Capítulo XXVI

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Na cabana enquanto Liam buscava roupas na casa do meu pai, tomei meu primeiro banho como uma imortal e a água quente na minha pele fria causava uma neblina engraçada, a água quente não esquentava minha pele e mesmo assim conseguia sentir o calor que corria em todo meu corpo, saindo do chuveiro fui limpar o espelho do banheiro, minha mão não calculou a força e o espelho quebrou.

- O que são sete anos de azar para quem tem vida infinita? - Murmurei, suspirei pensando em quando iria me acostumar com a minha nova voz, meu novo corpo e as habilidades que ele possuía.

Retirei minha toalha pois mesmo com o espelho quebrado podia ver bem meu novo corpo, meu seios estavam maiores, minha cintura mais fina, meu quadril mais largo, as pernas torneadas, os braços mais músculos, não havia nenhuma cicatriz de infância e até a cicatriz da vacina contra tuberculose havia sumido.
Agora entendia, apenas meu corpo era perfeito, isto era a minha arma e a minha defesa, qualquer um inclusive mulheres poderiam se sentir atraídas por mim,para que eu pudesse me alimentar, aquilo não era perfeição, era a arma do maior predador da história, me distraiu ouvir os passos de alguém se aproximando.

- Adell, trouxe as roupas, está aqui a pequena mala que ainda havia ficado no seu pai. - Ele murmurou atrás da porta, a abri.
- Obrigada, como ele estava? - Peguei a mala.
- Triste. - Ele disse. - Eu... Vou... Deixar, você.
- Ah sim, claro! - Esperei o rubor do meu rosto, não havia, como uma pessoa com tantas habilidades não havia notado que ficou nua na frente de alguém?

Abri a mala, reparando que por mais que estava nervosa minha mão não tremia, então os cheiros vieram como uma tempestade e todos os tecidos tinham aromas, ri com isso, por fim escolhi um jeans com lastana, uma blusa de manga longa e botas de couro, iriamos nadar por dias ou horas, precisava de uma roupa confortável. Saí do quarto e fui direto para a sala, Liam estava sentado olhando para a lareira.

- Bem vinda ao nosso mundo, Adell. - Disse Labrinth.
- Obrigada! - Agradeci a ele.
- Precisamos levar apenas um cartão e nossos celulares. - Me informou Liam.
- Um cartão? - Perguntei a ele.
- Sim, compramos alguma coisa por lá se precisar. - Disse Liam.
- Certo, quando vamos?
- Agora, ou quer caçar novamente?
- Posso matar um tubarão? - Labrinth e Liam riram.
- Poder pode, mas acho que não vai gostar de sangue com água salgada. - Disse Liam.
- É, sem dúvidas. - Ri sem graça. - Quantos dias de viagem?
- Sete horas, trinta minutos no mar, chegando na cidade mais próxima podemos roubar um carro ou podemos ir apenas pelo oceano, vai ser de dez a treze horas.
- Prefiro o roubo de carro. - Disse, Liam riu.
- Então, vamos! - Ele se levantou.
- Onde está Zayn? - Quis saber.
- Ele está fazendo companhia para seu pai, nesse momento... Complicado. - Disse Labrinth.
- Ele sabe que estamos indo a Volterra? - Perguntei.
- Não e fique tranquila, vai continuar assim.
- Obrigada, e até logo. - Disse a Labrinth.

Corremos pela floresta adentro até chegar a margem do oceano, era fácil como respirar ficar sem respirar, Liam deixou os pés no solo andando normalmente, acompanhei sua pegada, queria poder chorar de alegria, havia tantos peixes e espécies que jamais vi pessoalmente que parecia mágica, um sonho irreal, os peixes normalmente fugiam ao sentir nossa presença, mesmo assim não tirou a magia do momento.

Foi ficando cada vez mais escuro, como humana aquilo parecia assustador, mas conseguia notar a confiança que Liam possuía, ele sabia que era indestrutível e com a escuridão vi espécies que possuíam brilho próprio, na minha mente começou a soar um canção que ouvi dançando no apartamento de Harry, Wonderful - Pastor T.L, aguas vivas se aproximavam, a música estava alta nos meus pensamentos e parti a dançar com as águas vivas, Liam apenas sorria, parecia encantado em como aquilo era mágico para mim.

Liam começou a nadar comigo, brincamos em baixo da água, apostamos corrida e até brincamos de pique-esconde, a superfície já estava mais perto, começamos a nadar até ela, era simples com toda aquela velocidade podia nadar mais rápido que os próprios peixes, voltamos a andar pelo oceano, a areia subindo com nossos passos pesados e não havia correnteza forte o suficiente para nos intimidar, saímos da água e fomos discretos até a areia, por sorte o sol estava coberto por nuvens naquele exato momento, Liam correu para o carro mais próximo e com um soco leve quebrou a janela, abriu a porta para mim e em segundos deu vida ao carro.

A Quarta Fase Da Lua (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora