A excitação dele era evidente, e a mulher dentro de Anahí queria dar tudo o que tinha a oferecer, retribuir o prazer que Alfonso lhe proporcionara. Apertou-o mais contra si, encorajando-o.
Era do que Alfonso precisava. Puxou-lhe os quadris.
E então ela gritou:
-Ai!
- Ai?!
- Sim, ai!
Alfonso arregalou os olhos e ficou a encará-la.
- O que eu fiz?
- Nada. Fui eu quem fez. - Anahí passou a mão na nádega dolorida, abotoando o vestido ao mesmo tempo. Então virou-se para Alfonso. - Você sabe algo sobre farpas?
Parecia que tinham jogado um balde de água fria em Alfonso. Ele deu um passo para trás e passou a mão pelos cabelos, descrente.
- Farpas?
- Sim, farpas. Você já teve uma cravada na pele?
- Você se esqueceu que eu sou marceneiro? Já tive muitas. Qual é o problema?
- Eu tenho uma.
- O quê? Uma farpa?
-Sim.
- Onde?
- Aqui - disse ela, mostrando o traseiro.
- Você está brincando comigo. - Alfonso ria.
- Eu gostaria de estar. '
- Como foi conseguir...
Anahí movimentou a cabeça na direção do lago.
- Ah, meu Deus! A jangada. Desculpe-me, Anahí...
- Não foi culpa sua.
- Mas eu deveria ter tomado mais cuidado. A madeira estava... Bem, é que eu não conseguia pensar direito ontem...
- Nem eu.
Os olhares se encontraram, enchendo o ambiente de paixão.
Alfonso clareou a garganta.
- Posso... Isto é, há algo que eu possa fazer para ajudá-la?
- Sim, pode tirá-la para mim.
- Você quer dizer...
- Eu não posso pedir para mais ninguém.
- E sua mãe?
- Como explicar? Não, muito obrigada.
- É, melhor não.
Anahí brincou com a gola da camisa de Alfonso.
- E então; você me faria esse grande favor?
- É claro - afirmou, não sabendo se conseguiria tirar a farpa de Anahí sem possuí-la. - Conte até dez e mantenha-se firme.
Ela já estava de costas.
- Vamos dar uma olhada.
Anahí ergueu o vestido e abaixou a calcinha. Alfonso ficou em silêncio enquanto examinava-lhe a pele. Ao sentir o dedo dele no local dolorido, Anahí olhou para trás.
- Que tal?
- Hum...
- Muito fundo?
-Sim.
- Será que consegue tirá-la?
- Acho que consigo. Venha até a mesa. Vou buscar a pinça e um pouco de álcool.
Anahí obedeceu enquanto Alfonso desaparecia no banheiro. Voltou logo em seguida, com uma caixa de primeiros socorros.
- Incline-se, por favor...
Anahí arregalou os olhos ao ver o tamanho da pinça.
- Não gosto disso.
- Se a farpa não sair, pode infeccionar. E então, o que você fará?
A ideia de ir a um médico e ter de explicar como conseguira aquela façanha foi argumento suficiente para que Anahí o obedecesse.
- Está bem, Alfonso. - Inclinou-se sobre a mesa. - Mas seja cuidadoso, por favor.
Ele foi. Muito. Anahí sentiu apenas uma leve fisgada e depois o gelado do álcool. Então, a mão acariciando a pele antes de colocar a calcinha no lugar. Ela endireitou-se e ficou de costas para Alfonso.
- Anahí - murmurou ele, abraçando-a -, eu te quero tanto...
- Ah, Alfonso...
Eles não escutaram o som de passos na varanda, nem perceberam que havia alguém à porta até que alguém tossiu de leve.
Papai! - Como duas crianças pegas em flagrante, eles se afastaram.
- Desculpe-me, filha, mas sua mãe me pediu para vir procurá-la. Pode deixar, direi que você está ocupada.
- Não! Está tudo bem. Irei em um minuto.
- Fique à vontade - disse Enrique, descendo as escadas depressa.
Alfonso soltou a respiração.
- Não sei quem ficou mais envergonhado: ele ou nós.
- Minha mãe não para de controlar a minha vida. Eu não aguento mais!
- Você já é uma mulher adulta, Anahí, não precisa mais dar satisfações para a sua mãe.
- Sim, eu sei. Estou tentando resolver esse problema.
Alfonso abraçou-a.
- E eu estava pronto para lhe mostrar a casa toda.
- Sua casa?
- Sim, entre outras coisas.
Um sorriso formou-se nos lábios dela.
- Lá em cima também?
Anahí encontrou os olhos de Alfonso e percebeu como ele estava perturbado.
- Fica para outra hora, Alfonso.
Ele soltou-a e deu um passo para trás.
- Droga, eu nem falei o verdadeiro motivo da minha visita! .
- Havia outro?
- Sim - respondeu ela, enrubescendo.
- E qual é?
Anahí mordeu o lábio.
- Hoje encontrei uma pessoa que se disse seu amigo. Mas, como ele não sabia nada sobre Wilbur, eu fiquei em dúvida.
- Quem é?
- Apresentou-se como Rodrigo Ruiz, um jornalista. É bem famoso, pois minha mãe o reconheceu na hora. Você o conhece?
-Sim.
Anahí sorriu, um pouco mais aliviada.
- Ele disse que vocês se conheceram muito tempo atrás. E que compartilharam de muitas coisas.
- A minha mulher, por exemplo.
- Sua mulher?!Alfonso sentou-se no banco, pegou o pedaço de madeira que deixara de lado e recomeçou a lixá-lo.
- Quando saí do hospital, encontrei-o morando na minha casa com a minha mulher. Parece-me que Cláudia sentiu-se um tanto solitária e precisava de companhia.
- Que horror! Você deve detestá-lo. - Anahí manteve para si a opinião sobre a ex-mulher de Alfonso.
- Foi há muito tempo. Não tenho nenhum sentimento por Rodrigo. Só queria que ele me deixasse em paz. - Alfonso a encarou. - Você falou com ele?
- Sim. E minha mãe também. Ela comentou que a festa do casamento de Maite e Guido será realizada aqui. E na certa a notícia sairá no jornal.
- Bem, pelo menos não será uma mentira.
- Você decidiu aceitar?
- Sim, decidi.
- Ah, Alfonso!
- Anahí, eu já lhe disse qual é a minha posição sobre o assunto. Fique contente apenas por eu ter permitido que a festa seja realizada aqui.
- Bem, já é um grande passo.
- Muito maior do que você imagina.
- E tem mais. Ele tirou fotografias de nós.
- Quer dizer que você vai aparecer nos jornais?
- Você não está bravo comigo?
- E por que deveria estar? Se não fosse você, Rodrigo encontraria outra pessoa para fornecer-lhe informações. Todo ano é assim. Você terá de lidar com isso bem mais do que eu.
- O que quer dizer?
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Vizinhos Íntimos
RomanceUm homem solitário. Uma mulher sensual. Uma história de amor e sedução... Arredio, Alfonso Herrera fazia questão absoluta de se manter isolado e não tolerava que invadissem sua privacidade. Mas, de repente, viu-se cercado de mulheres! As gracio...