Capítulo XXVIII

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Aos sairmos do castelo subterrâneo, Liam me abraçou apertado, pela primeira vez senti que meu corpo estava sendo abraçado forte, choraminguei por alguns minutos no seu ombro, o ar se alojando boa pulmões mortos de Liam me trouxeram a realidade.

- Está anoitecendo, quer esperar ou podemos aproveitar a vista de Volterra? - Ele acariciou meu rosto.
- Como se aproveita a vista de Volterra? - Perguntei, arrumei meus cabelos.

Liam apenas sorriu e me pegou pela cintura, ele correu alguns metros e pulou, seu movimento até o telhado durou treze segundos, ele pousou com delicadeza e soltou meus pés no chão, olhei para os olhos de Liam, lentamente ele soltou minha cintura, olhando em rumo ao sol que começava a se esconder ao longe.

Sua pele brilhou e sorri quando meus olhos captaram os poros da pele bronzeada de Liam, ele saiu em disparada sem me avisar, correu e pulou sem fazer nenhum ruído para outro telhado, até que eu acompanhe seus movimentos ele já estava a duas casas de distância, por alguns segundos pensei em largar a enorme e pesada manta ali mesmo, mas o perfume de Harry subiu até minhas narinas.

Toquei o tecido e senti o aveludado tentar amaciar minha pele rígida, minha mente me levou até o momento rápido de Harry, colocando a manta sobe meus ombros e subindo o capuz, foi tão rápido que o fato de estar em choque com o mais novo adeus não me fez perceber a manta.

Todo esse momento de reflexão me levou menos de um segundo, Liam ainda atravessava a quarta casa, eu sabia que seria fácil lhe alcançar, preparei meus pés no telhado e corri, o vento me renovou, o mundo literalmente parava, os pássaros a trinta metros ficavam para trás em poucos segundos, logo eu estava a um metro de Liam, pude ver seus poros se arrepiando quando sentiu minha aproximação.

Passei de Liam em poucos segundos e tomei a frente, meus pés tocavam as telhas de forma suave, não podendo sentir o impacto real da minha velocidade, podia ouvir cada som, as pessoas em suas casas, televisões, áudios de celulares, conversas e qualquer outro som que humanos faziam, também podia ouvir pássaros a mais de dois quilômetros, podia ouvir os sons da floresta que estava a poucos metros de mim.

Pousei com firmeza na grama, meus joelhos dobraram e pude assistir a perfeita aterrissagem de Liam, seus pés caíram com leveza, seus joelhos dobraram tão minimamente que me senti desajeitada ao seu lado, Liam sorriu e correu novamente, lento me permitindo ficar ao seu lado no mesmo segundo.

- Você tinha razão, correr nesse novo corpo é mágico. - Comentei.
- Vamos correr sem parar até chegarmos em Paris, iremos passar pela Torre Eiffel e assistir um pouco da madrugada. - Ele me disse.
- Quanto falta? - Perguntei.
- Por que você não olha? - Ele perguntou, riu quando percebeu que falava com uma inexperiente, com o impulso da corrida Liam pulou subindo acima das árvores.

Pulei também com impulso, não coube no meu peito a emoção de estar a cem metros de altura do chão, não era possível voar mas o tempo não continuou na mesma velocidade, conseguimos planar por um minuto e foi o suficiente para olhar a nossa volta, meus olhos podiam captar a mais de vinte quilômetros a minha frente, vi que Paris ainda estava longe.

- Mais alguns minutos de corrida. - Liam me informou.
- Os prós compensam os contras. - Afirmei a Liam.
- Exato, nunca foi um mar de rosas na minha vida como recém criado. - Liam me informou.
- Harry e Zayn sempre me contaram em muitos poucos detalhes da família Styles e seus integrantes.
- Bom, acho que não existe mais nada de frágil em você, posso te contar.
- Por favor. - Pedi, não podia ser uma corrida de alguns minutos em silêncio, pensei.
- Carlos I, conhecia minha família, Os Styles e Os Payne, era um maldito ganancioso, colocava meu Avô, Albert Philip Styles para roubar antiguidades, como uma espécie de Arqueológo ilegal, ele tinha apenas 16 quando começou, solteiro também, depois de três anos prestando esse serviço por pura diversão, o rei lhe apresentou Theodore Roseve, ela era nobre e estava na temporada de apresentação a sociedade, o Rei colocou os olhos sobre Theodore e soube que Albert ficaria muito honrado de exibir a belíssima donzela pela Inglaterra.
Em uma semana, o novo casal já era o mais falado da temporada, mas estranhamente precisaram se casar as pressas, isso só ocorre em um estranho caso, quando a moça engravida, o Rei até certo ponto ficou decepcionado, tinha ainda muitas ideias para o rapaz que estranham era tão devoto.

