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Estacionou de qualquer jeito e foi para dentro do escritório de Kenma, vendo o mesmo com a atenção voltada a um dos monitores, ele teclava algo muito rápido.

— O que houve? – perguntou largando as chaves do carro e a bolsa em cima da mesa.

— Eu tava checando os rádios da polícia e resolvi checar os telefonemas também, então achei uma ligação anônima, ligaram perto das três da tarde, dizia que a Facção do Sul pegaria uma grande carga de drogas e armas, as duas e meia da manhã, saindo da entrada de uma cidade do interior em direção à estação abandonada, a pessoa também falou que seria uma ótima oportunidade pra prender os integrantes da Facção, e que um policial estava envolvido, depois disso a chamada foi desligada. Então alguém de dentro da facção pode ter avisado. – Kenma falou com certa calma, sua confiança em todos acabou ali.

—Como?! – você perguntou em um tom alto mas um pouco descontrolado. – como você sabe que é uma pessoa de dentro da Facção? – Kenma agora lhe encarava, ele sabia que aquilo seria um choque pra você, mas ele não iria esconder.

— Antes da reunião no galpão, poucos sabiam o dia que a carga chegava, mas também ninguém fora da Facção sabe que o Akaashi, como policial, ajuda a gente com informações, e ontem Akaashi me avisou que tinham mudado os comandantes das viaturas, e ele não havia sido um dos escolhidos. Minha teoria é, alguém de dentro da Facção está traindo a gente, passando informações, igual ao acidente que Kageyama sofr..

— Acidente?. – interrompeu ele o olhando sério, você não se recordava de nenhum acidente envolvendo Kageyama ou qualquer outro membro da Facção.

— Aone não te avisou? Há um mês mais ou menos o Kageyama sofreu um acidente, mas não foi um acidente qualquer, a pessoa que dirigia o carro que atropelou ele sabia muito bem o que estava fazendo, o carro era totalmente preto e a placa estava coberta, por sorte Kageyama não morreu.

— Aone deve ter esquecido de me avisar, bom desculpa te interromper, prossiga. – falou se sentando em uma cadeira que tinha ali, ficando de frente com Kenma.

— Bom, além do acidente anda acontecendo alguns ataques aos pontos da facção, mas nada muito grave, seria algo como um susto. Depois de pensar bastante cheguei a conclusão que tem um traidor entre nós.

Você não podia acreditar naquilo,ou não queria, só podia ser um bleve do Kenma, ninguém trairia você, ninguém teria coragem.

— Mas e se você estiver errado, Kenma?

—Como eu falei, é só uma teoria com fundamentos, os únicos que sabem são você, Kuroo e eu, eu não falei para mais ninguém e Kuroo não abriu o bico também. – o meio loiro olhou para Kuroo que estava encostado na porta, ele apenas assentiu concordando.

— Vamos fazer o seguinte, se realmente tiver um traidor ele vai dar uma brecha a qualquer momento, então precisamos de algum plano ou sei lá o que para pegar ele.

— Talvez possa ser mais de um. – Kuroo sussurrou  pensativo.

— Kuroo não complica mais  a situação por favor. – disse colocando as mãos na cabeça como se estivesse exausta.

— Desculpa. – Tetsuro mormurou

— Vou pensar em algo e te aviso. – Kenma falou voltando sua atenção aos monitores.

— Vou falar com o Aone sobre isso e ver o que ele acha.

—Não! Não fale com ninguém, se realmente houver alguém a gente tem que desconfiar de todo mundo. – Kuroo disse se aproximando..

— Você acha mesmo que vou desconfiar do Aone, você está louco Kuroo? Ele tá do meu lado desde que eu assumi a Facção, ele é meu braço direito aqui dentro, ele sempre me ajuda em quase tudo, eu não vou desconfiar dele. – já estava perdendo a calma, como eles desconfiam de Aone também?

— Ninguém está falando pra você desconfiar dele, apenas não comente sobre o que conversamos, por favor é só o que eu te peço [Nome]. – Kenma disse tentando acalmar as coisas antes que saíssem de controle.

— Não vou comentar. – suspirou fundo revirando os olhos e se levantando. — Que horas são Kuroo?

— Três e quarentada manhã. – ele respondeu consultando o relógio.

— Acho que eu já vou, tô muito cansada e um pouco bêbada ainda. Essa notícia acabou com a minha noite, e olha que ela poderia ter sido ótima. Kuroo dirige que eu tô bêbada.

— Claro. – Kuroo riu.

— Até mais Kenma. – você disse  saindo do escritório, estava confusa, e sua cabeça doía, um pouco pela bebida também, mas os problemas só aumentaram, sua cabeça estava cheia de pensamentos e paranóias.

— Aqui. —Kuroo disse te entregando um remédio o qual ele pegou de dentro do porta luvas. — Toma um desse quando chegar em casa e vai dormir, é só remédio, para insônia vai fazer você dormir melhor, confia. – apenas pegou dando um sorriso como resposta.

Ainda faltava pouco até sua casa, Kuroo batucava e cantava alguma música a qual você não conhecia, e você apenas olhava a paisagem que passava como um raio.

— Trás meu carro amanhã pela manhã. – ele concordou com um sorriso. – Obrigada Kuroo,até mais. – se despediu e ele saiu em disparada, não ligava pela velocidade que ele andava, com tanto que não batesse seu carro estava ótimo.

Tirou os saltos para entrar em casa, pois tinha certeza que tropeçaria se andasse com eles por mais alguns minutos. Foi para o quarto, pegando uma garrafa de água na cozinha antes. Tomou o remédio que Kuroo te entregou, talvez demorasse um pouco para adormecer, ficou fitando o teto e vários pensamentos invadiam sua mente.

Quando tentou pensar em outra coisa sem ser o trabalho, pensou no moreno da festa. Tentou descobrir o porquê dele ser um de seus pensamentos, ele era só mais um em mais uma festa.

— Acho que só devo ter beijado ele e foi bom, por isso ele não sai da minha cabeça. – murmurou mais alguma coisa, porém nem você mesma entendia, parece que o remédio havia tido efeito.

Você logo adormeceu, ali pensando em alguém que mal conhecia.

Stαrry Night ~ Asahi AzumaneOnde histórias criam vida. Descubra agora