(já podem me chamar de barry allen, mas não se acostumem muito. é só porque esse capítulo é enorme e ainda vai ter a parte 4)
Blaise aparece primeiro; ele olha para os besouros, olha para o rosto de Draco, e então faz um feitiço para bani-los, que é o que Harry deveria ter feito. Ron e Hermione chegam em seguida, ambos com roupas de trabalho depois de serem retirados de um projeto para reformarem a casa - cada um deles dá a Harry um olhar ponderado, mas ele desvia o olhar, não responde. Finalmente Pansy entra pela porta, usando um moletom e com uma cara que parece conter maquiagem de ontem à noite. Ela reclama amargamente de ter sido afastada de seus planos em um sábado de manhã, mas se acomoda com o resto deles de qualquer maneira, espalhando-se ao lado da cadeira de Draco no chão da sala de estar.
É um longo dia. Estranhamente, Ron e Hermione e Pansy e Blaise se dão bem, pelo menos enquanto Harry está prestando atenção neles; a intersecção de seus conhecimentos variados e seu investimento no assunto em questão parecem superar qualquer rivalidade da época da escola. Ocorrem alguns diálogos delicados, mas em geral todos trabalham bem juntos, compartilhando teorias e ideias e várias anotações de pesquisas feitas por Draco e Hermione na biblioteca.
Todos eles, exceto Harry e Draco. Harry sabe que a culpa é dele, que Draco está sendo frio e distante porque Harry está assim, que o que Draco precisa agora é que Harry engula toda sua estúpida besteira improdutiva e esteja lá para ele, ajudando a resolver o problema. Harry até pega Draco dando-lhe pequenas aberturas, uma ou duas vezes, momentos que devem estar custando a ele todo o seu orgulho, e Harry quer aproveitá-las, ele realmente quer. Dói nele, aquele olhar na cara de Draco quando Harry não morde a isca, se recusa a voltar para o ritmo normal deles, mesmo sendo a coisa mais simples do mundo. Ele quer deixar de lado o seu - sei lá - o que quer que seja, este bloqueio que se estabeleceu sob sua pele como cimento, emparedando-o de si mesmo.
Mas ele não consegue. Ele não consegue parar de ver: o desgosto no rosto de Draco essa manhã, a maneira como ele se afastou da mão de Harry como se o toque dele fosse venenoso. Não deveria ser importante, Harry não deveria deixar isso chegar até ele, deveria importar muito menos do que o que eles estão tentando fazer aqui, mas - não importa. Harry mentiu para Ron e Hermione, e ele mentiu para si mesmo; ele não tem certeza se alguma coisa já importou para ele tanto quanto essa coisa com Draco importa, e ele não consegue suportar isso nem mais um minuto, sentar aqui e se deixar cair de volta na rotina familiar deles enquanto ele sabe muito bem como Draco realmente se sente. Enquanto ele não tem nem um pingo de esperança que a relação deles poderia evoluir para algo a mais.
É egoísta. É horrível. É muito difícil fazer qualquer outra coisa.
"Bem, aqui temos algo", diz Hermione, depois de algumas horas. Harry é grato à ela - a todos eles, na verdade, até mesmo Pansy - por ficarem aqui e trabalharem no caso, mesmo com o silêncio ensurdecedor entre ele e Draco. "Aqui, Ron, me dê esse relatório inicial - Draco. Você disse que na primeira invasão eles ficavam pedindo uma "fonte", certo?"
Pelo canto do olho, Harry vê Draco tensionar o seu corpo rapidamente, embora sua voz esteja perfeitamente normal quando ele diz: "Isso soa certo, sim."
Hermione faz um barulho triunfante. "Bem, e a respeito do tal núcleo real da casa? Diz aqui - e eu não consigo acreditar que nunca soube desse fato sobre propriedades mágicas - mas diz aqui que em cada uma delas há um objeto real, físico que age como uma espécie de ponto foco para todo o poder que o lugar coleta ao longo dos anos. Funciona quase como uma varinha para a casa, figurativamente. Não poderia ter sido disso que eles estavam falando, quando perguntavam pela fonte?
"Algo assim seria incrivelmente poderoso", diz Blaise pensativo.
"O que acontece com a casa, no entanto?" Ron pergunta. "Se tirarmos esse núcleo?"
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O Que Fingimos Não Conseguir Ver
Fanfic7 anos após o fim da guerra, Harry descobre uma verdade dolorosa sobre a história: as coisas não estão tão no passado quanto ele achava que estavam. (personagens adultos, história de slowburn enemies to lovers) What We Pretend We Can't See (história...