O casamento foi feito e nove meses depois o casal teve seu primeiro filho, Talles Styles, era um menino levado, mimado e manipulador desde de criança, um ano depois veio Lara Styles, diferente do irmão era calma, mimada e amigável, o rei então colocou Albert novamente para rodar o mundo atrás de relíquias, Albert começou no início passando seis ou até um ano fora, voltava para a Inglaterra com belíssimas histórias sobre o mar, terras desconhecidas e pessoas incríveis que viu pelo caminho, ficava um ano em casa e voltava ao trabalho, os anos começaram a se prolongar e Albert chegou a ficar mais de três anos fora e depois dessa tempo longe o casamento não era mais o mesmo, o filho mais velho já tinha quatorze anos e estava pronto para entrar na sociedade, Talles chantageou o pai ao descobrir que o mesmo dormia com o Rei as vezes e pediu que lhe desse um cargo superior no país.

Talles se tornou um homem frio e rabugento mesmo tendo apenas 17 anos quando se casou com Florença Payne, mãe de Harry e Zayn, ela sabia como domar o homem terrível que Talles era e isso bastou para terem um casamento bom, até o nascimento de Zayn e no decorrer deste tempo, Lara Styles também se casou e conheceu Charles Payne, irmão da Florença que aliás era a única mulher entre cinco homens da família Payne. - Liam sorriu se recordando. - Florença e Charles tinham uma terrível e incompreensível química, se conheceram na primavera e no verão Florença já carregava Zayn no seu ventre, Charles nunca soube, diferente da família Styles.

Naquele mesmo ano nasceu Agatha Payne, era era divina mas carente desde de criança, eu nasci com dez meses de diferença. Os Paynes viviam na Irlanda e os Styles na Inglaterra, se viam uma vez a cada um ano e quando completei quatorze anos meu avô fez uma extensa viagem para o Egito, seria a última e Albert iria se aposentar, mas a época de apresentação a sociedade havia chegado e os Payne foram para a Londres, Zayn e Harry começaram uma briga naquele verão, o cabelo escuro, a pele pálida e os olhos azuis esverdeados de Agatha renderam todo um reino aos seus pés, mas ela sempre foi louca de amores por Harry, porém Zayn tinha um cargo mais significativo no reino, mas a química entre Harry e Agatha foi mais forte e então começou a rivalidade entre os irmãos.

Harry e Zayn eram muito diferentes, tanto estaticamente como na personalidade e Agatha estava dívida entre seguir seu coração e seguir os conselhos de todo o reino... Agatha havia decido e pela manhã Zayn chamou Harry para duelar, foi quando meu avô os viu, ele já tinha um ano de recém criado e trouxe um amigo comilão para conhecer a família, não teve muito tempo para Harry e Zayn impedir o monstro.
Agatha sofreu como nunca, havia jogado tudo para o ar e ainda teve o azar de perder dois homens que ela gostava e três dias depois recebemos uma enorme notícia, meu avô havia chegado e avisou que Zayn e Harry estavam a caminho, ele precisou sair para uma emergência e nesse pouco tempo avistamos dois homens, brilhavam a luz do sol e corriam muito rápido, Agatha de longe avistou que era Harry, não soube se conter mesmo achando a situação estranha e correu para os braços dele.
O resto você já pode adivinhar, Harry a atacou e eu fui defender sua honra, Zayn me matou e assim que meu avô chegou, nos transformou, desde de então nossa família viveu um inferno, o restante não quis essa maldição e acabaram nos abandonando, minha mãe, meus tios e minha avó.

- Eu lamento. - Murmurei, Liam apenas sorriu, já havíamos chegado em Paris.
- Já faz tanto tempo que... Preciso me lembrar que essa história é minha e é... Real.

Diminuímos os passos nos infiltrando entre as pessoas que corriam para aproveitar uma madrugada em Paris, pela primeira vez reconheci que era uma vampira, as pessoas me olhavam como sempre vi olharem para Os Styles.

- Por que não usa seu sobrenome? - Perguntei a ele.
- Usamos quando todos que conhecemos já não está entre nós ou quando nos separamos.
- E quando se separaram?
- Quando rola alguma briga ou quando simplesmente queremos iniciar alguma parte da nossa história sozinhos.
- Está próximo disso acontecer?
- Está! - Seus olhos amarelos me olharam.

A Quarta Fase Da Lua (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora