Capítulo 17 - Relacionamento

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Acabei me deixando levar pelo sangue que ferveu e ajudei a Helena com o ex dela de novo. Eu sei que não deveria me meter, ela disse que resolve isso por ela mesma, mas eu não pude ver aquele cara tentando agarrá-la e beijá-la. Aliás, não consigo ver nenhum cara fazer isso e por muito menos, eu vou sim defender.

Chamei a Helena para vir aqui em casa, acho que não é bom que ela fique sozinha e eu ia me encontrar com ela de qualquer forma. Mesmo que seja só para ela ficar aqui assistindo alguma série.

Abri a porta, ela se sentou no sofá e eu fui pegar água. Entreguei-a e percebi que ela tremia bastante e estava chorando. Tenta confortá-la:

- Tá tudo bem, H. – sequei suas lágrimas

- Foi a primeira vez que eu o enfrentei depois desse tempo todo. Eu fiquei tão nervosa! – confessou – Por muito tempo eu só fugi.

- Se você estava mesmo nervosa, não notei até agora. Eu vi como foi firme com ele.

- Mas olha como eu estou agora... – disse cabisbaixa

- Importa é o que ele viu, que foi a Helena forte e empoderada. – levantei o queixo dela para que me olhasse

- Você tá falando igual minha psicóloga. – sorriu – Ela disse a mesma coisa hoje pra mim! Fico pensando se sou isso mesmo.

- É sim! – falei incisivo – É a dona de um blog incrível e que inspira muitas pessoas.

Ela não conseguiu dar uma resposta para isso. E eu, vendo aquela mulher que eu já admirava sem conhecer o rosto e que agora admiro por saber que ela não é perfeita igual eu imaginava, a beijei. Encontrando lentamente seus lábios meio molhados por causa do choro. E ela correspondeu, me abraçando e me puxando para mais perto.

Poucos minutos depois disso estávamos já agarrados no sofá, sem saber onde começava um e terminava o outro. Já tinha escurecido e eu até tinha comido em que festa que trabalhei, mas eu sou um saco sem fundo... Então, a fome me atingiu e se manifestou através de um som altíssimo da minha barriga, gritando por comida imediatamente. Helena riu de mim e perguntou:

- Quer comer alguma coisa?

- Bom, eu achei que você ia fazer o jantar.

- Não deu tempo, por causa daquele embuste. E você chegou mais cedo!

- Eu sei. Mas eu te ajudo a cozinhar, devo ter alguma coisa decente.

- Tipo macarrão?

- Exatamente!

- Isso serve!

Levantamos e fomos à cozinha preparar algo decente para comer. Ela abriu os meus armários e eu não fiz compras, porque tenho estado muito ocupado e estava tudo vazio. E eu tinha razão, só tinha macarrão e uns cremes de leite perdidos. Ela abriu a geladeira e viu que tinha um pedaço de bacon e leite. Além disso, tinham alguns ovos na bancada e que costumo comer de manhã.

- Mas isso aqui é uma vergonha viu, Gustavo.

- Você sabe que eu estava com grana curta e ainda não repus.

- Vou ter que pegar tomate e cebola lá em casa. Aqui não tem!

Ela saiu e logo depois, trazendo na mão o que disse que pegaria! Um de cada!

Então, começamos a cozinhar. Com Helena dando as instruções e tomando a frente, enquanto eu só ajudava. Não demorou muito e nosso macarrão a carbonara ficara pronto e nos sentamos a mesa para a refeição.

- Agora eu descobrir o porquê de você gostar de jantar comigo. Sua casa não tem comida!

Eu ri, sabia que ela estava brincando. Resolvi puxar assunto com ela:

- E a sua terapia? Como foi?

- Normal! Eu sempre falo um monte, ainda mais agora com tudo o que aconteceu.

- Eu já fiz quando adolescente, por causa do bullying, mas parei quando entrei na faculdade.

- Afetou a sua autoestima?

- Sim! Eu era magrelo, esquisito e isso era um prato cheio para valentões. Além da psicologia, eu fiz algumas aulas de luta, o que me ajudou bastante também.

- Por isso que conseguiu bater no Pedro e o derrubar tão facilmente?

- Sim! Sempre tive que brigar com quem era maior que eu! Então, eu sei o lugar certo para bater e com o mínimo de força dá resultado.

- Olha só! Mais uma faceta do Gustavo que eu conheço.

- E eu conheço muitas outras suas além da do blog.

- Sou muito diferente do que achava?

- Sim, mas no bom sentido. Eu não sei se falei, mas eu te tirei do pedestal de perfeição. Agora eu te enxergo de verdade.

- Vou encarar como um elogio.

- É um elogio! – sorri – Você é uma pessoa incrível e que conquistou tanta coisa sozinha. Eu te admito por isso!

- Eu te via só como uma pessoa aproveitadora e tive medo que você espalhasse meu segredo mesmo depois do acordo. Ainda bem que me enganei!

Ficou um pequeno silêncio em seguida. Um pouco constrangedor! Então, resolvi quebrar antes que piorasse:

- Se não for incômodo, pode lavar a louça? É que eu tenho que descarregar as fotos e editar também. Logo tenho que enviar pros clientes.

- Tudo bem! Vai lá!

Dirigi-me a meu escritório, que fica onde seria o outro quarto do apartamento. Liguei meu computador, peguei a câmera na sala, tirei o cartão de memória e encaixei no leitor. Passei as fotos para as pastas dos arquivos, onde mantenho tudo organizado. Depois de todas colocadas em seus devidos lugares, eu olho todas as fotos e vou separando as que quero ou não e vendo quais receberão alguma edição, que são coisas mínimas, como a mudança das cores, do brilho, essas coisas. Porém, nunca mexo muito em que está fotografado. Como disse antes, gosto das nuances das diferenças das pessoas, então, eu não edito para que os corpos pareçam perfeitos, deixo-os do jeito que são.

Eu estava tão distraído que nem percebi que Helena entrar e sentar no puff que tem ali. Eu dei um pulo da cadeira e ela gargalhou. E perguntou:

- Onde tirou essas fotos? Ficaram tão lindas!

Ela se referia as fotos da manhã, das duas mulheres lá no motel.

- Foi num motel lá para o outro lado da cidade.

- Adorei tudo! Elas, o cenário. Fico pensando se não podemos fazer um ensaio assim.

- Como é? – tive que virar para ela – Vai me explorar de novo?

- Não exagera. – comentou – Mas alguns leitores comentaram que seria bem legal ter um álbum de fotos minhas a venda. Pensei que a ideia pode ser boa!

- É sim! Podemos fazer de maneira digital e com o físico também. Sempre quis publicar um livro com as fotos que tirei. Mas, como faríamos isso?

- Esse ensaio que me deu a ideia. Podemos viajar para um lugar bem bonito e fazer umas fotos mais ousadas que essas.

- Quer dizer fotos nuas?

- Exatamente!

Acho que meus olhos brilharam, pois a Helena riu de mim.

- Sempre quis fazer um ensaio nu, mas nunca achei uma modelo que quisesse.

- Agora você tem! Organizamos tudo com calma para fazer ok?

- Ok!

- Bom, G, vou para casa. Obrigada de novo pela ajuda! – disse, se despedindo

Eu não queria que ela fosse, segurei em seu punho e falei:

- Fica aqui hoje!

- Você precisa trabalhar, não quero atrapalhar.

- Não vai. – disse me levantando – Eu posso fazer amanhã.

Pedi como uma súplica a ela. Ela sorriu e abruptamente acabamos nos agarrando. Seria mais uma noite daquelas!

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