Capítulo 14

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Nota da autora: Primeiramente, feliz dia de São Valentim, ou o Valentines Day dos Estados Unidos! Segundo, as aulas começam semana que vem para mim, então pode haver uma grande pausa nas histórias (tem prova toda a semana, fazer o que!), mas não pararei de escrever. Bem, continuem incríveis!

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[Segunda parte do registro de Stephano]

07:00-

Fiquei tão distraído com aquele demônio que esqueci de acordar a Valquíria. Merda. Já estava quase chegando e não poderia voltar ou me atrasaria.
Chegando a tempo no grupo, Shakur estava terrível. Ele chorava e se segurava nas paredes, implorando a Oni para interromper o experimento. Oni é uma pessoa muito fria, não importa o que digam ou o que façam, ele não muda de opinião. Mesmo que pessoas estivessem em risco.
Clarence sorriu para mim e me perguntou se eu estava bem. Claro que estava bem, mas não sei por que ele se preocupa tanto comigo. Bem, ele me abrigou por vários anos em sua casa com a sua família, por isso não poderia deixar ele morrer. Mas ele se preocupa demais, mais do que meus dois irmãos juntos.
Suspirei e vi alguém se aproximando. Uma garota baixinha com cabelos lisos e escuros, com um moletom dois números maiores e óculos. Valquíria. Andei até ela e dei um tapa na cabeça dela e sorri. Eu sempre acho engraçado quando ela fica furiosa quando dou tapas nela. Ela me perguntou o que havia acontecido, mas não era nada demais. Ela podia ver a situação claramente.

12:05-

Hora do almoço, não estou com fome. Valquíria me avisou que seu pai tinha lhe convidado a ir jantar na casa da namorada dele, tudo bem para mim. Ela estava muito furiosa por causa daquela namorada do pai dela, eu quero ver se ela aguenta um jantarzinho comum.

17:30-

Valquíria pegou carona com o pai dela e eu fui para casa a pé. Enquanto andava, estava sendo seguido. Olhei para trás e não havia ninguém. Olhei para frente e lá estava meu demônio. Rindo de mim. Suspirei e continuei andando, tentando ignorá-lo.
"Ainda bem que voltou!" Ele disse "Estava bem chato dentro da sua mente."
Respirei fundo e tentei ignorá-lo de novo. Era difícil. Ele flutuava ao meu redor, zombava de mim e não parava de rir. Minha cabeça doía e eu tive que parar para sentar em um banco próximo.
"Acalme-se garoto... Não se desespere..." Ele tentou envolver seus braços em mim, mas me levantei rapidamente.
"Não sou um garoto. Não quero sua ajuda." Disse e continuei andando. Cheguei na porta de casa e olhei para trás. Ele parou de me seguir. Entrei e Jean Marco estava deitado olhando uns desenhos japoneses. Minha cabeça latejava e eu precisava de uma aspirina urgentemente. Sentei ao lado dele e suspirei.
"Como foi o encontro de nerds?" Ele disse.
"Cala a boca." Dei um empurrãozinho no braço dele e sorri "Me traz uma aspirina e um copo de água, por favor."
Jean se levantou e se direcionou a cozinha. Olhei para a tela e assisti o que ele estava assistindo. Era uma animação de uns caras com espadas tentando matar gigantes que comem pessoas. Admito que não entendi esse conceito ainda, mas a música era muito boa.
Jean voltou com o que eu havia pedido, o agradeci e tomei. Suspirei e a dor começou a passar levemente.
"O que tá olhando?" Perguntei.
"Attack on Titan. É um anime." Ele respondeu.
"Posso olhar?" Perguntei e ele assentiu com a cabeça, me explicando o que estava acontecendo e me contando dos personagens. Eu precisava de qualquer coisa para me distrair, parece que quando eu estou com outras pessoas o demônio não aparece.
Enquanto Jean olhava e se divertia, olhei para ele e suspirei silenciosamente. Como contaria a ele que eu estava na beira da morte? Simples, não contaria. Ele está sempre irritado comigo, por que se importaria?
Meu deus, eu pareço uma garota emo adolescente. Me perdoe.
Umas três horas e meia depois, Katherine chegou, nós dois ainda estávamos olhando Attack on Titan. De algum jeito, era bem interessante e intenso, mas finalmente pude passar um tempo com o meu irmão mais novo. Enfim, Valquíria ainda não voltou, deve estar jantando com o pai e a namorada dele.

21:09-

Valquíria chegou ofegante e com um pote de sorvete. Tentei não rir, mas não consigo imaginar outra coisa do que a Valquíria correndo pelas ruas com um pote de sorvete na mão. Por sorte, ela chegou bem na hora do jantar.
Pelo o que ela disse, o jantar foi um desastre e ela se perdeu várias vezes para chegar até minha casa.
Bem, o jantar foi bom, Jean olhava para Valquíria com uma cara de idiota, ele realmente gostava dela. Espero que ele se dê bem no final.

04:30-

Quatro e meia da manhã, acordei por causa de enjôo. Andei até o banheiro e segurei meu estômago, como se algo se contorcesse e tentasse sair de mim. Tranquei a porta, minha mão tremia e suava. Me encolhi ao lado da porta, e adivinha quem veio? O demônio.
"Achei que nunca pararia de falar com aqueles imbecis." Ele revirou os olhos e sentou ao meu lado.
"O que quer de mim?" Disse, ofegante. Eu estava extremamente cansado, mas com náuseas.
"Eu quero que você morra." Ele disse, com um sorriso malicioso "Sempre quis. Desde quando você era um garotinho chorão, mas como diria isso para uma criança? Você é grandinho agora, compreende?"
Me arrastei até a privada e vomitei. Não havia bebido, nem estava doente. Era o efeito daquele experimento. Parei, enxaguei minha boca e dei descarga, eu queria que aquele experimento acabasse de uma vez por todas.
A hora em que o demônio mais vinha era de noite. Pois eu não falava com ninguém e estava com a mente limpa.
"Você não vê? Ninguém se importa com você." Ele riu.
"É o que você pensa, desgraçado." Me apoiei na parede e segurei minha cabeça.
"Certo, você nem se preocupou em contar para sua família que está participando desse experimento, não é?" Ele retrucou "Você não se importa."
Tentei o máximo para dizer algo, mas minha visão estava turva, não via mais nada. Deslizei e segurei minha cabeça, minhas costas contra a parede gelada. Não podia me levantar. Não podia falar. Não podia chorar. Decidi dormir ali mesmo, o riso do demônio na minha frente me levando levemente para o sono.
Não ligava mais para a dor de cabeça, não ligava mais para o enjoo. Eu queria ficar em silêncio.

[Nota da Valquíria: Hoje o dia nem foi interessante, por isso escrevi o registro dele de novo. Nessa parte, suas mãos estavam um pouco tremidas, mas deu para ler. Vou ver um filme com Jean agora.]

A Voz Oculta (A Portadora dos Sonhos 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora