Capítulo 5

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Tá bom, hoje o dia foi bem esquisito.

Era sábado, meu pai AINDA estava com aquela nojenta e eu estava atrasada para a reunião. Por algum motivo Stephano não me acordou e só acordei com o meu celular tocando. Estava pelo menos 15 minutos atrasada, mas sabia onde ficava.

Certo, me arrumei em poucos minutos e corri até as Catacumbas de Paris. Chegando lá, o tal Oni, o gênio japonês, estava falando com Shakur, o irmão da menina indiana que via gente morta. Enquanto andava de fininho, alguma coisa tocou meu braço.

Okay, sou medrosa. Bem medrosa. Dei um grito baixo e olhei para o braço. Era Stephano, com aquelo sorrisinho arrogante.

─Você tá atrasada. ─ele disse.

─Por que você não me acordou hoje? ─arranquei meu braço da mão dele e cruzei meus braços─ O que aconteceu enquanto eu não estava?

─Bem, Shakur está se sentindo meio deprimido. É estranho, tomamos a pílula no mesmo dia. Acha que a cor tem algo a ver?

No dia, me lembro que Oni deu ás “cobaias” uma pílula, mas tinham cores diferentes. Tá, deve ter uma conspiração por trás disso, não sei. Sempre gostei de estudar maníacos e serial killers de todos os lugares do mundo, mas nunca ouvi de um alquimista sociopata japonês.

─Deve ter algo nisso. Mas não podemos provar nada ainda. ─andei até a cadeira ao lado da Valentina enquanto todos os olhos estavam voltados para Shakur e Oni. Depois de um tempo, os dois voltaram. Sinistro.

Valentina olhou para mim e sorriu. Talvez na hora ela não tinha se tocado que pessoas iam passar por experimentos muitos doentios no emocional das pessoas. Ela é tão inocente que nem parece humana.

Acho que esse experimento é no mínimo doentio. E se alguma pessoa tem alguma doença mental como depressão ou esquizofrenia? Se alguém morrer já vamos saber de quem é a culpa.

Nos próximos minutos, ouvimos um grito muito alto. Todo mundo correu para ver o que era e Shakur estava encolhido no chão segurando a cabeça e gritando coisas, não entendíamos o que gritava, mas era muito assustador. Era como ver um episódio de American Horror Story Asylum, muito aterrorizante e provavelmente quando eu fechar meus olhos vou ver essa imagem nas minhas pálpebras como se estivesse impresso.

Era muito estranho. Quase ninguém estava assim, Rima estava um pouco assustada com a reação do irmão, mas só isso. Ela tentou acalmá-lo, mas não conseguia. No final, Rima decidiu levar o irmão para o hotel que estavam hospedados, e assim, o silêncio tomou conta. Nem uma palavra. A reunião tinha terminado por ali, todos muito assustados para dizer alguma coisa.

Avisei Steph que meu pai ia me buscar e me levar pra casa da namorada dele, eu estava de saco cheio daquela estranha agarrada no meu pai. Como de costume, meu pai demorou para me buscar. Quando ele chegou e abriu a porta, estava bem animado. Eu também estava, até a namorada descer do carro.

Ela era muito magrela, com um vestido de oncinha COLADO ao corpo e muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, MUITO botox na cara. É sério, parecia uma Jessica Rabbit que borrou a maquiagem numa poça d’água. Sem contar no cabelo tingindo de loiro que parecia que ela colocou uma mistura de água sanitária e água oxigenada no cabelo. Parecia que ela era 80% plástico e 20% humana, como uma boneca Barbie, mas que tinha muito defeito de proporções.

A Voz Oculta (A Portadora dos Sonhos 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora