"Contente" não era bem a palavra que Anahí utilizaria para descrever a reação de Alfonso.
- Espero que sim.
Rodrigo Ruiz ficou a observar as duas mulheres se afastando. Sorria.
- Acho que muita coisa está acontecendo nesta cidade, Joseph. Será bom esperarmos mais um ou dois dias. Que tal?
- Perfeito, chefe!
- E não se esqueça de levar as lentes de aumento.
Anahí saiu da varanda e deixou a porta bater ao passar. Era seu horário de descanso. As meninas estavam no quarto, seu pai lia o jornal e a mãe assistia à televisão.
Ela, por outro lado, estava sendo consumida pela raiva, pela insistência de Rodrigo Ruiz, por Marichelo ter assumido o comando da situação mais uma vez.
E Anahí achara que começara a melhorar. Que aprendera algo. Até ficara um pouco orgulhosa com o sentimento que nutria devido à interminável visita de seus pais. Mas queria ver a mudança acontecer de verdade
Sentia-se na obrigação de contar o ocorrido a Alfonso. Sentou-se nos degraus, preparando-se para enfrentá-lo. Sabia que ele não ficaria contente por ela ter falado com o jornalista. Estava bem claro agora o que Guido dissera aquele dia, no lanche, sobre o afastamento de Alfonso da cidade perto do "aniversário" do acidente. Não queria nem precisava de lembranças sobre aqueles dias tão terríveis
Depois do encontro com Rodrigo Ruiz, Anahí percebera que Alfonso fazia o possível para manter a vida do jeito que estava. Começava a notar coisas que não percebera da primeira vez que se encontrara com Alfonso. Ele levava a vida da maneira mais normal, isolada, tediosa possível e, por mais que tentasse, estava claro que não conseguira se desvencilhar do acidente. Também não sabia lidar com o heroísmo.
Era evidente que ele escondia muito mais sob as cicatrizes. Alfonso protegia a si mesmo, mas sob a máscara se encontrava um homem com sentimentos profundos. Na noite anterior, em cima da jangada, ele mostrara muito sobre a sua pessoa.
Os dois não trocaram palavras, mas o corpo dele falara com total eloquência. Anahí ainda sentia os efeitos por ter sido tocada por Alfonso. As mãos fortes e possessivas em sua pele molhada lhe disseram bem mais de que uma hora de conversa.
E por ter adorado a intensidade da mensagem, queria ouvir mais ... bem mais. Anahí não sabia se ele seria capaz de dividir mais do que seu corpo, todavia, era uma possibilidade. Tinha certeza de que, para Alfonso, fazer amor e levar uma vida a dois eram coisas distintas e impossíveis de ser relacionadas. Enquanto ele preferia a primeira, Anahí lutaria com unhas e dentes para ficar com a segunda.
Alfonso tinha um estilo de vida estabelecido. Anahí era a intrusa. Se quisesse algo mais, teria de ter paciência, muita paciência. Mas depois da última noite, passou a ver uma luz no fim do túnel. Alfonso fora um amante maravilhoso, carinhoso e exigente ao mesmo tempo. Parecia: que algo dentro dele se libertara durante a chuva, chegando para conquistá-la
E ele conseguira. Anahí jamais fizera amor com tamanha urgência, tamanha paixão, com tanto magnetismo.
Talvez fosse a chuva e a escuridão que a acompanhavam. Sabia que Alfonso. gostava do escuro. Ele ficava bem mais à vontade à noite na varanda do que sob a luz do sol. Criara um mundo só seu, quase uma imagem negativa do mundo exterior, onde sua mente podia passear em liberdade. Mas, apesar de todos os esforços, não podia fugir de si mesmo. Dia após dia, Alfonso via os resultados refletidos no espelho e, querendo ou não, as pessoas o forçavam a reviver o passado.
E agora Anahí também tinha contribuído, ao conversar com o jornalista.Levantou-se e ajeitou o vestido florido. Decidida, caminhou para seu destino. O que poderia dizer para demonstrar que nada disso tinha importância?
"A beleza está além de seu rosto ... "
Parecia tão trivial, mas era a mais pura verdade. Alfonso era muito bonito para Anahí, mas desejaria conseguir fazê-lo acreditar. Por enquanto, tinha de lidar com o assunto sobre Rodrigo Ruiz e o artigo que com certeza sairia nos jornais.
Anahí entrou na varanda. A porta de trás estava aberta. Podia vê-lo dentro de casa, na banqueta de trabalho, de costas. De repente, Alfonso percebeu que tinha companhia e virou-se.
- Posso entrar? - perguntou Anahí, com a mão na maçaneta.
- É claro.
Ela entrou e parou ao lado da porta. Alfonso levantou-se.
Tinha um pedaço de madeira em uma das mãos e a ferramenta na outra. Era o primeiro encontro desde o beijo de boa noite, ou melhor, de bom dia. Com o pensamento centrado no que se passara e na conversa com Rodrigo Ruiz, Anahí ainda não tinha pensado em qual seria sua reação ao reencontrar-se com ele.
Alfonso percorreu-a com o olhar, o que a fez corar.
- Olá - disse Anahí, sentindo os dedos dos pés se curvarem dentro do sapato.
Alfonso olhava fixo para seus seios.
- Oi - respondeu ele, deliciado com a lembrança de ter tocado aquela mulher, de terem feito amor.
Seus olhares se encontraram e tudo sumiu da cabeça de Anahí. Só enxergava Alfonso. Ele colocou a ferramenta e o pedaço de madeira em cima da mesa.
Deu um passo para a frente. Anahí também. Para os braços de Alfonso.
Os dois se abraçaram. Ela moldou-se contra o corpo dele, aconchegando-se em cada curva e ângulo. Cada vez mais percebia que tinham sido feitos um para o outro. Era perfeição demais para ser verdade.Alfonso, por sua vez, não achava que a veria tão cedo, muito menos em sua casa. Imaginou que Anahí talvez necessitasse de um tempo para pensar no acontecido, no que tinham feito. Alfonso tinha certeza de que ela estava com segundas intenções, mesmo envergonhada, mas o evitaria até que o tempo lhe dissesse mais. Não agiria por impulso.
Mas Anahí estava ali, e Alfonso não perderia a chance de abraçá-la, de beijá-la, de tê-la bem perto. Ela começou a beijar-lhe o pescoço, e sua respiração quente começou a consumi-lo.
- Ah, Anahí ...
- Diga-me que foi maravilhoso.
Alfonso e a encarou. Tinha os olhos cheios de emoções.
- Você precisa saber, Anahí. Foi o máximo .
Alfonso queria falar mais, mas as palavras não lhe vinham. Então ele a beijou, deixando que seus lábios, sua boca, sua língua dissessem tudo. Queria que Anahí soubesse como ele se sentia homem a seu lado, como a desejava, ainda mais depois da noite passada.
Alfonso gemeu, sobressaltado com o desejo. Anahí tocou-o com a língua e abraçou-o com muita força, cravando as unhas em suas costas.
Isso bem era pior do que antes. Ele sabia que seria assim, mas não fazia ideia da intensidade de seu desejo, da força com que Anahí lhe correspondia.
Alfonso tinha resolvido esperar que ela desse o primeiro passo, decidindo que a noite anterior fora um ato insano, um erro, ou apenas o prelúdio para algo melhor, mais profundo, mais forte. Ele se convencera de que o melhor a fazer era deixá-la tomar conta da situação.
Mas tinha de haver mais. E se Anahí o permitisse, Alfonso lhe daria tudo ... A qualquer hora do dia, em qualquer lugar do mundo ...
Levantando-a do chão, ele levou-a até a parede. Então colocou-a de volta no lugar, segurando-a com o corpo e com as mãos, impedindo-a de fugir.
E ficou a observá-la. Os cabelos continuavam os mesmos, as faces rosadas, os olhos azuis luminosos e acolhedores. Tinha de tocá-la. Deixou suas mãos estudarem-na, acariciando seu pescoço, rosto, colo.Sem pensar duas vezes, Alfonso desabotoou o vestido, um botão de cada vez e, quando notou que Anahí não usava sutiã, gemeu. Afastou o tecido floral e ficou a observar os seios perfeitos. Os mamilos intumesceram assim que foram tocados pelos dedos de Alfonso louco de desejo, ele inclinou-se para beijá-los.Sem pensar duas vezes, Alfonso desabotoou o vestido, um botão de cada vez e, quando notou que Anahí não usava sutiã, gemeu. Afastou o tecido floral e ficou a observar os seios perfeitos. Os mamilos intumesceram assim que foram tocados pelos dedos de Alfonso louco de desejo, ele inclinou-se para beijá-los.
Anahí apoiou-se na parede e respirou fundo. Sentiu-se derreter por dentro ao prazer que Alfonso lhe oferecia. Ela acariciou seus cabelos, incapaz de deter o gemido que se formava em sua garganta.
Alfonso estava ávido para possuí-la. Ajoelhou-se e desabotoou o resto do vestido. Com um olhar, pediu permissão, mas já passava os dedos na virilha delicada. Como não houve resposta, começou a acariciá-la devagar até que seus dedos chegassem ao centro de seu prazer.
Ao beijá-la intimamente, o perfume de mulher levou-o a um mundo além de sua fértil imaginação. Queria conduzi-la a um lugar onde só existissem os dois. Apenas Anahí e Alfonso. E queria proporcionar-lhe muito prazer, mais prazer do que ela jamais tivera.
Anahí murmurou seu nome quando Alfonso a tocou com a língua; gemeu, gritou de prazer quando Alfonso encontrou o ponto mais sensível de seu ser. Precisou de apoio e encontrou-o nos ombros dele.
Os lábios de Alfonso pareciam mágicos, e Anahí deixou-se levar. Fechou os olhos e esperou que o clímax chegasse. Então percebeu que não conseguiria ficar em pé. Seu corpo tremia todo.
Alfonso levantou-se e abraçou-a, beijando-lhe o lóbulo da orelha. Anahí percebeu as lágrimas chegando. Nesse instante, soube que o que sentia por aquele homem era bem mais forte do que imaginara.
Superava até mesmo seus sentimentos por Kuno.
Um arrepio percorreu o corpo. O medo, repentino e urgente, abateu-se sobre Anahí.
Percebendo, Alfonso afagou os cabelos.
- Anahí, meu amor, eu te quero tanto, preciso tanto de você...
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Vizinhos Íntimos
RomansaUm homem solitário. Uma mulher sensual. Uma história de amor e sedução... Arredio, Alfonso Herrera fazia questão absoluta de se manter isolado e não tolerava que invadissem sua privacidade. Mas, de repente, viu-se cercado de mulheres! As gracio...