro sua mão e lanço um sorriso afetuoso.

- Que isso garota, não fique se julgando desse jeito, todo mundo merece um tempinho a sós para organizar a vida.

- Eu sei, eu sei...

- Olha, como você foi responsável de marcar o encontro, pode escolher onde e o que faremos nesta noite.

- Mas que homem justo! - ela põe a mão no peito toda surpresa - Você jura?

- Sim madame. - eu me curvo de leve num ato honroso.

- Hm, vamos ver um filme então, tem alguma estreia em mente ou preferência sobre algum gênero cinematográfico?

- Sei lá, não me assusto com terror, nem procuro imitar uma gralha com comédias pastelão.

- Disse o crítico.

- Ficaria surpresa.

- Terror então, só espero que você não se borre de medo. - ela ri.

- Garota, eu não tenho medo de filmes, - encho o peito sempre que pronuncio tais palavras - essas historias de "baseado em fatos em reais" para mim não passam de balela.

- Nem mesmo O Exorcismo da Residência Montgomery, dizem que quem viu o filme...

- ...Começou a ver demônios em casa, eu já ouvi essa historinha merda, foi só um surto coletivo de gente querendo se aparecer.

- Minha nossa Hugo, me lembra de me agarrar em você quando eu me assustar no filme.

- Com certeza.

Ambos rimos e seguimos em sincronia para o cinema, o filme da vez era O Fragmento, um nome bizarro para um filme esquisito, nunca me caguei tanto vendo um filme, mas claro que não podia demonstrar o horror que aos poucos se formava na minha cara, com ela não foi diferente.

Eu, Meu Amigo e a Russa do IntercâmbioOnde histórias criam vida. Descubra agora