Capítulo 16 - O ex ataca novamente

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Ontem, eu e Gustavo tivemos uma conversa um pouco séria e até tensa, talvez mais do meu ponto de vista do que do dele. Eu não sei se o que ele está sentindo por mim é mais do que eu sinto por ele. Na verdade, eu ainda não tinha parado para pensar direito sobre minha relação e muito menos meus sentimentos por ele. Só estou levando isso como uma amizade colorida e uma companhia de foda mesmo. Não me vejo namorando alguém ainda, não ao pensar racionalmente no assunto.

Logo de manhã, acordo, tomo meu café, me arrumo e vou para a minha terapia. Eu vou uma vez a cada quinze dias! Tem já alguns anos, quase dois para ser exata. E o foco do dia eram sobre meus complexos com o blog, com o reaparecimento do meu ex e também da conversa com o Gustavo.

Tinha acontecido muita coisa nesses poucos 15 dias, mas do meu amigo de foda ela já sabia. Mas, as outras coisas eu vou ter que atualizá-la. Não sei se uma hora de sessão vai ser suficiente para tal. Cheguei, nos cumprimentamos e me sentei numa das poltronas e ela ficou na outra. Logo ela perguntou como eu estava e o que tinha acontecido no intervalo de tempo entre uma sessão e outra. E logo fui despejando tudo, contando com mais detalhes sobre o reaparecimento do meu ex, o almoço de família e sobre o Gustavo. E ela, pontualmente, comentou sobre os assuntos.

- Não acha que está na hora de dar um ponto final nessa história com seu ex? Entendo que já falou com ele diversas vezes e há a medida restritiva, antes que aconteça algo mais grave, diga que você realmente não quer mais nada, em alto e bom som.

- Isso vai ser difícil. Tanto para ele entender, já que não respeita a distância, quanto eu conseguir falar sobre.

- Não vale a pena tentar? Transfira a força que aquela Helena do blog tem para a Helena da vida real. Aquela está em algum lugar ai!

- Eu estava pensando nisso. Estou cansada de fugir.

E falou sobre meu anonimato com o blog...

- E também precisa criar coragem para contar a sua família sobre o blog. Eles precisam saber!

- Seria muito criticada por eles.

- Mas e sua irmã e prima? Comece por elas!

- É uma boa ideia! – sorri

E sobre o Gustavo...

- Ele te perguntou isso?

- Sim. Eu fiquei tão nervosa! Talvez seja porque não me sinto pronta pra outro relacionamento.

- Não, você sente medo de se machucar igual antes. Porque, por mais entranha que seja, você já tem uma relação com ele. Sabe o que sente por ele?

- Eu nunca tinha parado para pensar...

- Você gosta dele. Do jeito que fala, dá para perceber! Agora se é por amizade ou por romance, só você pode dizer. Reflita sobre isso! Mas, da mesma maneira que ele falou, não se pressione, faça no seu tempo.

E assim, conversamos sobre mais algumas coisas da minha autoconfiança e sobre o resultado dos exercícios que tenho feito nos últimos tempos. E por incrível que parível, a sessão acabou no horário.

Sai de lá e parei para almoçar no caminho, aproveitando para ir a um dos restaurantes que mais gosto e que tem perto da minha casa, o mesmo em que encontrei o Pedro naquele domingo à noite e fugi dele de novo. Minha terapeuta tem razão: tenho que dar um ponto final nisso, de uma vez. Eu já tentei outras vezes, mas mais fugindo do que enfrentando.

Depois de comer, voltei para casa, tomei um banho e fiquei de bobeira assistindo algo na TV, sem perceber a hora passar.

Então, enquanto relaxava tomando uma xícara de chá, já no meio da tarde, meu interfone toca. O que indica uma visita! Não, a única pessoa que estou esperando é o Gustavo e mais tarde. Quem será? Atendo e o porteiro diz:

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