Capítulo 25 - Viagem a dois

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Helena e eu finalmente vamos realizar a tão esperada viagem da sessão de fotos.

A minha última semana foi recheada de trabalho, porque eu queria adiantar tudo e pegar o máximo de trabalho possível, pois precisava cobrir os gastos extras por dividir a hospedagem com ela. Minha situação financeira apertada só havia melhorado um pouco, então para viajar tive que fazer um pé-de-meia ou o rombo no meu orçamento vai me falir de vez. Não que o local que Helena escolheu seja caro, eu só não estou podendo ainda me dar ao luxo de certas coisas. Mas, ela nem precisa saber disso, ainda mais com aquela história com o Pedro e que eu acabei de envolvendo demais e deu ruim pra caralho.

Na véspera da nossa partida para a cabana numa praia isolada, estava trabalhando numa festa de aniversário de 15 anos – a mesma garota da qual tirei fotos no parque um dia desses – e fiquei relembrando a minha adolescência e o quanto estas festas eram o nosso maior evento social. Atualmente, só vou em festas para trabalhar mesmo, porque gostar nunca gostei.

Lembrei do meu eu jovem e franzino, que sofria bullying e não pude deixar de me sentir nostálgico, mas só da parte boa. A falta de preocupação, só acordar e ir para a escola, encontrar os amigos. Nem a faculdade me causa tanta nostalgia assim, eu só queria terminar em um certo ponto.

Quanto tinha a idade da maioria das pessoas presentes nessa festa foi a explosão das câmeras digitais e o engatinhar das primeiras redes sociais. Meus pais compraram uma câmera dessa digital, até bem depois dos outros conhecidos e parentes, porém, mesmo assim, foi com ela que descobri que gostava de fotografar. Cheguei a postar as minhas primeiras fotos nas, agora finadas, primeiras redes. Virei o fotógrafo oficial dos eventos da família. Depois disso, resolvi que seguiria por este caminho.

Ainda lembro quando consegui o dinheiro para comprar a câmera que uso agora para trabalhar, foi quando estava estagiando, no final da faculdade. Cada centavo foi bem suado, aliás, todos os equipamentos que compro são assim. Junto cada tostão para tirar fotos melhores. Equipamentos desse tipo são muito, mas muito caros.

Pensei nisso tudo pois é surreal que amanhã irei fazer um dos meus trabalhos dos sonhos e com uma pessoa que admiro muito – e eu estou apaixonado, confesso: Helena. De vez em quando, ainda me pego me beliscando para saber se não é sonho que eu a tenha conhecido.

A festa terminou bem tarde, o que já era esperado. A minha sorte é que deixei tudo já arrumado, só deixei um espaço na mala para colocar a câmera que havia usado. Cheguei em casa, tomei um banho, programei o despertador para conseguir acordar no susto e capotei.

Pareceram só cinco minutos, mas foram 4 horas que consegui dormir. Tomei um banho rápido, engoli alguma coisa e logo Helena bateu à minha porta. Ajudei a levar as malas para baixo. Os vizinhos que estavam saindo para trabalhar ficaram olhando para a gente, porque nesse condomínio tanto eu quanto ela somos conhecidos como dois que "não trabalham". Enfim, são apenas olhares, que pensem o que quiserem.

Não demorou muito para que colocássemos tudo no carro e partíssemos rumo ao nosso destino de pequenas férias.

***

Em pouco mais de duas horas de viagem, curtindo uma playlist mista, eu e Helena chegamos a cidade. Era próximo da hora do almoço e decidimos comer por ali mesmo. Escolhemos uma pensão bem bonitinha e pedimos um prato feito simples porque ambos estavam com vontade de algo desse tipo. Comemos com calma e conversando bastante animados.

Terminamos, pagamos e demos uma voltinha na cidade, aproveitando para comprar algumas coisas para comermos lá, porque talvez esta noite aproveitaríamos de outro jeito.

A cidade era bem de interior, mas até bem desenvolvida – se for comparar com outras que já visitei - porque ela é turística. O centro da cidade, que era onde estávamos, tinha coisas bem variadas e quem sabe em um dos dias não iríamos ali durante a noite.

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